Quanto a "garantir tipos" em Python como você está fazendo no código:
Em Python isso não é considerado a melhor prática.
Antes de explicar melhor o porquê é necessário entender que isso é "em geral" - não é regra: claro que há casos em que é desejável e preciso testar o tipo de dado que vem.
Mas via de regra, isso é algo que amarra seu programa a uma prática de "tipagem estática", e você joga fora uma das maiores forças da linguagem que é justamente a tipagem dinâmica.
Por exemplo, nos casos acima, você verifica se o parâmetro é do tipo "tuple", mas com uma comparação estática, pelo tipo "tuple":
type(resolution) != tuple
- perceba que isso funciona se o objeto for uma "tuple" (tupla) - mas vai falhar para qualquer outro tipo de objeto. Não só outras sequências, como listas, arrays, ou objetos personalizados que você crie, mas vai falhar até mesmo para sub-classes do tipo tupla!
Veja:
>>> from collections import namedtuple
>>>
>>> a = namedtuple("r g b")(255,0,0)
>>> a = namedtuple("color", "r g b")(255,0,0)
>>> a
color(r=255, g=0, b=0)
>>> type(a) == tuple
False
>>> isinstance(a, tuple)
True
Então, primeira coisa: se você for fazer a checagem estática de tipo, utilize sempre isinstance
e e nunca type(variavel) == tipo
- senão você quebra justamente o paradigma de Orientação a Objetos.
Segunda coisa: como eu disse, em Python é melhor evitar esse tipo de checagem. Se a função vai funcionar ao receber uma lista com comprimento 3, por que jogar um "type error", só por que é uma tupla?
Como você evita que seu programa faça chamadas erradas? Daí vem a
terceira coisa: (talvez devesse ser a primeira) - testes - para se garantir que seu programa não faça coisas inesperadas escreva testes - tanto unitários quanto de integração. Nesse caso, você vai pegar o tipo de erro que tem com testes de integração: escreva funções de teste que chamem as funções que usam essas classes (funções que criem esses objetos seriam testes unitários) - e veja se alguma dessas quebra. Escreva testes para toda funcionalidade do programa que você completar - e pode fazer isso mesmo antes de escrever a tal funcionalidade.
E por fim, mas não menos importante: você está rabalhando com Python - uma linguagem que permite modificação em tempo de execução do comportamento de funções e classes,e uma série de outras coisas - e ficar verificando parâmetro por parâmetro com isinstance
(ou type(parametro) ==
) - você está realmente nadando contra a corrente.
É possível facilmente escrever um decorador para os casos acima, de forma que você possa descrever os tipos esperados numa única linha acima de cada função/método. Já que você está usando Python3, existe até mesmo uma sintaxe de anotações (annotations), pouco utilizada que pode servir para colocar direto junto a cada parâmetro qual o tipo esperado para o mesmo - veja
https://www.python.org/dev/peps/pep-3107/ para a sintaxe de annotations, e
http://code.activestate.com/recipes/578528-type-checking-using-python-3x-annotations/ para uma receita de como usar as annotations para sintaxe de tipo.
Sem usar a receita, ou annotations, você também pode escrever um decorador para checagem de tipo - veja:
from functools import wraps
from collections import OrderedDict
class CheckTypes:
def __init__(self, *args):
self.parameters = OrderedDict(args)
def __call__(self, func):
@wraps(func)
def checker(*args, **kw):
for parameter_name, passed_arg in zip(self.parameters, args):
self._check_parameter(parameter_name, passed_arg)
for parameter_name, passed_arg in kw.items():
self._check_parameter(parameter_name, passed_arg)
return func(*args, **kw)
return checker
def _check_parameter(self, parameter_name, passed_arg):
if self.parameters[parameter_name] is None:
return
if not isinstance(passed_arg, self.parameters[parameter_name]):
raise TypeError("Parâmetro {} não é do tipo {}".format(
parameter_name, self.parameters[parameter_name]))
O decorador com o uso de annotations fica um pouco mais complexo por conta de se ter que fazer uma introspecção na função decorara para pegar os nomes dos parâmetros passados como posicionais. (Se bem que em Python 3.4, o módulo inspect
da stdlib facilitaria isso).
O decorador acima pode ser usado assim:
>>> class Bla:
... @CheckTypes(("self", None), ("resolution", tuple), ("color", tuple), ("image_path", str))
... def __init__(self, resolution, color, image_path):
... pass
...
>>>
>>> Bla((),(),"")
<__main__.Bla object at 0x7f35abecf050>
>>> Bla(1,(),"")
Traceback (most recent call last):
File "<stdin>", line 1, in <module>
File "<stdin>", line 9, in checker
File "<stdin>", line 20, in _check_parameter
TypeError: Parâmetro resolution não é do tipo <class 'tuple'>
E antes que eu esqueça -- quarta coisa:
veja que sua verificação de parâmetros não melhora em nada nem o seu projeto, nem o quanto de código você tem que escrever.
Você não quer que os erros cheguem ao usuário final em tempo de execução, o que é correto. Mas qual a diferença entre
def minha_funcao(param1):
if not isinstance(param1, pygame.Surface):
raise TypeError("param1 não é do tipo Surface")
e
def minha_funcao(param1):
pygame.draw.rect(param1, ...)
Observe que quando chamamos o pygame.draw.rect
sem uma Surface no primeiro parâmetro ocorre
>>> pygame.draw.rect("", (255,0,0), (0,0,0,0))
Traceback (most recent call last):
File "<stdin>", line 1, in <module>
TypeError: must be pygame.Surface, not str
Ou seja: o mesmíssimo "TypeError" - com ou sem uma checagem estática feita na sua parte do
código. E se você não quiser que o erro chegue ao usuário final, tem que ter um "except" capturando o TypeError
da mesmíssima forma.
(E na sua função mesmo, tanto faz se o primeiro parâmetro é uma Surface "de verdade" ou
qualquer coisa que tenha os mesmas funcionalidades - para as funções internas do Pygame é que
o objeto precisa ser uma Surface)