Default
Este é o default porque é ele que dá mais performance (mas logo em versão seguinte deixou de ser, e é curioso porque pra maioria dos cenários que as pessoas que menos se preocupam e usam o MySQL o InnoDB não é o mais adequado). O MyISAM é mais simples, mas principalmente porque é ele que as pessoas mais buscam quando usam o MySQL, é o que fez a fama do MySQL. Ele é preferido porque em grande parte das aplicações simples onde ele é usado, relacionamento de tabelas não é tão importante. Ou até é, mas pode muito bem ser feito pela aplicação. Há quem goste ou precise que este controle seja feito no banco de dados, mas não é o caso de todo mundo, de todo projeto.
Quando usar
Se você precisa de performance e simplicidade vai optar pelo MyISAM. Se precisa dos controles mais apurados, opte pelo InnoDB. Em geral não tem porque optar por ele se você não precisa, e não sabe usar os recursos dele. E grande parte dos projetos pequenos não precisam destes recursos. Alguns mais "maldosos" vão dizer que se você precisa do InnoDB, então é melhor optar por outro banco de dados mais completo, que faz mais por você. Não deixa de ser verdade que o InnoDB deixa um pouco a desejar para alguns outros SGDBs. Alguns dizem até que o MySQL só é uma escolha válida se usar o MyISAM. É claro que outros discordam.
Em geral quando você tem muita leitura e pouca escrita, o MyISAM costuma se sair melhor. O InnoDB pode ter vantagens se a quantidade de escrita verdadeiramente concorrente é muito grande. O que é mais raro.
O InnoDB não tem como ser mais rápido pelo simples fato dele fazer mais coisas que o MyISAM. A não ser que o MyISAM fosse muito mal implementado, ele tem que ser mais rápido. Ele não tem tanta escalabilidade que é diferente de não ter performance. As pessoas às vezes confundem essas coisas. Um banco de dados puramente flat file seria o mais rápido de todos pelo menos para certas operações.
Relacionamento
Você consegue relacionar tabelas com MyISAM. Você só não vai fazer isto na definição do modelo. Não existe uma forma de obrigar o relacionamento acontecer de forma automática, mas faz isto nas suas queries normalmente, sem perder nada. Quando a lógica costuma estar mais na aplicação que no banco de dados é comum preferir não forçar o relacionamento e deixar o JOIN
na query se encarregar disto. Tudo tem vantagens e desvantagens mas isto é outro assunto.
Tradeoffs
Existem sistemas de bancos de dados ainda mais simples e provavelmente mais rápidos. Para cada problema, uma solução. Tudo são escolhas. Não dá para fazer mágica e ter tudo. Embora o MariaDB tentou conciliar um pouco mais essas coisas com o engine Aria (dá para usar com MySQL).
Comparativos
Feature |
MyISAM |
InnoDB |
ACID |
Não |
Sim |
Configuração do comportamento ACID |
Não |
Sim |
Proteção quando quebra |
Não |
Sim * |
Chave estrangeira automática |
Não |
Sim |
MVCC |
Não |
Sim |
Tipo Geoespacial |
Sim |
Sim |
Indexação Geoespacial |
Sim |
Sim |
Indexação Full-Text |
Sim |
Sim 4 |
Cache de dados |
Não |
Sim |
Capacidade total do banco |
256TB |
64TB |
Ocupação de espaço em disco |
Baixa |
Alta |
Ocupação de espaço em memória |
Baixa |
Alta |
Travamento |
Tabela |
Registro |
Capacidade de leitura concorrente ** |
Alta |
Regular |
Capacidade de escrita concorrente ** |
Baixa |
Alta |
Backup facilitado * |
Não |
Sim |
COUNT(8) rápido *** |
Sim |
Não |
Compressão de dados |
Leitura |
Leitura/Gravação |
*
Há controvérsias (já vi muitos relatos que dá problemas)
**
Depende muito da carga real
***
Muitos consideram que isto é irrelevante
Tem uma comparação na Wikipedia.
Coloquei no GitHub para referência futura.
Full-text search
(FTS) foi implementando no innoDB a partir da versão 5.6.4 do MySql, no entanto existem algumas restrições: dev.mysql.com/doc/refman/5.6/en/fulltext-restrictions.html