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Qual a diferença entre teste unitário e teste integrado, seus benefícios e exemplos de um para o outro.

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Teste Unitário

Descrição: É a forma de se testar unidades individuais de código fonte. Unidades podem ser métodos, classes, funcionalidades, módulos, etc. Depende muito do que é a menor parte que seu Software pode ser testado.

Objetivo: dos testes unitários é mostrar que cada unidade atende corretamente sua especificação.

Exemplo: testes automáticos criados para darem entradas e conferirem saídas a cada método, permitindo que se saiba que está funcionando de acordo com o esperado.

Benefícios: encontrar problemas o quanto antes, facilitam a mudança da unidade, simplificam a integração e melhoram a documentação.

Teste Integrado

Descrição: É a forma de se testar a combinação das unidades em conjunto.

Objetivo: Nesse caso, a ideia é encontrar falhas na junção destas unidades. Pode ser que a classe X funcione bem sozinha, mas ao ser utilizada pela classe Y, ela deixe de funcionar.

Exemplo: Colocar todo o software para rodar e começar a usar diversas funcionalidades consideradas centrais no seu programa para confirmar que ele roda e as principais funcionalidades fazem o esperado.

Benefícios: além de testar funcionalmente, pode assegurar performance e confiabilidade. Ajudam a garantir que o trabalho de um desenvolvedor não está afetando o trabalho de outro e em equipes grandes isso pode fazer toda a diferença se forem realizados com frequência.

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  • Depuraração de código pode ser considerado um teste unitário ?
    – Igor PTZ
    2/09/2018 às 3:35
  • 1
    Rogi93, apesar de a depuração de código ser uma forma de encontrar um bug ou problema que você sabe que existe e corrigir o problema acaba não servindo como teste unitário. O teste de unidade deveria ser algo que você vai rodar repetidamente. Se o teste falhar, aí sim você vai depurar o código pra encontrar o problema e corrigir. 29/10/2018 às 19:14
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Complementando a resposta do Rodrigo com exemplos:

Teste Unitário (que os puristas gostam de chamar de "teste de unidade". Blorg!): você tem a seguinte função no seu sistema (super simplista):

def soma(a, b):
    return a + b

Em seus testes unitários você fará "afirmações" (assertions) para ter certeza de que sua função está funcionando como deve. Em Python:

assert soma(7, 1) == 8
assert soma(-1, -1) == -2

Teste Integrado (ou "teste de integração"): você tem as seguintes funções (novamente simplistas):

def soma(a, b):
    return a + b

def multiplicacao(a, b):
    return a * b

def minhaFuncaoNadaVer(a, b):
    return soma(
        multiplicacao(a, b),
        multiplicacao(a + b, b)
    )

Após você ter feito Testes Unitários para as funções soma e multiplicacao, agora você vai fazer um Teste de Integração da função minhaFuncaoNadaVer, afinal ela integra duas funções do seu sistema (soma e multiplicacao). Em Python:

assert minhaFuncaoNadaVer(12, 6) == 180
assert minhaFuncaoNadaVer(1, 90) == 8280
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Vamos começar explicando a confusão dos termos, primeiro o tal "teste unitário".

Ele é um erro linguístico e não existe de fato, ainda que grande parte das pessoas o chamem assim. Até pode existir, mas seria um teste com pouca serventia. Teste unitário é um teste único não vejo vantagem em fazer um único teste, queremos testar várias coisas.

Em inglês chama-se Unit Test, ou seja, Teste de Unidade. Então vou responder o que é Teste de Unidade.

E não existe "teste integrado", mesmo que algumas chamem assim. Até existe, mas não é o que quer saber. Qualquer tipo de teste que seja integrado com alguma coisa é um teste integrado. O termo correto aqui é Teste de Integração. Integration Test tem tradução fácil, não deveria ser sido usado de forma equivocada.

Se não usarmos os nomes corretos, todo o resto será entendido errado ou não entendido. E não duvide que grande parte das pessoas fazem os testes errados, em parte porque sequer sabem falar o nome deles.

Não que eu ache a Wikipedia uma referência canônica confiável, mas veja como eles chamados https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_unidade e https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_integra%C3%A7%C3%A3o.

Teste de Unidade

É o teste usado para testar unidades do código. O termo unidade é usado porque exatamente o que ela é, não está definido, pode ser uma função, um tipo, um módulo, o que for. Embora na prática quase todos os testes sejam feitos em cima de funções.

Geralmente escreve-se vários testes para cada unidade. É importante tentar reproduzir as diversas ações que podem ser tentadas naquela unidade.

Não só deve-se testar em condições que dará certo e produzirá os resultados esperados em diversas combinações de uso, mas também testar o que acontece quando as condições não são adequadas para produzir um resultado correto e algo deve acontecer indicando isso, portanto até o erro deve ser testado.

De fato, testar o erro é mais importante que testar o acerto.

