Com certeza existe uma forma de fazer isso sem side effects.
A ideia é usar uma estrutura de dados stateless pra representar o contexto. A função que avalia a AST recebe o contexto anterior e devolve um novo contexto de acordo com as instruções na AST.
Sobre a questão de criar e destruir novos contextos, é muito simples, o programa não terá 1 contexto só, mas sim uma lista de contextos, aí você adiciona um novo contexto ao iniciar uma função, e remove ao finalizar a função. (Como eu disse acima, na prática você não vai realmente adicionar e remover, mas sim criar novas listas)
Eu nunca programei em Elixir, mas imagino que ela disponibilize estruturas stateless. Toda linguagem funcional disponibiliza, senão ficaria inviável de programar nelas.
Abaixo vou deixar uma implementação que fiz um JavaScript. Perceba que eu não modifico o contexto em lugar nenhum, ou seja, esse código pode ser tranquilamente convertido pra uma linguagem puramente funcional.
Deixei alguns comentários no código que serão úteis pro teu entendimento.
const ast = {
"type": "program",
"statements": [
// var a = 1
{
"type": "decl",
"id": "a",
"expr": {
"type": "literal",
"value": "1"
}
},
// function f { ... }
{
"type": "fn",
"id": "f",
"statements": [
// Variável `a` está visível pois é top-level.
// var x = a
{
"type": "decl",
"id": "x",
"expr": {
"type": "var",
"id": "a"
}
},
// Variável `x` está visível pois é do mesmo contexto.
// var y = x
{
"type": "decl",
"id": "y",
"expr": {
"type": "var",
"id": "x"
}
},
],
},
// f()
{
"type": "fn-call",
"id": "f",
},
// Variável `a` permanece visível
// var b = a
{
"type": "decl",
"id": "b",
"expr": {
"type": "var",
"id": "a"
}
},
// O nodo abaixo dá erro! A variável `x` não está mais acessível aqui!
// // var c = x
// {
// "type": "decl",
// "id": "c",
// "expr": {
// "type": "var",
// "id": "x"
// }
// },
]
}
// Função helper pra deixar o código mais legível.
function last(xs) {
return xs[xs.length - 1]
}
// Função helper pra deixar o código mais legível.
function allButLast(xs) {
return xs.slice(0, -1)
}
// Procura em todos os contextos acumulados, ou seja, considera variáveis
// top-level.
// Apesar de usar laços de repetição, perceba que o código é stateless e pode
// ser facilmente convertido pra uma lógica recursiva.
// Perceba, ainda, que o uso do throw é muito feio, fiz assim apenas por
// simplicidade. Retorne um monada que represente a possibilidade de não
// encontrar o item, dessa forma isso fica explícito no sistema de tipos.
function findInContext(context, type, id) {
for (const subCtx of context) {
for (const item of subCtx) {
if (item["type"] === type && item["id"] === id) {
return item
}
}
}
throw new Error(`Identificador ${id} não encontrado`)
}
// Optei por separar a evaluação de expressões e de statements. Isso é gosto
// pessoal, no teu código faça como achar mais apropriado.
function evaluateExpr(expr, context) {
switch (expr["type"]) {
case "literal": {
return expr["value"]
}
case "var": {
const item = findInContext(context, "var", expr["id"])
return item ? item["value"] : null
}
}
}
// A função `evaluate` nunca modifica o contexto, apenas gera novos contextos
// de acordo com o fluxo do programa. Totalmente stateless.
function evaluate(ast, context) {
switch (ast["type"]) {
case "program": {
const newContext = [[]]
const f = (ctx, stmt) => evaluate(stmt, ctx)
return ast["statements"].reduce(f, newContext)
}
case "decl": {
const expr = evaluateExpr(ast["expr"], context)
const id = ast["id"]
const item = { "type": "var", "id": id, "value": expr }
return [...allButLast(context), [...last(context), item]]
}
case 'fn': {
const id = ast["id"]
const statements = ast["statements"]
const item = { "type": "fn", "id": id, "statements": statements }
return [...allButLast(context), [...last(context), item]]
}
case 'fn-call': {
const func = findInContext(context, "fn", ast["id"])
// Cria um novo contexto no qual as variáveis da função serão
// declaradas.
const newContext = [...context, []]
const f = (ctx, stmt) => evaluate(stmt, ctx)
func["statements"].reduce(f, newContext)
// Aqui tá o pulo do gato. Ao encerrar a execução da função,
// retorna o contexto antigo, ou seja, ignora todas as variáveis
// que foram declaradas dentro da função.
return context
}
}
}
evaluate(ast)
src/
, um para o analisador léxicolexer.xrl
e um para o parser que gera minha ASTparser.yrl
. Eu utilizo as ferramentas do erlang LEEX e o YEEC sendo que passo a saída (os tokens) dolexer.xrl
diretamente para oparser.yrl
produzindo a AST anotada no arquivocompiler.ex
imediatamente antes de iniciar a tradução com a funçãotranslate/2
. Essa mecânica é similar ao Flex/Lex + Yacc/Bison.