Para testar se o método findAll cumpre o seu papel de retornar todas as entidades de um dado tipo, a melhor opção é disparar esta consulta contra um banco de dados de verdade.
Explico: você está testando uma implementação bem próxima do banco de dados. Entre o seu código e o banco, só existe o framework JPA (EclipseLink, Hibernate, whatever). Como não faz sentido testar estes frameworks nem o banco de dados, você tem que deixar estes componentes executarem o seu trabalho para ver se teu código consegue, a partir da interação com eles, entregar o resultado esperado.
Em alguns projetos, este seu método sequer seria testado porque o custo em testá-lo é grande (grande dependência de outros componentes da arquitetura) e o valor em testá-lo é pequeno (o código em si faz muito pouco, não há regras importantes ali a serem validadas). Nestes projetos, em vez de escrever um teste para este método, este método é que seria mockado, ou seja, seria subsituído por outra coisa ao testar outro código que dependa dele.
Mas existem outros projetos onde a regra é que 100% do código seja coberto por testes ("100% de cobertura"); e há ainda a possibilidade de você querer escrever este tipo de método usando TDD (onde você primeiro escreveria o teste e depois o método findAll para passar no teste). Neste caso, como fazer?
Você pode usar um Fake em vez de usar um Mock
Apesar de que é natural chamar tudo de "mock", talvez caiba aqui uma diferenciação entre estes dois tipos de dublês (doubles) dentro do seu caso específico:
Nesta outra resposta você tem uma lista de outros tipos de dublês.
Mock
O mock valida as interações do código testado com o componente que o mock está substituindo.
No seu exemplo, um mock substituiria o EntityManager e os demais objetos que ele entrega, e validaria se foram chamados os métodos getCriteriaBuilder, createQuery, getResultList, etc.
Veja que isso não se aplica porque você pode querer substituir todo este código que você tem hoje por uma única linha, por exemplo:
public List<T> findAll(Class<T> entityClass) {
return entityManager.createQuery(String.format("select t from %s t",
entityClass.getSimpleName()), entityClass).getResultList();
}
Se você estivesse utilizando o conceito de mock, o teste deste método falharia embora o método ainda cumprisse o seu papel. Além disso, você vai querer testar outros métodos como este, só que mais complexos (utilizando filtro, por exemplo).
De maneira geral, apesar de chamarmos tudo de "mock", raramente um verdadeiro mock ajuda muito. Ele é complexo e a demanda por ele muitas vezes indica um problema de design ou um objetivo obtuso para o teste que se está escrevendo.
Fake
O fake é um tipo de dublê que tem uma implementação completa do componente que se está substituindo.
Ele é utilizado por ser mais adequado aos testes do que o componente real (por ser mais rápido, por exemplo) mas não poderá ser usado em produção por conta de outros requisitos (o cliente prefere usar outro componente ou este que usamos como fake não suporta a carga de produção, por exemplo).
Você usaria um fake aqui para substituir o banco de dados. Os bancos de dados que tenho utilizado com sucesso para isso são o H2 e o HSQLDB.
A vantagem destes bancos de dados em relação a um SGBD mais enterprise (como Oracle e MS SQL Server) é que eles podem ser utilizados totalmente em memória e dentro do mesmo processo dos testes, eliminando a necessidade de comunicação entre processos ou acesso à rede e eliminando o acesso a disco, o que torna os testes muito mais rápidos.
O processo de testes usando um banco de dados em memória como dublê fake é o seguinte:
O projeto conta com uma configuração de acesso a banco alternativa, que é utilizada apenas durantes os testes automatizados. Esta configuração, naturalmente, aponta para o banco de dados em memória.
No início dos testes, o banco de dados é automaticamente criado em memória a partir das definições das entidades do seu projeto.
No início de cada teste, ou seja, na preparação para o teste, você insere no banco as entidades que serão utilizadas por aquele teste em particular, e as deleta no final do teste ou simplesmente faz rollback da transação.
Conslusão
É preciso ter claro o objetivo do teste que se está implementando.
Existem vários tipos de dublês para serem utilizados em testes automatizados e o mock na maioria das vezes é o menos indicado.
Um dublê do tipo fake, por outro lado, pode ser muito útil para testar implementações de acesso ao banco de dados ou para testes de serviços (que atravessam várias camadas da arquitetura).
O que você consegue testar com melhor performance utilizando um banco de dados fake é:
Se as queries continuam funcionando depois de mudar nomes de entidades e atributos ou depois de mudar nomes de tabelas e colunas no banco de dados.
Se a sua implementação de acesso aos dados (repositórios ou DAOs) continua funcionando depois de mudar uma estratégia de consulta, como a substituição que mostrei para o seu código original.
E pode também executar testes de serviços, os quais atravessam várias camadas da arquitetura, inclusive o banco de daddos.