Eles existem para confirmar a especificação estabelecida na aplicação para aquela unidade. E acontece muito da formalização da especificação em muitas metodologias ocorrer no código do Teste de Unidade.

Em muitos casos os testes são escritos antes do código justamente por ser a especificação. E também uma forma de forçar um melhor planejamento do código para que ele seja testável. Isso ocorre principalmente em algo chamado TDD.

Em muitos outros casos os testes são criados para evitar o efeito chamado regressão. Então quando você identifica que algo acontecerá se mexer no código ou se encontrar um erro, escreve o teste para evitar que ele volte acontecer ou que passe acontecer em uma manutenção.

O ideal é que estes testes sejam códigos muito simples, que não criem dificuldade e que não sejam difíceis de ler e entender sem muito esforço, justamente porque não queremos erros nos testes.

Também o ideal é ter alguma ferramenta que os execute e dê um relatório se tudo está passando nos testes (lembrando que dar erros pode ser passar em certos testes que espera o erro mesmo).

Este tip ode teste pode ter objetivos diferentes. O mais óbvio é evitar erros no software. Mas pode ser também para documentar melhor e facilitar a manutenção, dando confiança (muitas vezes exagerada e imprópria) para o programador criar e alterar seus códigos, sabendo que os erros serão detetados.

O problema é que, ao contrário do que as pessoas entendem, eles não garantem a qualidade do software, até porque é difícil testar toda situação, e até mesmo garantir que os testes estão certos. Por isso é uma ferramenta importante de formalização, mas não pode ser usado como garantia de que tudo está certo.

Há alguma controvérsia, mas geralmente os testes são aplicados somente à API pública.

Pegando exemplo da Wikipedia de como ele se parece:

interface Adder {
    int add(int a, int b);
}
class AdderImpl implements Adder {
    public int add(int a, int b) {
        return a + b;
    }
}

import static org.junit.Assert.assertEquals;

import org.junit.Test;

public class TestAdder {

    @Test
    public void testSumPositiveNumbersOneAndOne() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(2, adder.add(1, 1));
    }

    // can it add the positive numbers 1 and 2?
    @Test
    public void testSumPositiveNumbersOneAndTwo() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(3, adder.add(1, 2));
    }

    // can it add the positive numbers 2 and 2?
    @Test
    public void testSumPositiveNumbersTwoAndTwo() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(4, adder.add(2, 2));
    }

    // is zero neutral?
    @Test
    public void testSumZeroNeutral() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(0, adder.add(0, 0));
    }

    // can it add the negative numbers -1 and -2?
    @Test
    public void testSumNegativeNumbers() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(-3, adder.add(-1, -2));
    }

    // can it add a positive and a negative?
    @Test
    public void testSumPositiveAndNegative() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(0, adder.add(-1, 1));
    }

    // how about larger numbers?
    @Test
    public void testSumLargeNumbers() {
        Adder adder = new AdderImpl();
        assertEquals(2222, adder.add(1234, 988));
    }
}

Coloquei no GitHub para referência futura.

Para quase todas as tecnologias têm várias ferramentas e frameworks auxiliares para ajudar e automatizar testes.

Teste de Integração

Como o nome já sugere ele testa o código de forma integrada, e ele testa justamente como as unidades são integradas entre si, é um teste mais amplo.

O objetivo principal é descobrir se as unidades conseguem produzir os resultados esperados quando usadas em conjunto.

Em alguns casos é possível estabelecer objetivos que vão além do simples funcionamento. Não é para testar apenas se dá um certo resultado, mas também que atende todas as especificações, tais como performance e até usabilidade.

Ele costuma ser menos praticado por ser mais difícil de fazer adequadamente, porém sem eles o teste fica bastante prejudicado e perde muito do seu valor. E justamente por isso precisa de mais ferramentas, que nem sempre são adequadas ou estão disponíveis no cenário específico. Existem casos que não é feito com código, ao contrário do Teste de Unidade.

O fato de não darem importância ao Teste de Integração é onde faço críticas ao Teste de Unidade, já que este último é tão glorificado sem muito sentido. É muito comum as pessoas não usarem os testes como ferramenta eficaz, mas sim como dogma. Por isso eu costumo dizer ironicamente:

Não faça testes

Se não é para ser eficaz não tem por que fazer.

Tranca de porta que funciona mas não é eficaz Clique para ver animado.

Para mais informações.

Conclusão

A internet está cheia de erros gritantes. Alguns deles vão para livros. Aqui mesmo, um local onde o conteúdo é classificado, quase sempre por profissionais experientes na área, tem muitos votos em respostas que o nome está errado, mesmo que a definição esteja certa. Sem ninguém fazer uma observação sobre isso. Esta resposta por ser atrasada terá quase nenhum voto e não terá aceitação (até poderia trocar, mas na prática não acontece, a pessoa que poderia não volta) e fica a informação errada prevalecendo e ensinando errado, perpetuando o erro e o validando como se fosse certo. Por isso é difícil aprender certo.

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