O @utluiz tem razão quando diz que tecnicamente não há diferença. O antagonismo entre os dois termos (não são técnicas, estão mais para filosofias) hoje não é tão forte quanto já foi, e é preciso lembrar de onde eles vêm. Um é na verdade uma evolução do outro, e o que se usa atualmente é o resultado dessa evolução, e de certo modo uma combinação dos dois.
Graceful degradation
Quando surgiu a expressão graceful degradation, não havia suporte padronizado aos recursos mais básicos, e imperava o caos. O browser com a maior fatia do mercado tinha inúmeros bugs de CSS, e não suportava as APIs para JavaScript do W3C. O ciclo de atualização dos browsers era bem mais lento que hoje. Muitos sites e aplicações quebravam em um ou outro navegador – sem falar em dispositivos móveis, que eram bem mais rudimentares e bem menos presentes.
Quando havia suporte a dois ou mais navegadores, isso era feito com técnicas de detecção de browsers e versões específicas de browsers, o que logo se mostrou insustentável. Então veio a ênfase numa solução mais elegante, daí graceful. Na prática, veio a troca do browser sniffing pelo feature detection. Em vez de codificar para um ou outro navegador, verifica-se se o navegador do usuário suporta um determinado recurso, e decide-se como reagir a sua presença ou ausência.
Progressive enhancement
Esse modelo foi um passo adiante em direção a uma web cross-browser. Surgiram polyfills e shims, "tampões" para recursos não suportados, nivelando melhor o que era possível fazer. Paralelamente, foram ganhando espaço o movimento pela marcação semântica, as técnicas de posicionamento em mecanismos de busca, os dispositivos móveis. Isso logo levou o foco do desenvolvimento a passar dos recursos para o contéudo. E só aí surgiu a corrente do progressive enhancement, que representou exatamente essa mudança de ênfase: da degradação (dos recursos) ao aprimoramento (do conteúdo). A distinção pode parecer sutil, mas é importante. O espírito antes era entregar conteúdo "feio" se não houvesse outro jeito. Passou a ser entregar conteúdo "pelado" e acrescentar camadas para quem puder aproveitá-las.
A técnica que possibilita isso não mudou muito, continou sendo feature detection, somada a um cuidado maior com a marcação. Isso foi ficando mais simples de concretizar conforme os browsers foram evoluindo.
Na prática
Ao iniciar o desenvolvimento de um site ou aplicação web, você sempre irá levar em conta:
- O seu público-alvo
- O conteúdo que será apresentado
- Os recursos que esse conteúdo exige
Repare que eu disse exige no último item. Por exemplo, se você cria o site de uma biblioteca JavaScript para manipulação de canvas, é óbvio que as páginas de demonstração da biblioteca dependerão de suporte ao canvas. Usando feature-detection, você pode mostrar um screenshot e/ou uma mensagem dizendo que o canvas é um requisito, mas não faz sentido implementar uma versão funcional sem canvas (por exemplo, em Flash) se o propósito da sua biblioteca não for substituir o canvas quando ele não estiver disponível. Já as páginas de documentação da biblioteca, sem exemplos dela em funcionamento, devem funcionar em mais browsers e dispositivos, pois impõem menos limitações.
Ou seja: o seu conteúdo é quem manda (content is king). Isso está no espírito do progressive enhancement, mas a aplicação prática (exibir conteúdo alternativo ou aparência alternativa quando não há suporte a X) pode igualmente ser vista como graceful degradation.
IE
eu notifico logo que é melhor abrir com o browser X,Y,Z pelos motivos G,H,Y. Se nas próximas versões os quesitos aumentarem e o browser Y não suportar, aplico a mesma técnica. Só não sei se isto se enquadra em qual "filosofia". Acredito que as coisas ficariam mais facilitadas se todos os browser tivessem no mesmo nível e features muito idênticas e padronizadas. Minha opinião.