Depende do modelo de negócios e da cultura local.
Num resumo geral não existe o que é correto. Existe aquilo que é mais adequado.
A decisão de como modelar depende fortemente dos seguintes fatores:
1. Cultural
2. Gramática (pronúncia, fonética)
3. Localidade
4. Modelo de negócios
5. Adaptações a globalização.
Da lista acima, fiz intencionalmente numa ordem de prioridades.
Como já citado em outras respostas, o formato de nomes possui padrões específicos de acordo com a localidade/cultura e idioma.
Muitos no Brasil optam por nome completo num único campo por ser mais prático. Mas mesmo no Brasil é comum modelagens de 3 colunas (nome, sobrenome e nome do meio).
Num país como o Brasil isso é ainda mais confuso pois as pessoas podem ter mais de 3 nomes, sem contar com nomes que possuem partículas (da, do, de) e outras variantes para nomes que indicam que o nome é herdado de um antepassado (filho, neto). Exemplo:
Maria Conceição da Silva
João Vasconcelos Neto
No caso do João, o nome da família é Vasconcelos. Não existe uma família com nome "Neto".
Nesse caso, como definir o que é o sobrenome e nome do meio para modelagens de 3 colunas?
Isso complica quando os nomes fazem misturas como "João Vasconcelos Neto da Silva"
Normalmente prevalece o último nome como sobrenome, mas isso também depende da lógica de negócios da empresa.
Para quem não quer complicações, é mais prático optar por um único campo e fim de conversa. Contudo, a modelagem do sistema ficará presa a uma regra localizada.
Esse mesmo sistema, dificilmente será reaproveitável numa outra localidade como a Ásia, por exemplo.
A fim de tornar mais claro referente a lista de fatores prioritários, segue leitura abaixo:
Globalização
No Japão as pessoas possuem 2 nomes apenas. Apesar de que isso vem mudando devido a presença de estrangeiros. Mas no geral, um japonês nativo possui apenas nome e sobrenome, sendo que culturalmente o sobrenome deve vir antes do nome.
Há também uma peculiaridade, é comum os formulários pedirem o furigana do nome.
Isso é devido a ideogramas que podem ser difíceis de compreender. Mesmo um japonês nativo pode se confundir ou ter uma interpretação diferente sobre um determinado kanji.
Exemplo: 大道 ー> "Daidou". Mas muitos japoneses podem ler como "Oomichi".
O exemplo aqui não é nome de pessoa. Usei como exemplo para simplificar sobre a importância do furigana nos formulários.
Por isso, para evitar confusão, principalmente ao atender um cliente pronunciando erroneamente o seu nome, existem mais 2 colunas onde registram-se a versão em furigana.
Exemplo
kanji: 山田太郎
furigana (katakana): ヤマダタロウ
*Yamada Tarou
O furigana serve para auxiliar na pronúncia correta do kanji original. Pode ser representado em hiragana ou alfabeto romano. Mas normalmente é em katakana.
Note que a escrita japonesa/chinesa, não possui espaçamento entre as palavras.
Isso dificultaria na abstração de nomes e sobrenomes em modelagens de 1 coluna.
Como culturalmente eles não tem mais de 2 nomes, ficou fácil adotar o padrão de 2 colunas (sobrenome + nome).
Quando um estrangeiro muda-se para o Japão, principalmente estrangeiros do ocidente onde possuem mais de 2 nomes, isso é uma complicação enorme para o governo e empresas adequarem nomes longos e "despadronizados". Aí entra escolha pessoal de cada empresa. Há aqueles que suprimem o nome da pessoa e registram somente o primeiro e último nome e há aqueles que misturam o último nome tudo junto.
