Primeiro: por que precisa ser orientado a objeto? Haverá algum ganho desta forma?
PJ e PF são entidades separadas
A segunda abordagem está completamente equivocada já que se o cliente é uma pessoa jurídica ele não pode ser confundido com uma pessoa física que possui empresas.
Até poderia ser em um modelo fictício ou em um caso muito específico em que o cliente de fato realmente é a pessoa física e o relacionamento se dá com as empresas dele, mas no mundo real não costuma ser o caso.
O papel das pessoas na organização não define uma nova entidade externa
Talvez você esteja mais distante do que imagina de uma solução. Eu lhe faço uma outra pergunta: se o cliente também é fornecedor, e/ou é um banco que você opera, e/ou é um representante, e/ou é uma transportadora. Como você organiza isso?
Aí você começa se questionar se um cliente é uma entidade externa. Talvez cliente seja apenas uma característica, uma propriedade, um atributo, um papel (role) de um parceiro de negócios que pode ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica. E essa característica tenha vários detalhes.
Se é para usar orientação a objeto então tem que modelar corretamente. E já aviso que nem sempre é fácil fazer isso em aplicações reais. Por essa razão é comum as pessoas não procurarem pureza de paradigma.
Não dá para tratar PJ e PF como uma entidade única para facilitar?
Talvez você já tenha começado imaginar que pessoa jurídica e pessoa física são coisas tão distintas que você não pode tentar, mantendo um modelo correto, fazer delas uma única entidade que tenha as duas características. Já imagina que realmente exista uma classe, e por consequência que vão existir objetos, que são pessoas físicas e exista uma outra classe que define o que é uma pessoa jurídica.
Começa entender que PessoaFísica
e PessoaJurídica
são conceitos concretos respaldados inclusive por legislação. E que essas pessoas podem ter uma relação comercial específica em determinado momento (que pode ser permanente também), classificada como de clientela, de fornecimento, de representação, etc.
Existem características comuns entre uma pessoa física e uma jurídica. Então uma classe abstrata pode ser interessante. Esta classe seria Pessoa
. Pessoa pura e simplesmente é algo que não existe concretamente. Note que neste exemplo não estou falando de pessoa como um ser humano. Neste caso Pessoa
é apenas a base de características para as classes derivadas dela. Podendo até mesmo não estar limitada a pessoa física e jurídica. Já vi caso de pessoa estrangeira ser usada também, mas não funciona em qualquer situação.
Modelagem correta
Não posso lhe responder se a abordagem é a padrão porque não tenho dados para isso, e duvido que alguém tenha. E também não sei se é relevante.
Se a intenção é fazer o modelo correto, procurar o padrão, não garante o objetivo. Minha experiência é que o padrão do que as pessoas fazem frequentemente não é o correto a se fazer.
Eu mesmo cometo erros em tudo o que não tenho experiência. E em vários casos o correto complicaria o design da aplicação sem necessidade.
Fundamentando um pouco mais
Veja como um banco (organização financeira que você tem conta corrente) funciona. Ele possui cadastros e contratos completamente distintos para pessoa física e jurídica. Por que isso ocorre? Porque bancos contam com departamentos ou consultorias de Organização e Métodos que definem entidades e processos de forma correta. Eles não se baseiam na opinião leiga de programadores ou dos donos da empresa, como costuma ocorrer na imensa maioria dos casos.
É bem mais difícil do que parece definir corretamente o que cada entidade é e quais suas características, comportamentos, relações, etc. E não existe modelo padrão. O que funciona bem em uma situação não funciona ou complica outra.
E estou falando do modelo conceitual considerando apenas as regras de negócios. Nem incluí aí mecanismos de funcionamento da aplicação quando está lidando com uma pessoa jurídica. Até porque você está falando em termos gerais, não deu nenhum parâmetro de como a aplicação funciona.
Composição
É possível criar uma classe em que você tenha as características de pessoa física e de pessoa jurídica. A forma mais comum de se fazer isso é através de composição. Ou seja, você terá dados gerais que funcionam bem, não importa se a pessoa é física ou jurídica, e terá algum objeto interno que guardará, externamente, de forma concomitante ou não, os dados específicos da pessoa física ou da pessoa jurídica.
Mas essa é uma abordagem que renega a principal característica da orientação a objeto (o que pode ser uma boa). Embora eu ache que você começa a criar classes franksteins nesse caso. Uma classe que tem penduricalhos dependendo da uma propriedade? Não vejo com bons olhos até que eu encontre um motivo plausível para isso existir, mas existem casos para isso.
O link postado pelo bfvaretto é muito interessante para dar uma ideia melhor sobre o assunto.
E a resposta do utluiz mostra alguns exemplos de classes que podem ser usadas para fazer a composição.
User eXperience
É possível que você não possa ou não queira deixar essa divisão de entidade exposta na tela de cadastro (e outros locais do sistema, mas vou falar só da tela de cadastro para simplificar).
É compreensível que esse modelo de abstração criado no sistema não seja do interesse do usuário, que ele não deseje ou não deva entender como isso é organizado.
Mas uma coisa não impede a outra, a solução do modelo é uma e a solução da UI é outra.
Você pode pedir para fazer a tela do cadastro como se fosse algo único para os dois tipos de pessoa. Um dos primeiros campos pode ser a seleção do tipo de pessoa, que provavelmente vai modificar uma parte da tela (possivelmente uma aba) para adaptar-se aos dados de pessoa física ou jurídica, de acordo com a seleção. Este é um caso interessante para usar composição.
Internamente, no seu modelo de regras de negócio, estará usando uma classe PessoaFísica
OU PessoaJurídica
mas o usuário não está vendo isto.
Da mesma forma que pode pedir para ele cadastrar um cliente em uma tela, um fornecedor em outra, etc. Ele acha que está fazendo cadastros separados para no fundo, internamente, ser um cadastro unificado. Quando o usuário acessa uma tela, ela está pré-selecionando um dos atributos da classe. Por exemplo, se entra no cadastro de clientes, a propriedade ÉCliente
está setada como true
. Se depois ele for tentar cadastrar a mesma empresa como um fornecedor, o sistema avisará que já existe cadastro e apenas perguntará se deve ativar o parceiro para ser um fornecedor, marcando na classe a propriedade ÉFornecedor
como true
.
Claro que em um modelo organizado desta forma, você pode ter atributos que só um cliente deve sustentar, ou outros atributos que só um funcionário tem (que pode ser parceiro de negócio também, um vendedor por exemplo). Mas isso é outro problema :) Mas se você prestou atenção, leu a resposta relacionada, já deve imaginar como resolver.
Você não perguntou, mas se quiser saber o que eu acho do modelo adotado por praticamente todos os sistemas que existem no mercado, inclusive os grandes e famosos sistemas (um dos quais até fiz parte do desenvolvimento desde seu início), digo: amadores! (claro que isso é uma simplificação, existem motivos "plausíveis" para "cometerem esse erro").
E existe uma outra questão. Com o advento de microsserviços a modelagem passou ser outra. Em geral cada microsserviço passa ter todas as características necessárias para o objeto. Parece lindo, mas é uma das coisas mais difíceis de fazer certo. Um dos motivos que eu digo para fugir dessa arquitetura o quanto pode. E quase todo mundo pode, literalmente.
Coloquei no GitHub para referência futura.
PessoaFisica
ePessoaJuridica
herdem dePessoa
, eCliente
tem umaPessoa