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Tem um tempinho que uso Linux e sei que alguns comandos possuem argumentos que utilizam o - no início de uma palavra.

Exemplo:

 ls -la

E alguns outros, usam dois traços, assim:

php artisan --help

Porém eu já vi alguns casos onde o traço duplo é utilizado sem nenhuma palavra na frente.

Exemplo 1:

 git checkout master -- file.txt

Exemplo 2:

grep -- -v *

Exemplo 3:

npm run lint -- --fix

No caso, o -- está separado de uma palavra, como no exemplo que dei do --help. Eu cheguei a pensar que isso era específico do git, pelo fato de ser o único comando que aprendi que precisava do -- (como no Exemplo 1). Porém percebi que outros comandos também usam o --.

Sendo assim, pergunto:

O traço duplo tem algum significado especial no Bash? Ou é alguma coisa específica dos comandos citados?

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  • 3
    Você tem um minuto para ouvir a palavra do POSIX?
    – Woss
    Commented 5/12/2019 às 15:09
  • Tenho. Todo ouvidos Commented 5/12/2019 às 15:09
  • 2
    Bem resumido, o -- "solto" é o "fim das flags". Dali pra frente, mesmo que algo comece com -, é valor literal.
    – Largato
    Commented 5/12/2019 às 16:01

2 Respostas 2

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O traço duplo sozinho tem algum significado especial?

Tem sim, ele indica o fim das opções do comando, fazendo com que tudo que venha após ele seja considerado operando.

Ou é alguma coisa específica dos comandos citados?

Não específica desses comandos, mas sim do POSIX, que é um padrão que estes comando obedecem.

POSIX é um acrônimo de Portable Operating System Interface, que é uma convensão (padrão) definido pela IEEE Std 1003.1-2017. É nela que é definido que as opções são indicadas com um único hífen seguido de uma letra (podendo ser agrupadas) e que com dois hifens é um nome extenso da opção. Desta forma é possível diferenciar -Bar, que é o mesmo que passar as três opções -B -a -r, de --Bar, que é apenas uma opção de nome extenso.

Quanto aos hifens sozinhos, define-se:

Guideline 10: The first -- argument that is not an option-argument should be accepted as a delimiter indicating the end of options. Any following arguments should be treated as operands, even if they begin with the '-' character.

Fonte

Vale dar a atenção ao texto "Any following arguments SHOULD BE treated as operands". Ou seja, se o comando em questão está de acordo com o POSIX, então deve aceitar o duplo hifen como forma indicar que o restante do comando serão apenas operandos.

Então quando é feito git checkout master -- file.txt tudo o que vier depois do -- será operando do comando git checkout, que de acordo com a documentação, possui assinatura git checkout [<tree-ish>] [--] <pathspec>... (Veja git checkout --help para mais informações). Ou seja, tudo o que vier após o -- será valor de <pathspec>....

Também é muito útil quando o valor que você deseja passar é uma opção do comando em questão, tal como aconteceu com o grep, que foi passado o valor "-v" como operando. Nesse caso poderia imaginar um comando fictício que atua como proxy de outros comandos: run [<options>] command [<options>...]. Seria necessário achar uma maneira de identificar o que é opção do próprio run e o que será opção do command. Supondo que -V exibe a versão corrente do comando, qual é a diferença de run -V python e run python -V? A versão de quem seria exibida? Já ao fazer run -- python -V não há redundância, dado que agora o -V será passado como operando do comando e não mais opção.

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Significar as opções de fim de comando. Após o traço/hiffen duplos somente parâmetros posicionais são aceitos.

No seu exemplo, o grep pesquisará a string "-v" em todos os arquivos do diretório.

Se não usar o "--" o grep interpretaria o -v como opções do comando, que no caso do grep faz a inversão da busca, isto é, mostra o que não da match.

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