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Maniero
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Vou complementar as boas respostas do Renan e Jefferson Quesado que estão corretas, a outra resposta não está (foi apagada).

#Linguagem orientada a objeto

Conforme já respondido ao AP em pergunta anterior, orientação a objeto não é exatamente um mecanismo de linguagem. O paradigma pode ser aplicado à qualquer linguagem, mesmo aquelas que as pessoas não consideram ser orientadas a objeto.

Já acho ruim esse negócio de dizer que a linguagem é orientada a objeto. Pior ainda é dizer que ela é totalmente orientada a objeto, o que não existe na prática, nem Smalltalk é (que alias é absurdamente diferente de tudo o que costumamos usar, e segundo o seu criador o termo orientado a objeto foi cunhado por ele e portanto só esta linguagem ou as que sejam parecidas com ela são realmente OO, mas o conceito mainstream é a OO adotada pelo C++).

Já havia mostrado que OOP é um paradigma secundário e não pode existir por si só.

Algumas linguagens usam mecanismos específicos para ajudar atender os preceitos do paradigma. O mais comum é ter mecanismo de classes, interfaces, etc. Outras possuem mecanismo de protótipos. Algumas linguagens no fundo são protótipos travestidos de classes, muito comum em linguagens dinâmicas, como PHP. Nada impede de existir outro mecanismo totalmente diferente.

Na verdade há controvérsias sobre o que é OOP. Inclusive algumas pessoas falam em OOP quando na verdade estão falando de OOD (design orientado a objeto) que são coisas parecidas mas não são a mesma coisa, porém isto é outro assunto. Há quem nem concorde quais são os mecanismos necessários para que a linguagem seja considerada, pelo menos parcialmente, como orientada a objeto.

#Mecanismos

Cada mecanismo específico pode ser implementado de formas diferentes. Existem vários tipos de polimorfismo, e a linguagem pode implementar todos ou nenhum. Sim, ainda dá para fazer polimorfismo sem que a linguagem facilite, desde que ela seja Turing Complete e toda linguagem de programação deve ser. O polimorfismo genérico inclusive torna a linguagem participante de outro paradigma. O mesmo vale para outros mecanismos. Que eu saiba o único mecanismo exclusivo de OOP, até a data de hoje, é a herança.

Tem linguagem que não tem interface, ou tem de um jeito diferente, tem linguagem que tem trait, tem linguagem que implementa esse e outros mecanismo de forma errada, tem linguagem que diz ter um mecanismo, mas na verdade não tem. Tem linguagem que sequer tem uma sintaxe específica que ajude fazer OOP, conforme já dito antes.

Os mecanismos existem para dar mais comodidade, performance e outros ganhos secundários.

JS não sabia o que é classe, hoje sabe. Ela usa os dois mecanismos, ainda que um seja mais concreto e outro é apenas syntax sugar. Alguns dirão que tudo é syntax sugar, o que eu discordo. Tudo é abstração que é um conceito diferente.

Todas características da linguagem vão interagir com as características específicas de OOP e vão fazer mudanças na sua implementação. Por exemplo, é diferente fazer OOP em linguagem de tipagem dinâmica ou estática, tipagem estrutural ou nominal, e assim por diante.

#Sintaxe

Nos comentários fala-se da sintaxe. Tenho minhas dúvidas se isso é relevante, mas certamente a sintaxe é diferente, seria quase impossível ela ser igual. Até mesmo em linguagens irmãs a sintaxe pode ser parecida, mas é diferente. Se for a mesma, é a mesma linguagem. Eu acho que na verdade queria saber sobre a semântica, e costuma ser diferente também, até pode tudo o que escrevi acima.

#Conclusão

Reforço o que o Renan falou, não podemos mais achar que a Terra é plana ou vacina causa autismo. Estamos na era da informação, onde tudo é muito fácil de ser aprendido, mas também é muito fácil desaprender. Nunca tivemos tantos casos da informação ser consumida rápida e superficialmente dando margem para aprender tudo errado e ficar na mão de quem mais facilmente manipula a realidade percebida.

Eu digo e repito que a maioria das pessoas acham que estão programando orientado a objeto quando não estão. As pessoas acham que criar uma classe é OOP, e não é. Na verdade a maioria dos códigos escritos OO seriam melhores escritos de outra forma, até pela incapacidade do programador de entender o que é OO.

###Design X programação

Eu tenho uma teoria que OO foi criado para separar a função do engenheiro do codificador. A maioria dos desenvolvedores são apenas codificadores. Eu acho que faz sentido neste caso. O engenheiro é um sujeito muito capacitado para fazer um bom design da aplicação e delega para o codificador a criação dos algoritmos e detalhes de implementação.

É claro que o profissional pode, e frequentemente faz ambos, e pode ter vantagem fazer OO mesmo nestes casos casos, o que fica trágico é quando apenas mal sabe codificar e tentar ser engenheiro.

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