Bom dia.
Sem duvidas uma das partes mais difíceis numa arquitetura de microserviço são os dados. Concordo com vc qndo diz q ela não é bem "vendida".
Recentemente também caí na mesma linha de raciocínio que geraram essas mesmas dúvidas.
Tem um site que me ajudou a entender como os microservices podem se comunicar: http://microservices.io/
Na verdade, vc nao está muito longe, mas ainda é preciso pensar em alguns outros conceitos q vc nao mencionou. Um deles é imutabilidade. Outro, seria segmentar um processo por etapas (ou estágios) ao invés do tudo ou nada, e garantir o sucesso de cada etapa.
Vamos nos concentrar no problema de transação. A ideia é q nao se trabalhe com two phase-commit. Além disso, uma solução q tem sido bem utilizada é mensageria, principalmente com apache kafka.
Dê uma olhada na questao de microservices orientados a eventos com kafka, principalmente com um recurso novo q garante q um evento só seja processado uma vez.
Vamos a um exemplo mais prático. Vou propor um, mas se ainda nao se adequar, vc pode propor e pensamos juntos.
Após uma venda ser concluída, é preciso gerar dois boletos e uma nota fiscal (q será emitida pro sefaz posteriormente). Se não for possível gerar os boletos ou a nota, não deve concluir a venda, já q preciso garantir q uma venda tenha boletos e uma nota. Aqui podemos segmentar por etapa: etapa 1, concluir venda. Após essa, o microservice de venda envia um evento e o microservice de boleto é notificado e gera os boletos, e assim por diante. Para garantir alguma consistencia, caso não seja possível gerar algum dos boleto (por um erro de pk, por exemplo), o "processo" de conclusão da venda deve constar como incompleto e notificar alguém para que seja solucionado. No caso de não poder haver de jeito nenhum uma venda sem boletos, deve-se retornar o status do pedido (transação compensada). Em outras palavras:
- pedido 1 trocar status para 'processando' e após o commit da venda apenas, muda para estagio 'etapa 1 de 3 completa'
- microservice de boletos recebe o evento, cria primeiro boleto com algum status 'processando' (isso garante q nenhum outro processo considere esse boleto como valido até q todo o processo seja concluído)
- microservice de boletos tenta gerar segundo boleto e não consegue, deve enviar evento para microservice de venda para tirar do status processando, para q seja desfeito o q aconteceu lah e informar erro. Aqui, sobre desfazer o q foi feito no microservice de venda, a idéia lá eh q se tenha trabalhado com imutabilidade, ou seja, ao invés de alterar registros q nao seja a venda em si, criar novos registros tb com um status 'pendente' em algum outro lugar (temporario talvez) ou mesmo alterar os registros (o q geralmente nao eh aconselhavel).
Nesse final, se tecnicamente foi permitido utilizar imutabilidade, e houve erros, vc vai ter registros inconsistentes q podem ser excluidos depois.
Ainda existe o problema da concorrencia, q pode ser tratada de algumas formas (timestamping, version, trigger ou sistema)
O ponto realmente é q vc não pode ter o C, A e P do CAP, tem q escolher 2, não tem jeito. Mas isso não significa que não se consiga uma consistencia tão boa quanto o ACID oferece. A questão é que vai dar mais trabalho, sem dúvidas. Mas vc terá possibilidade de um sistema muito mais segmentado, poliglota e reativo. Caracteristicas que valem muito a pena ao longo do tempo.
Talvez o exemplo abordei seja inadequado ou mesmo muito simples de resolver/incompleto. Mas como falei, diga detalhadamente seu cenário para que possamos pensar juntos.