Vamos ver que tipo ele inferiu e qual o tipo pego quando foi explícito:
import 'dart:io';
import 'dart:mirrors';
void main() {
Map a = {
'6' : 6,
};
var b = {
'6' : 6,
};
print(reflect(a).type.reflectedType.toString());
print(reflect(b).type.reflectedType.toString());
}
Veja funcionando no ideone. E no repl.it. Também coloquei no GitHub para referência futura.
No primeiro você especificou qual era o tipo, mas não ele completo, faltou os tipos de chave e valor. Por alguma razão a linguagem decidiu (se não for um bug do compilador, mas acho que foi planejado assim mesmo) que você deveria usar o tipo completo, portanto dizer quais os tipos da chave e o valor do mapa, ou então ele consideraria que você não quer um tipo específico e aí ele assumiria que você quer algo dinâmico.
Quando estabelece que usará algo dinâmico muita coisa fica livre, o compilador não detecta erros de tipo ali e permite executar, mesmo que não produza o que você espera. No caso ele permitiu trocar o tipo do dado da chave e do valor porque você aceitou que o compilador inferisse que quer, o que entendemos pela sua pergunta ser equivocado, dynamic
. É mais ou menos como uma variável que o valor dela seja 0 se você não colocar valor algum. Se você quer que ela valha 1 então tem que ser explícito.
Quando mandou inferir o compilador inferiu os três tipos possíveis ali, e aí não conseguiu executar algo irregular porque a chave e o valor possuem tipo específico, portanto a chave foi inferida como string
e você está usando um número, e o valor foi inferido como int
e você está tentando colocar um caractere.
Dart tem se mostrado uma linguagem com decisões questionáveis e por ser uma linguagem moderna que pode aprender com os erros das outras faz pensar sobre a qualidade ela (não que afete o futuro, muitas linguagens muito mal pensadas tiveram sucesso, inclusive ela terá sucesso por causa de um framework e não porque ela é boa, isso nunca dá muito certo). Inclusive é ruim por ser inconsistente, e gera dúvidas como essa.
Pior ainda é que ela exige que você seja explícito que quer a inferência quando obriga o uso do var
, e no caso do Map
sem você dizer nada ela inferiu os tipos internos. Então tem dois erros, se você quisesse que ele inferisse o que inferiu deveria obrigar fazer um Map<var, var>
, e deveria usar o mesmo critério e encontrar o tipo específico, o dynamic
nunca deveria ser opção principal do compilador. Ou então deveria ser sempre a opção principal, mas aí a linguagem tenderia a ser mais dinâmica, e todas as regras deveriam refletir isso, na falta de algo explícito deveria ser dynamic
, nunca deveria obrigar o uso do var
.
Parece que Dart não sabe se quer ser uma linguagem dinâmica ou estática. Se quisesse ser estática ela inferiria a parte que não está explícita, ou então daria erro dizendo que não tem o tipo completo e te obrigando a colocar um dynamic
se é o que deseja. Prefiro o primeiro, e se quer o dinamismo que seja explícito.
Para mim foi um erro de design da linguagem, mas eles devem ter uma justificativa pra fazer isso, mesmo que seja uma pra justificar depois que o erro foi cometido. Tem linguagem que adora fazer isso.
A lição é nunca usar uma declaração com tipo incompleto, ou deixa inferir tudo ou coloca todo o tipo. Isto seria o correto:
Map<string, int> a = {
'6': 6,
};
ou, claro, deixar inferir tudo.
Sabendo da regra pode-se usar corretamente, só não pode esquecer dela, que não é intuitiva.