A resposta simples é não. Porém a lógica apresentada para não fazer isso não é bem essa.
A resposta mais aprofundada é: depende. Sempre.
O erro mais comum que as pessoas cometem é querer definir algo universalmente. Eu sempre falo que se as respostas já existissem de forma fixa não precisaria mais um monte de gente fazendo sistemas. O trabalho ainda existe porque cada situação é diferente e sem pegar todos os requisitos não dá para responder isso.
Tudo pode se o requisito for colhido corretamente, fizer sentido e for viável.
Dentro da normalidade um Cliente
só tem dados sobre um cliente, nada além disso. Qualquer coisa além disso é responsabilidade demais para ele.
Isso não quer dizer que é proibido violar isso e dar a essa classe mais responsabilidades, tudo pode se você souber o que está fazendo. Se não souber não é uma regra que salvará a pessoa.
Eu nem sei bem o que é cadastrar no contexto da pergunta. É digitar dados? É armazenar no banco de dados? Sem entender completamente o problema e com precisão não tem como tomar decisões corretas. O código não mostra onde vai cadastrar.
Se for para digitar dados então o normal é ter outra classe responsável por isso.
Certamente não seria uma de funcionário. Nem vou falar porque pode ser que a digitação possa ocorrer por alguém que não seja funcionário (tem requisito assim), pode ser feito pelo próprio cliente fisicamente (muito comum ao contrário do que a pergunta acha), o que não quer dizer que a classe deva fazer isso.
Digitação é UI, nada tem a ver com a entidade do cliente em si. Você pode ter, talvez, um CRUD para o cliente, mas isso não é no Cliente
. Um dos maiores erros é fazer a interação com usuário acontecer junto com a entidade. No passado se fazia muito isso. Imagina um dia mudar a forma de UI. Loucura completa.
Mas não é funcionário porque então essa classe teria que ter quase tudo o que o sistema permite fazer, porque boa parte das coisas do sistema um funcionário faz.
Pior ainda, a mesma coisa pode ser feita por mais pessoas, não só o funcionário. É uma bagunça completa tentar pensar nisso.
Nem entrei no mérito que até o cliente já deve ser um erro, igual ao funcionário. Circunstancialmente alguém é cliente, é uma relação e não uma entidade real. Uma mesma entidade pode ser cliente e funcionário, entre outras coisas, ao mesmo tempo. Tenho diversas respostas aqui que mostra que quase todos sistemas estão errados quando adotam essa estratégia de interpretar a relação, o papel, como se fosse uma entidade do mundo real. Incluindo os maiores ERPs do mercado. Veja mais, entre outras.
Se é para armazenar em um banco de dados cai no mesmo problema da UI. Até porque a forma de armazenar pode trocar ele não pode estar na entidade) ou no papel que é o mais correto). Não faz sentido misturar essas coisas.
E pensa em outra coisa. Se você tiver uma classe Jogador
e você usará ela para formar um Time
. Quem deve ser responsável por colocar um jogador no time, o jogador ou o time? Apenas entre essas opções. Me parece óbvio que é a entidade que agrupa jogadores que deve fazer isso, novamente, entre essas duas opções.
Aí você pode pensar: não é o técnico que põe um jogador no time? E aí cai em algo semelhante ao funcionário? Até poderia, mas eu duvido que seja. Sistemas são mais complexos que isso, se você não fizer o certo a manutenção será complicada no futuro. Não é o técnico que põe alguém no time, é uma comissão de pessoas. O técnico pode fazer algo para depois o jogador entrar no time, mas não é ele que coloca. Tem que pensar como é o processo real. Artificialmente pensando o time poderia ter uma ação de adição de um jogador dentro dele, entre outras opções que pode-se fazer com o time. E talvez só algumas classes poderiam chamar esse método.
E nem estou falando que teria algo de UI ou DB nesse time, é só a entidade na aplicação, se precisar interagir ou persistir em algum lugar serão outras classes que farão isso, ligadas de alguma forma com a Time
.
Então o meu entendimento é que você precisa de uma entidade que "coleciona" clientes, e aí claro, ela tem capacidade de adicioná-los ou removê-los. Ou melhor ainda, seria uma coleção de pessoas que possuem diversas relações com a organização dona da aplicação, talvez separadas em físicas, jurídicas e quem sabe outras, como estrangeiras.
É, é complicado fazer certo, mais ainda sem requisitos concretos. Por isso a maioria faz errado para "ganhar tempo". E depois corre atrás o prejuízo, gastando mais tempo, fazendo gambiarras, remodelando tudo, pagando os juros.
Eu não posso garantir, mas provavelmente aprendeu OOP como a maioria das pessoas aprendem, ou seja, com exemplos artificiais. Esses exemplos, de livro mesmo, alguns consagrados, ensinam o mecanismo, mas não ensinam modelar sistemas. Pelo contrário faz todo mundo entender tudo errado como se programa orientado a objeto de verdade. Mas não está em um caminho tão errado, a base da pergunta estava indo melhor do que muitos entendem.
Na dúvida a coesão se dá colocando menos nas classes, mas claro se colocar muito menos a coesão é perdida também, e isso é só experiência, não tem receita pronta.
Eu adoro ver as pessoas tentando aprender o certo, mas cada vez eu vejo que a pressão por "resultados" faz as pessoas entregarem "o primeiro modelo que vem à cabeça", muitas vezes seguem alguma receita de bolo, e torce para ser o certo para ela.