Antes de tudo, vamos só contextualizar um pouco.
Mecanismos de depuração durante desenvolvimento
Muitas vezes se faz necessário, durante o desenvolvimento de uma aplicação, adicionar certos mecanismos de depuração para poder se ter noção se cada parte dela está funcionando da maneira adequada.
Esses mecanismos, ou ferramentas, podem vir de forma separada, ou até mesmo como uma característica já presente (acho que posso dizer, nativa) na linguagem que está sendo usada para desenvolver a aplicação.
Exemplos que se encaixam no grupo das "ferramentas à parte" são as ferramentas para elaboração de testes, além dos sistemas de depuração embutidos em IDEs (e alguns editores de textos).
E um exemplo que se encaixa no outro grupo é exatamente esse que aqui se trata, isto é, a estrutura assert
, que serve para, em modo de desenvolvimento na maioria das vezes, atribuir condições que devem se tornar verdadeiras. E caso não se tornem, gerem uma interrupção.
Usando a estrutura assert
em Dart
Conforme citei acima, e até como diz a documentação do Dart, a estrutura assert
pode ser usada na sua aplicação para que haja uma interrupção na execução caso uma expressão retorne valor booleano falso, isto é, false
. Usando até o exemplo dado na questão, pode-se entender isso:
void main() {
Nome(null).imprimir();
}
class Nome {
Nome(this.nome) : assert(nome != null && nome.isNotEmpty);
final String nome;
imprimir(){
print('Meu nome é $nome');
}
}
Ou seja, a estrutura assert
deve garantir (e mais uma vez lembro, durante o desenvolvimento) que o valor passado como argumento para o construtor da classe Nome
(e que será guardado no campo nome
):
- Não é nulo (
null
);
- E, sendo uma string, não é uma string vazia.
Além disso, você pode ainda fornecer uma mensagem customizada para caso a condição não seja atendida, dessa forma:
Nome(this.nome) : assert(nome != null && nome.isNotEmpty, "'nome' está se tornando nulo ou é uma string vazia");
Como executar da forma correta?
Dependendo de como o código-fonte será compilado, são feitos procedimentos diferentes, conforme diz a documentação.
Usando a ferramenta dartdevc
Essa ferramenta, assim como o dart2js
, é utilizado para converter código Dart em código JavaScript, já que o Dart também pode ser utilizado na web. A diferença é que o dartdevc
, como o nome pode sugerir, é usado para desenvolvimento somente, portanto, ele deixa as estruturas assert
ativas. Dessa forma, basicamente, para compilar usando essa ferramenta, usa-se isso:
dartdevc <nome_do_arquivo_fonte>.dart -o <nome_do_arquivo_resultante>.js
Usando as ferramentas dart
e dart2js
Já as ferramentas dart
e dart2js
(a última ainda mais por ser para produção) exigem que seja passada a opção --enable-asserts
para que as estruturas assert
funcionem. Assim, para compilar o código-fonte, faz-se:
dart --enable-asserts <nome_do_arquivo_fonte>.dart
// ou
dart2js --enable-asserts <nome_do_arquivo_fonte>.dart [-o <nome_do_arquivo_resultante>.js]
Caso não seja passada a opção, as estruturas assert
que tiverem presentes não terão efeito.
E conforme pedido, aqui está uma screenshot do uso com e sem a opção:
E também com a mensagem customizada:
Usando asserções no Flutter
E para utilizar-se das asserções no Flutter, basta que o app esteja sendo executado no modo debug, que geralmente é o modo padrão durante o desenvolvimento.
Espero ter ajudado!
--enable-asserts
deve ser passada juntamente com o arquivo que será executado, para ativar osAssertionError
s. Já tentaram pedir que oferecessem um meio de ativar essa opção pelo DartPad.