O nome João Vasconcelos Neto da Silva transforma-se em:
Sobrenome: Da Silva
Nome: Joao Vasconcelos Neto (sem acentuação)
Obviamente que a vasta maioria deles não tem certeza de como distinguir qual o sobrenome (nome de família) corretamente e por vezes pode ficar assim
Sobrenome: Silva
Nome: Joao Vasconcelos Neto Da
Sobrenome: Neto da Silva
Nome: Joao Vasconcelos
Isso fica estranho quando o nome é impresso num documento, carta, etc. Ficando algo como "Da SilvaJoao Vasconcelos Neto". Dependendo da combinação pode até gerar uma palavra ofensiva ou dependendo da cultura da pessoa, pode ser algo não muito aceitável. Pensando nisso, cria-se uma coluna que serve como flag para dizer que o nome é estrangeiro. Nesse caso o nome é impresso com espaçamento e até uma vírgula "Da Silva, Joao Vasconcelos Neto". Outros são mais sofisticados e imprimem o nome primeiro. "Joao Vasconcelos Neto da Silva". Isso depende muito da mentalidade da empresa. Empresas mais modernas com mentalidade globalizada costumam ter cuidados com detalhes como esse.
Conflitos de documentos
É comum uma mesma pessoa ter o nome "desfigurado" em diferentes documentos. No passaporte, por normas internacionais é proibido suprimir qualquer parte do nome original, portanto o nome permanece completo.
Mas essa mesma pessoa abre uma conta num banco onde possui um padrão de 2 nomes e é inflexível, não aceitando nomes estrangeiros. Mas como norma os bancos precisam registrar exatamente como está o nome no registro de estrangeiro e, o registro de estrangeiro segue o mesmo padrão do passaporte. Nesse ponto começa a "lambança".
O banco vai registrar o nome mais ou menos dessa forma:
Sobrenome: Silva
Nome: Joao Vasconcelos Neto Da
E tiveram que se adaptar, aumentando o espaço das colunas no banco de dados pois não caberiam nomes com tantas letras.
Para complicar mais, não se esqueça que existe o furigana, pois eles precisam saber como pronunciar.
Se fizer um cartão de crédito, o padrão dos nomes num cartão de crédito é sempre 2 nomes e sem espaçamentos. Isso é uma norma inflexível na maioria das operadoras.
O exemplo do João ficaria impresso num cartão de crédito como:
"SILVA JOAOVASCONCELOSNETODA"
Não existe acentuação no idioma deles, por isso removi os acentos
O conflito se dá quando essa pessoa precisa cadastrar-se em serviços onde o nome é autenticado mediante determinados documentos. Então a pessoa preenche o nome tal como está no passaporte e o nome como está no cartão de crédito. Isso gera conflito e fica até impedido de fazer um simples cadastro. Essa situação é comum em modelagens que não se adequam a globalização.
O um tema muito amplo e aqui só falei superficialmente. Como o foco não é específico do Japão, acho que até aqui é o suficiente para explanar as diferentes situações.
Poderia falar mais sobre o cuidado em não "descaracterizar" a pronúncia correta do nome de uma pessoa, mas tornaria a resposta extensa e muito localizada.
Mudanças culturais
Na China, há também certas peculiariaddes. Ao contrário do que muitos imaginam, não possuem apenas 1 ou 2 nomes. As gerações atuais na China costumam adotar um nome em inglês, o qual é registrado oficialmente em suas carteiras de nascimento/identidade.
Tal como no Japão, possuem apenas nome e sobrenome, porém, adicionam um terceiro e até quarto nome em alfabeto romano, normalmente em inglês.
Exemplo: Chen Lee / Alfred Osbourne
O primeiro seria o nome em chinês "Chen Lee" e o segundo um nome em inglês que não quer dizer que seja a tradução do nome chinês. É meramente um segundo nome e sobrenome em inglês.
Não é difícil encontrar na China pessoas com nomes como Marcelo, Sheila, Sarah, Alex, Candy, etc, mas obviamente incorporado ao nome em ideogramas chineses, tal como no exemplo acima. A adoção de um nome em inglês é opcional no momento do registro de nascimento e serve para facilitar para quando viajam para outros países pois os nomes chineses são complicados para uma pessoa de outro país ler e pronunciar.
Normalmente os formulários em sites e sistemas em geral não pedem o nome em inglês de um chinês e sequer mostram tal opção. Isso é mais usado para documentos oficiais.
Citei casos como Japão e China porque é interessante ver que países "homogêneos" (sem muitas misturas de raça ou cultura) são mais globalizados do que países como Brasil que é inclusive um dos mais miscigenados/heterogêneos no mundo. Teoricamente, o Brasil deveria ser um dos países mais globalizados do mundo.