Sua pergunta trata de dois aspectos da nomeação de métodos; semântica e formatação, por assim dizer (classificações que me ocorreram agora).
Formatação
A questão da formatação é simples:
- faca_alguma_coisa()
- facaAlgumaCoisa()
- FacaAlgumaCoisa()
A formatação é convencionada pelo time e é fácil de compreender e de manter. Eu sempre proponho ao time identificar a cultura da linguagem e seguir esta cultura. Por exemplo, em java utiliza-se muito o lowerCamelCase, diferente do C#, onde utiliza-se mais o UpperCamelCase para nomes de métodos, que é diferente de Ruby, onde utiliza-se lower case com underline como separador. Mas a decisão final é do time e um analisador automático de código pode identificar fácil o código que não estiver seguindo a convenção.
O que é mais importante aqui sobre a formatação é que não existe uma convenção para o TDD. Existe sim uma convenção para o time ou para o projeto. Todo o código deve seguir a convenção, seja o código de produção ou o código de testes.
Semântica
Como sabemos, o nome de um método deve revelar o seu comportamento, e deve obeder a linguagem de negócio (quando ele tratar de negócio). E a assinatura do método deve garantir a abstração de como o método trabalha. A assinatura deve revelar ao consumidor tudo que ele precisa saber sobre o método sem precisar olhar o código dentro dele.
O código dos testes unitários tem um conceito diferente. O nome de um
método de teste unitário não tem que revelar com precisão o
comportamento que ele espera, tampouco tem que revelar as condições,
entradas e saídas ("when..given.then")!
Embora o nome do método tenha que ser significativo, é o corpo dele, o código dentro, que vai descrever as condições, entradas e saídas esperadas.
Veja este exemplo:
public class JogoVelhaTeste {
@Test
public void naoHaVencedor() {
String[] tabuleiro = {
"X", "O", null,
"O", "O", null,
"X", null, "X"} ;
JogoVelha jogoVelha = new JogoVelha();
assertNull(jogoVelha.obtemVencedor(tabuleiro));
}
}
Quando eu quiser saber o que determina se não há vencedor, o nome do método me permite encontrá-lo entre os outros, mas para saber de fato qual entrada determina que não há vencedor (no caso, um tabuleiro com determinadas jogadas), e para saber como é retornada a informação de que não há vencedor (no caso, o método obtemVencedor retorna null), eu olho o código dentro do método.
Assim, o próprio código dentro do método é a documentação das condições, entradas e saídas. E é uma documentação executável! Nunca estará desatualizada, como pode ocorrer com os comentários.
O artigo do Roy Osherove dá umas dicas bacanas, mas você não precisa de um método chamado Sum_NumberIgnoredIfBiggerThan1000
. Seria melhor chamar de Sum_NumberIgnoredWhenTooBig
, que provavelmente é suficientemente significativo. As entradas, como eu disse, estão descritas no póprio código dentro do método.
O teste não deve depender de comentários
Neste exemplo, o autor sugere um comentário para descrever o teste. Ok, não é um simples comentário; é atributo .Net! Mas no final não passa de um comentário, que não compila, que não afeta o funcionamento do teste, e que pode ficar desatualizado, e que só vai ser lido como última opção do desenvolvedor quando ele estiver procurando por um teste em código antigo (assim como o desenvolvedor também pode ler o código dentro do método).
Veja:
[TestMethod]
[Description("Given two tables And same data But different column order | When TableAssert | Then true")]
public void ColumnOrderDoesntMatter()
O nome deste método já é bastante significativo. Dispensa o comentário. As condições, entradas e saídas podem ser verificadas no corpo do próprio método, o qual o autor do exemplo não revela mas que bem pode ser algo assim:
[TestMethod]
public void ColumnOrderDoesntMatter() {
Table tableAscValues = new Table("value 1", "value 2");
Table tableDescValues = new Table("value 2", "value 1");
Assert.Equals(tableAscValues, tableDescValues);
}
Trazer de volta o comentário (Description) para o método acima seria redundante.
Behavior Driven Development (BDD)
BDD é diferente de nomear o método no estilo when..given. then. BDD trata-se de escrever testes com esta semântica utilizando uma linguagem executável. Então, assim como no meu exemplo (que não é BDD), é o corpo do método de testes que diz as condições, entradas e saídas, e não o nome do método.
Escolhendo um nome de método de testes usando TDD
Em TDD escrevemos o teste primeiro. Muitas vezes ainda não sabemos como será o design da solução - ele vai emergir a partir dos testes. Então pode ser muito difícil escolher imediatamente um bom nome para o teste. Não tem problema. Escolha um nome qualquer que revele mais ou menos a intenção do que você quer testar, depois escreva mais alguns testes, depois revisite todos os métodos recém criados e os refatore, inclusive melhorando seus nomes.
Conclusão
O formato do nome do método de testes (lower camel case, underline...) deve seguir as mesmas regras do código de produção. Estas regras são convencionadas pelo time.
O nome do método de testes deve ser significativo, deve descrever sobretudo o comportamento de negócio que se está testando; mas as condições, entradas e saídas são descritas pelo código dentro do teste. Um método de testes não tem o mesmo tipo de abstração que devem ter os métodos dos objetos de negócio.
O corpo do método de testes é a documentação executável do comportamento do sistema.