Basicamente você entendeu. O &
cria uma referência, então o valor que obterá é um ponteiro, ou seja, um endereço de memória do local onde realmente está o dado (referência é algo que se refere a algo). Entenda a referência como um endereço onde está uma casa, e a casa é o objeto real.
Quando você declara x
com valor 10. implicitamente está dizendo que o tipo dessa variável é um int32
(há uma inferência do tipo de acordo com o valor colocado), então é reservado um espaço na memória para colocar um valor deste tipo (é reservado 4 bytes).
Quando você declara y
está implicitamente dizendo que o valor é um endereço para alguma coisa (o tal operador &
indica isto), então tem que reservar um espaço na memória para guardar isto (os tamanhos mais típicos são 4 ou 8 bytes dependendo da arquitetura ser 32 ou 64 bits).
Entenda que o valor de y
é o endereço de onde está x
, conforme indica a expressão usada. Cada variável terá um valor diferente, um é 10 e o outro é algo parecido com #F2C8D4 (notação hexadecimal tipicamente usada em endereços) que é o endereço de memória onde está o 10.
Note que os dois tipos são muito diferentes. Mesmo quando ele tem 4 bytes é só uma coincidência, toda semântica do tipo é diferente. Em hipótese alguma você pode confundir uma coisa com a outra, é como comparar abacate com picanha. ambos são de comer mas em contextos diferentes e jeitos de preparar muito distintos, você não pode usar do mesmo jeito.
Se você tentar acessar y
em tese você deveria acessar o endereço contido ali. Mas quase nunca é o que deseja, então a linguagem provê o acesso indireto automático ao valor referenciado por este endereço. Isto quer dizer que se o objeto estiver em contexto isolado você não precisa usar o *
. Mas pode usar se acha melhor deixar explícito. Em alguns casos se não fizer isto dará problema. O caso usado na pergunta é um deles.
Se você tentar comparar y
que é um endereço com x
que é um inteiro, os tipos são incompatíveis e não tem como dar um resultado adequado, então precisa fazer algo para torná-los compatíveis e aí depende do que deseja. Pode querer comparar endereços e aí o inteiro virar um endereço, ou pode querer comparar o valor do inteiro com o valor apontado do outro lado. Você tem que ser explícito no que quer. Então usando o *
está dizendo que quer pegar o valor apontado por y
para comparar com o valor contido em x
.
Como o valor apontado por y
é exatamente o mesmo objeto de x
não tem nem como ser diferente.
Olhando de outra forma, vamos transformar os operadores em funções para dar o resultado que deseja. Primeiro vamos fazer a adição que é um operador que todos entendem:
y + x
y.plus(x)
y = &x
y = AddressOf(x)
*y = x
ValueOfAddress(y) == x
Coloquei no GitHub para referência futura.
O as
não funciona porque não tem nenhuma regra específica criada para fazer os tipos se tornarem compatíveis fazendo isto, a única forma é o operador *
. Poderiam ter criado isto, mas pode ser confuso, acharam melhor não fazer, não importa onde use.