5

Percebi que muitos programadores realizam os import's em Java da seguinte forma:

import java.awt.*;
import javax.swing.*;

Enquanto eu ainda importo recurso por recurso:

import java.awt.Color;
import java.awt.Font;
import javax.swing.JLabel;
import javax.swing.JOptionPane;
import javax.swing.JPanel;
import javax.swing.JTable;
import javax.swing.JTextField;
import javax.swing.SwingConstants;
import javax.swing.table.TableModel;

A minha dúvida é se realizar o import com .* gera benefício, por ter menos linhas no código, ou se gera consequências (como perda de performance) pelo código estar importando mais classes do que o necessário.

2
  • você gerencia os imports na mão?
    – Danizavtz
    Commented 31/10/2023 às 10:48
  • sim, no caso eu vou importando o que estou usando. E se por algum motivo eu deixo de utilizar aquele import a IDE avisa e eu apago ele. Commented 31/10/2023 às 11:43

1 Resposta 1

6

Resposta curta

Não tem perda de performance.

Resposta longa

O import serve para que você não precise digitar o fully qualified name ("nome completo") da classe (por exemplo, poder fazer Date d = new Date(); em vez de java.util.Date d = new java.util.Date();), e eles são resolvidos em tempo de compilação.

Ao fazer um import pacote.*, os nomes das classes daquele pacote ficam disponíveis para o compilador, mas isso não quer dizer que as classes em si serão carregadas. O código não vai ficar mais lento por causa disso.

Talvez o uso do .* cause uma pequena demora na compilação, mas provavelmente será irrisório e imperceptível, e eu diria que é o menor dos problemas. Sugiro se preocupar com coisas que realmente afetam a performance, ou seja, se realmente tem um problema, faça testes adequados para descobrir onde está o gargalo. A causa da performance ruim certamente não será o import.


Os motivos para escolher não usar .* são outros. Um é deixar bem claro quais classes você está usando, o que não deixa de ser uma "documentação automática" para quem for dar manutenção no código (logo no início da classe eu já vejo o que ela está usando).

Outro é que pode ocorrer colisão de nomes. Um exemplo clássico são as classes java.util.Date e java.sql.Date. Se eu fizer import java.util.*; e import java.sql.*;, o código não compila, pois duas classes com o mesmo nome estarão disponíveis e compilador não saberá como resolver a ambiguidade. Uma solução é importar explicitamente uma delas e usar a outra com o fully qualified name (por exemplo, fazer import java.util.Date e no código eu uso Date quando quero esta classe, e java.sql.Date quando quero a outra).

Também podem ocorrer colisões se você importa um pacote com .* e posteriormente alguém adiciona uma classe neste pacote que colide com alguma outra (de outro pacote) que você está usando.

Estas deveriam ser as preocupações ao optar por um ou outro. A quantidade de linhas é irrelevante (para muitos casos, aliás, código menor não é necessariamente melhor), esqueça isso. Eu pessoalmente prefiro não usar .*, principalmente pelo primeiro motivo (auto-documentar, deixar bem claro o que está sendo usado).

A maioria das IDE's modernas possuem formas de fazer import's automaticamente, organizar por ordem alfabética, etc (e se quiser, muitas permitem que você configure se quer .* ou não). Muitas inclusive removem os import's que não estão sendo usados (embora também não interfira na performance, pode deixar o código mais confuso, ao listar classes que não são usadas em lugar algum).


Só para mostrar que não há diferença, criei uma classe simples:

import java.util.ArrayList;
import java.util.List;

public class Teste {
    public static void main(String[] args) {
        List<Object> list = new ArrayList<>();
    }
}

Compilei com javac Teste.java (OpenJDK 11.0.20.1) e depois usei a ferramenta javap para ver o bytecode gerado - o comando, no caso, é javap -c Teste.

O resultado foi:

public class Teste {
  public Teste();
    Code:
       0: aload_0
       1: invokespecial #1                  // Method java/lang/Object."<init>":()V
       4: return

  public static void main(java.lang.String[]);
    Code:
       0: new           #2                  // class java/util/ArrayList
       3: dup
       4: invokespecial #3                  // Method java/util/ArrayList."<init>":()V
       7: astore_1
       8: return
}

Depois mudei para import java.util.*:

import java.util.*;

public class Teste {
    public static void main(String[] args) {
        List<Object> list = new ArrayList<>();
    }
}

E o bytecode gerado foi exatamente o mesmo.

Por fim, fiz uma versão sem import:

public class Teste {
    public static void main(String[] args) {
        java.util.List<Object> list = new java.util.ArrayList<>();
    }
}

E o bytecode gerado também foi idêntico.


Para saber mais:

Você deve fazer log-in para responder a esta pergunta.

Esta não é a resposta que você está procurando? Pesquise outras perguntas com a tag .