Estou iniciando os estudos em C#, e estou com dúvida se a linguagem é compilada ou interpretada?
Minha dúvida surge porque ouvi em uma palestra dizer que é compilada, e outros dizendo que é interpretada.
Estou iniciando os estudos em C#, e estou com dúvida se a linguagem é compilada ou interpretada?
Minha dúvida surge porque ouvi em uma palestra dizer que é compilada, e outros dizendo que é interpretada.
Ela é completamente compilada. Primeiro para um código intermediário, depois para código nativo.
Bom, essa é a explicação simples.
Nenhuma linguagem de programação é compilada ou interpretada. Linguagem é algo abstrato. Assim como Java, C# normalmente é usada de forma compilada. Mas isso é um detalhe de implementação, nada exige que seja assim.
Isso pode ser observado também no JS, onde todos pensam ser interpretado (e não está totalmente errado).
Na verdade C# pode ser usada de forma interpretada (em geral as pessoas não usam a não ser como REPL interativo (veja mais).
O que faz as pessoas acharem que C# é interpretada é que ela não costuma gerar o código nativo direto do jeito padrão de usar. Isso é feito por um JITter (Wikipedia) em um segundo momento. O JITter é um compilador que gera código de máquina na hora de executar. No caso da plataforma .NET é feito em cima de um código intermediário mais simples de "interpretar". Mas não se engane, após passar pelo JITTer, não há interpretação.
O normal é o .NET rodar em uma máquina virtual, um runtime. Ele é um mecanismo que controla toda execução da aplicação. Algumas máquinas virtuais são interpretadas. Não é o caso do C#. Ele pega o código intermediário (bytecode) produzido pelo compilador principal do C# e transforma em código de máquina na memória. Isso é feito uma vez na execução e depois usa o código igual seria no C, C++, Pascal, etc.
Há uma ferramenta chamada Ngen
que faz essa compilação e gera um executável nativo para uso direto sem passar pelo JITter. Isso é feito após a instalação do aplicativo .NET, assim ganha tempo na carga do executável. Pode haver outros tipos de ganho, mas pode ter algumas perdas porque o código deixa de ficar adaptativo, na não ser que use um otimizador global baseado em estatísticas de execução. Nas versões mais recentes do .NET Core esta forma foi ampliada e integrada na construção normal da aplicação. E mais recentemente ainda a capacidade de gerar algo AOT foi ampliada.
Mas nada impede que o código seja nativo desde o princípio. O Mono implementa C# de forma nativa, principalmente no Android e iOS que exigem isso. Já existe o .NET Native. E várias outras implementações de código nativo estão sendo desenvolvidas para o .NET Core (LLILC, IL2CPP, entre outros). Isso está um pouco defasado, o .NET padrão já tem capacidade AOT.
Mas não se engane, esse código que não é inicialmente nativo nada tem a ver com interpretação.
Outro detalhe importante é que toda interpretação, no fundo passa por um processo de compilação. A diferença é que o interpretador já executa o código que encontrou e o compilador normal gera um código transformado que será executado posteriormente. Então o conceito de interpretação precisa ser bem entendido. O problema da interpretação é ficar fazendo a análise do código fonte o tempo todo.
Na verdade linguagens puramente interpretadas quase não existem mais, pelo menos entre as mainstream. O mais comum é ter pelo menos uma compilação para um código intermediário. O que costumamos dizer que é interpretado é quando o fonte sempre é necessário para executar. Mas essa definição é muito complicada de fazer. JS, por exemplo é interpretado no sentido que tem que analisar o código todo em cada execução. Mas é executado nativo porque após essa interpretação ele roda nativo. Pelo menos é assim nas implementações mais conhecidas.
Note que praticamente 100% das linguagens com implementação interpretada são dinâmicas em sua tipagem e até forma de execução. Muitas vezes isso traz um peso maior até que a interpretação.
Foi criado o .NET Native que gera código nativo de forma direta e dispensa o JITter. E mais recentemente começou esforços para que o .NET padrão também consiga gerar código nativo direto (Agora já funciona e está ótimo e chama Native AOT e tem várias vantagens), até porque o .NET Native anterior foi abandonado (tem gente da comunidade que ainda tenta mantê-lo). Ao mesmo tempo que hoje o .NET gera WebAssembly que é algo totalmente diferente de tudo isso que falei.
Ou seja, vai ficando tudo mais complicado.
C# têm seus códigos fontes transformados em uma linguagem intermediária (específica de cada linguagem), que será interpretada pela máquina virtual da linguagem quando o programa for executado. a partir dai podemos dizer que ela é uma linguagem interpretada.
Cuidado ao comparar Asp.net com C# o asp.net também é compilado mas tem uma forma de rodar interpretado como projetos do tipo web site e não web application.
"Essencialmente, todas as linguagens .NET (incluindo Visual Basic, C#) são compiladas em código IL idênticos IL. Para ASP .NET esta primeira etapa de compilação pode acontecer automaticamente quando a página for solicitada pela primeira vez, ou você pode executá-la com antecedência (um processo conhecido como pré-compilação). O arquivo compilado com código IL é um chamado assembly."
Aqui está uma das grande magicas do .net framework que é a possibilidade de programar na linguagem que mais lhe convém compilar para um código que é interpretado pelo computador sem precisar modificar ou adaptar seu código.
Lembrando que você pode consumir pelo C# componentes feitos em Vb.Net, J#, Cobol.Net e etc. E todas essas linguagens consumir componentes construídos em C#.
Bons estudos.