Em qualquer sistema operacional moderno é utilizado o recurso de páginas virtuais de memória. Nesse modelo cada processo é dono de todo um espaço de endereçamento e o sistema tem a responsabilidade de mapear o endereço que o processo quer ler para o endereço em que aquela memória realmente está. Isso dá ao sistema diversas oportunidades de otimização úteis, como colocar páginas não usadas no disco (swap), as resgatando quando forem requeridas, ou aplicar o copy-on-write (CoW) em que dois processos compartilham a mesma página.
Dessa forma o sistema já sabe exatamente qual memória pertence a cada processo. E liberar essa memória é tão simples quanto a marcar como uma página lixo que pode ser reaproveitada em outro processo. Ou seja, para qualquer computador moderno, terminar um processo significa liberar toda a sua memória.
Considerando um programa grande, existes diversos problemas quando você aperta em "fechar". O destrutor de todos os objetos serão executados em sequencia, fazendo com que um monte de memória semimorta seja acessada e tenha que ser lida do disco (caso tenha acontecido algum swap) e causando lentidão visível ao usuário final. Está se gastando a vida útil do HD enquanto se desperdiça o tempo do utilizador, tudo errado. Isso apenas para liberar recursos que já serão liberados de qualquer forma pelo sistema, e de forma mais eficiente (libera páginas em vez de liberar objeto por objeto, e não precisa ler dados do disco).
Já se isso é boa prática, é questionável. O design da orientação a objetos espera que tudo que for construído seja, em algum momento, destruído. Então pode acontecer de haver alguma lógica importante acontecendo no destrutor, como salvar configurações no disco. Nesse caso meramente chamar exit(0)
pode ser danoso. Outra forma seria ter uma variável global booleana que seja verdadeira quando o processo está prestes a se encerrar e fazer cada destrutor verificar essa variável, pulando liberações desnecessárias de memória. Mas aqui há pouca vantagem porque um monte de memória precisará ser lida de qualquer forma (voltamos ao swap) e a lógica de destruição se complica e fica não trivial.
Uma solução pode ser ter um mecanismo de notificação que envie algum tipo de sinal a todos os objetos que precisem fazer algo mais na terminação do programa. Pode ser uma lista de callbacks por exemplo. Essa é provavelmente a maneira mais eficiente que não quebra completamente a estrutura orientada a objetos.
O grande problema é que ferramentas que detectam leak vão acusar um monte de problemas no seu programa. Daí é interessante ter dois caminhos de terminação, um desalocando tudo (para debug) e outro indo direto ao exit(0)
. Os dois devem ser igualmente testados, claro. Mas o segundo não precisa passar pelo leak detector.
Mas se lembre que existem outros recursos que não a memória. Os mecanismos de comunicação inter-processual do System V (disponível em alguns *nix, incluindo o linux), por exemplo, são permanentes e sobrevivem a terminação do processo by-design. Para eles é essencial liberar.
Toda essa discussão só é válida para linguagens onde você programador faz o manejo da memória. Para linguagens com coletor de lixo geralmente não haverá muita escolha.