Resposta curta
Não tem perda de performance.
Resposta longa
O import
serve para que você não precise digitar o fully qualified name ("nome completo") da classe (por exemplo, poder fazer Date d = new Date();
em vez de java.util.Date d = new java.util.Date();
), e eles são resolvidos em tempo de compilação.
Ao fazer um import pacote.*
, os nomes das classes daquele pacote ficam disponíveis para o compilador, mas isso não quer dizer que as classes em si serão carregadas. O código não vai ficar mais lento por causa disso.
Talvez o uso do .*
cause uma pequena demora na compilação, mas provavelmente será irrisório e imperceptível, e eu diria que é o menor dos problemas. Sugiro se preocupar com coisas que realmente afetam a performance, ou seja, se realmente tem um problema, faça testes adequados para descobrir onde está o gargalo. A causa da performance ruim certamente não será o import
.
Os motivos para escolher não usar .*
são outros. Um é deixar bem claro quais classes você está usando, o que não deixa de ser uma "documentação automática" para quem for dar manutenção no código (logo no início da classe eu já vejo o que ela está usando).
Outro é que pode ocorrer colisão de nomes. Um exemplo clássico são as classes java.util.Date
e java.sql.Date
. Se eu fizer import java.util.*;
e import java.sql.*;
, o código não compila, pois duas classes com o mesmo nome estarão disponíveis e compilador não saberá como resolver a ambiguidade. Uma solução é importar explicitamente uma delas e usar a outra com o fully qualified name (por exemplo, fazer import java.util.Date
e no código eu uso Date
quando quero esta classe, e java.sql.Date
quando quero a outra).
Também podem ocorrer colisões se você importa um pacote com .*
e posteriormente alguém adiciona uma classe neste pacote que colide com alguma outra (de outro pacote) que você está usando.
Estas deveriam ser as preocupações ao optar por um ou outro. A quantidade de linhas é irrelevante (para muitos casos, aliás, código menor não é necessariamente melhor), esqueça isso. Eu pessoalmente prefiro não usar .*
, principalmente pelo primeiro motivo (auto-documentar, deixar bem claro o que está sendo usado).
A maioria das IDE's modernas possuem formas de fazer import
's automaticamente, organizar por ordem alfabética, etc (e se quiser, muitas permitem que você configure se quer .*
ou não). Muitas inclusive removem os import
's que não estão sendo usados (embora também não interfira na performance, pode deixar o código mais confuso, ao listar classes que não são usadas em lugar algum).
Só para mostrar que não há diferença, criei uma classe simples:
import java.util.ArrayList;
import java.util.List;
public class Teste {
public static void main(String[] args) {
List<Object> list = new ArrayList<>();
}
}
Compilei com javac Teste.java
(OpenJDK 11.0.20.1) e depois usei a ferramenta javap
para ver o bytecode gerado - o comando, no caso, é javap -c Teste
.
O resultado foi:
public class Teste {
public Teste();
Code:
0: aload_0
1: invokespecial #1 // Method java/lang/Object."<init>":()V
4: return
public static void main(java.lang.String[]);
Code:
0: new #2 // class java/util/ArrayList
3: dup
4: invokespecial #3 // Method java/util/ArrayList."<init>":()V
7: astore_1
8: return
}
Depois mudei para import java.util.*
:
import java.util.*;
public class Teste {
public static void main(String[] args) {
List<Object> list = new ArrayList<>();
}
}
E o bytecode gerado foi exatamente o mesmo.
Por fim, fiz uma versão sem import
:
public class Teste {
public static void main(String[] args) {
java.util.List<Object> list = new java.util.ArrayList<>();
}
}
E o bytecode gerado também foi idêntico.
Para saber mais:
imports
na mão?