O que é monkey patch em programação e qual a utilidade e o risco de utilizar tal técnica?
Esse conceito varia de tecnologia pra tecnologia, de linguagem pra linguagem ou do que?
E um outro questionamento: por que esse nome tão esquisito?
O que é monkey patch em programação e qual a utilidade e o risco de utilizar tal técnica?
Esse conceito varia de tecnologia pra tecnologia, de linguagem pra linguagem ou do que?
E um outro questionamento: por que esse nome tão esquisito?
O termo, que tem um nome estranho, se refere à quando você modifica ou estende o comportamento de uma aplicação em seu tempo de execução. O termo de forma popular é chamado de monkey patching, mas tecnicamente dynamic runtime patching.
O termo já era conhecido, mas o Google Trends mostra que se popularizou com o Ruby, linguagem que permite o monkey patching de forma ridiculamente fácil. Veja:
puts "vnbrs".upcase
class String
def upcase
"Você foi trollado pelo monkey patching!"
end
end
puts "vnbrs".upcase
O output:
VNBRS
Você foi trollado pelo monkey patching!
Perceba que o comportamento da classe String
foi alterado em tempo de execução, visto que consegui sobrepor um método da classe.
O Ruby, assim como o Python, tem a premissa de que o programador sabe o que está fazendo, então coisas como essa ficam mais acessíveis. Em linguagens como Java e C#, o processo fica um pouco mais restrito. Há quem diga que é uma proteção contra a maior ameaça de uma aplicação: o desenvolvedor.
Mas sim, monkey patching pode ser perigoso como nesse caso da String
. Há alguns usos, como já citaram em outras respostas, para utilizar como workaround de algum bug ou comportamento estranho nas aplicações, mas que pode, se mal-executado, complicações maiores.
O Wikipedia traz algumas informações legais sobre os altos e baixos do monkey patching. Se ele for mal documentado, pode causar problemas:
Platão disse:
Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal.
E por mais que tenha quem não goste, o monkey patching pode ser bastante útil para quem escreve testes automatizados. Um pequeno exemplo em Ruby de um teste:
# ./user_service.rb
module UserService
extend self
BASE_URI = "https://api.brasil.gov.br/"
def fetch(username)
response = HTTP.get("#{BASE_URI}/pessoas/#{username}")
JSON.parse response
end
end
# ./user_service_spec.rb
class HTTP
def self.get(url)
'{"username":"vnbrs","name":"Vinicius Brasil"}'
end
end
describe UserService do
subject { UserService.fetch("vnbrs") }
it "returns the user" do
expect(subject.name).to eq "Vinicius Brasil"
end
end
Fazendo monkey patching na classe de HTTP, é possível criar um mock para os testes.
O C# tem algo como "monkey patching" através dos Extension Methods, o que não permite modificar, porém adicionar comportamento. É seguro e amigável para o desenvolvedor. Não é bem monkey patching pois não te deixa mudar comportamento, mas sim estender, e a nível de compilação.
Em outras linguagens que não tenham um suporte tão claro para extensão ou modificação em tempo de execução, existe a metaprogramação e a reflexão, que podem dar algum tipo de flexibilidade nesse sentido.
Python, por exemplo, assim como Ruby, dá uma grande flexibilidade para monkey patching, vez que as classes são mutáveis e os métodos são meros atributos. Veja o exemplo em Python:
class Pessoa:
def falar_oi():
return "Oi!"
Pessoa.falar_oi()
# => "Oi"
Pessoa.falar_oi = lambda: "Não quero!"
Pessoa.falar_oi()
# => "Não quero!"
A etimologia do termo é meio obscura. Poucas fontes falam sobre, mas é comum ouvir que monkey patch vem de guerrilla patch, referindo-se à modificar o comportamento às escondidas, de forma sorrateira. Virou monkey pois guerrilla tem a pronúncia quase idêntica à gorilla.
We talked about sneaking in and altering Python code at runtime; the term Guerrilla Patching was used because sometimes dynamic patches could interfere and conflict. Conflict -> Guerrilla warfare, as the conflict was dynamic and depended on the terrain. [fonte]
É uma gambiarra que permite modificar uma aplicação quando ela está rodando ou fora do contexto normal dela. Ela é necessária para consertar problemas ou modificar um comportamento que a aplicação não permite.
É possível modificar os fontes quando se tem para resolver um bug.
Quando o software atualizar você vai perder esse patch.
Em sistemas como o Protheus por exemplo se faz muito isso, sem mexer nele fora do normal não consegue usar. Cada modificação que eles te mandam tem um problema novo e você que tem que consertar.