EJB é uma tecnologia para o desenvolvimento de aplicações distribuídas. Os diferentes servidores de aplicação efetuam a distribuição de forma diferente. O EJB, o CDI, o JSP e o JSF são apenas especificações, e as implementações específicas de cada container variam bastante. Todos eles têm extensões proprietárias não portáveis.
Esses servidores de aplicação implementam EJB, JSP, Servlets, CDI e outras coisas, mas o fazem de formas diferentes. Até mesmo no JSP, cada container o compila de um jeito diferente. Eles também são configurados e administrados de formas bem diferentes e incompatíveis entre si.
Simplesmente juntar um monte de dependências com o Maven em um servidor de aplicação qualquer não funciona porque cada servidor têm as suas dependências específicas e incompatíveis com os demais. Nesse caso, você precisa colocar as dependências compatíveis com o servidor de aplicação no caso. Porém para isso, você não precisa do Maven, porque essas dependências já estão lá.
Por exemplo, o Wildfly utiliza o Weld para prover o CDI. Se você tentar usar o Weld para isso no Glassfish ou no Tomcat, ele vai falhar terrivelmente.
O Tomcat e o Jetty não são servidores EJB, implementam apenas a parte do Servlet e JSP. Entretanto, é possível utilizar o OpenEJB como dependência Maven para adicionar o EJB ao Tomcat (e acredito que no Jetty também, mas não tenho certeza). Nos demais servidores de aplicação, isso não faria sentido e provavelmente nem funcionaria porque eles já tem as suas próprias implementações de EJB/CDI/etc.
Além disso, o Jetty por exemplo, tem uma implementação própria de websockets não portável para outros servidores de aplicação. O pacote de COMET do Glassfish não roda em nenhum outro servidor de aplicação que não o Glassfish.
O Jersey é a implementação do JAX-RS para o Glassfish enquanto que o RestEasy é a do Wildfly. Além de serem implementações do JAX-RS, também são extensões dele. Ou seja, há coisas que existem no RestEasy que não existem no Jersey e vice-versa. Tentar usar o RestEasy no Glassfish ou o Jersey no Wildfly vai resultar em erros na implantação. Adicionar algum pacote qualquer no classpath ao usar o Maven não vai resolver o problema.
Outra diferença forte entre os servidores de aplicação concerne no uso de MDBs. Há diferentes ferramentas que implementam as filas de mensagerias dos MDBs, e essas ferramentas frequentemente são acopladas a servidores de aplicação específicos.
Ou seja, todos os servidores de aplicação têm recursos exclusivos que não tem como ser adicionados aos demais por meio do maven (ou qualquer outr coisa que os coloque no classpath) por serem fortemente amarrados a detalhes internos do servidor de aplicação que o disponibiliza.
E essa é a armadilha dos servidores de aplicação. A ideia do "Write Once, Run Everywhere" e da portabilidade são apenas meias-verdades. O fato é que nos servidores de aplicação, o código é portável enquanto manter-se rigorosamente dentro do padrão, mas todos eles têm bibliotecas, configurações e mecanismos específicos e exclusivos de cada servidor de aplicação que vão dificultar a sua vida caso queira fazer uma migração ou adicionar dependências que tentem extender as capacidades do servidor de aplicação.
Quanto ao @Inject
no lugar de @EJB
é porque o CDI é mais novo que o EJB. O EJB tem um mecanismo de injeção de dependência que permite injetar EJBs (anotados com @Stateless
, @Stateful
ou @Singleton
) em locais anotados com @EJB
(há outras anotações para injetar outras coisas, tal como @Resource
e @PersistenceContext
).
Quando o CDI foi concebido, a anotação para a injeção de dependências criada foi o @Inject
. Para ter interoperabilidade com o EJB, o CDI também reconhece o @EJB
.