Nota: vou me ater especificamente ao Java e às boas práticas que conheço, pois esta resposta do @bigown (e outras) já abordam muito bem a questão das exceções de forma geral.
Considero nos tópicos seguintes um sistema desktop ou web, mas não um sistema batch sem UI.
Não mostre erros técnicos ao usuário
Não é incomum um usuário ligar para o suporte e gastar 15 minutos para ler IndexOutOfBoundsException
ou algo parecido.
Para situações assim, um sistema sempre deve ter uma captura geral de exceções, isto é, um catch (Throwable)
geral para uso em último caso.
Note que isso não significa que os desenvolvedores devem delegar todas as exceções para esse tratamento "global", muito pelo contrário.
Este é só um caso de não deixar estourar algo estranho para o usuário na tela. Seria um caso do tipo de erro "desconhecido" ou "inesperado" que exige uma intervenção do administrador e a análise de logs.
Abuse dos logs
Uma fada morre cada vez que um programador deixa um catch
vazio:
try {
//lógica
} catch (Exception e) {
//nada aqui!!!
}
Isso torna achar um erro mais difícil do que jogar na Mega-Sena.
Sempre (repito: sempre!) imprima a pilha do erro, a mensagem e os valores relevantes para um arquivo de log.
Exemplo:
try {
Date data = new SimpleDateFormat("dd/MM/yyyy").parse(dataStr);
} catch (ParseException e) {
log.error("Data informada '" + dataStr + "' inválida! " + e.getLocalizedMessage(), e);
}
Dessa forma, mesmo que o erro passe desapercebido para o usuário, será facilmente rastreável via análise de log.
Classifique os erros pertinentes e trate-os
Não gaste tempo demais tentando prever todo tipo imaginável de erro.
E se o HD do servidor pifar? E se a rede cair? E se o SO travar?
Erros que não fazem parte da sua regra de negócio em geral não devem ser tratados.
É lógico que há casos onde você depende de um recurso externo e precisa considerar a possibilidade de algo externo ao sistema falhar.
Imagine a situação onde o sistema imprime numa impressora fiscal. Ele precisa avisar se a impressora estiver com problemas, certo? Mas o sistema não é responsável por diagnosticar ou consertar o dispositivo com problemas. Limite-se a um tratamento geral, como o exemplo:
Ocorreu um erro na impressora e o código retornado foi 123, por favor contate o técnico responsável ou consulte o manual.
Os casos excepcionais pertinentes deveriam estar previstos nos casos de uso
Foi feito um levantamento de requisitos adequado para o sistema. Se foi, os erros que o usuário deve ser informado provavelmente estarão definidos nos casos de uso ou nos diagramas de atividades.
O tratamento de erros deve evoluir com o sistema
Na medida em que o sistema vai sendo desenvolvido, testado e avaliado pelo usuário provavelmente surgirão novos possíveis casos excepcionais.
Algumas vezes vale a pena ir acrescentando tratamentos mais específicos para esses casos.
Por exemplo, imagine que o sistema lê um arquivo de uma pasta compartilhada na rede. Na primeira implementação foi feito um tratamento genérico de IOException
.
Cada vez que ocorre um erro na leitura do arquivo, deve-se verificar se a rede está funcionando, se a pasta está realmente compartilhada, se o servidor não caiu, etc. Porém, após alguns testes notou-se que é comum o usuário esquecer de colocar o arquivo lá, então gasta-se muito tempo verificando onde está o problema.
Num caso assim, vale a pena começar a fazer tratamentos específicos para que o próprio usuário possa tomar uma atitude. Aqui, um FileNotFoundException
é de suma importância.
Considerações finais
Cada sistema tem suas particularidades quanto ao tratamento de exceções, então temos que identificar os casos relevantes para lidar individualmente, deixando apenas as exceções das exceções para um tratamento mais genérico.