Atenção: update no magrittr 1.5
A partir do magrittr 1.5, o ponto (.) do operador %>%
funciona com chamadas aninhadas. Dessa forma, ele substitui corretamente o ponto dentro de row.names(.)
e agora o exemplo funciona normalmente sem qualquer modificação.
dados <- mtcars %>% mutate(nomes=row.names(.))
head(dados)
mpg cyl disp hp drat wt qsec vs am gear carb nomes
1 21.0 6 160 110 3.90 2.620 16.46 0 1 4 4 Mazda RX4
2 21.0 6 160 110 3.90 2.875 17.02 0 1 4 4 Mazda RX4 Wag
3 22.8 4 108 93 3.85 2.320 18.61 1 1 4 1 Datsun 710
4 21.4 6 258 110 3.08 3.215 19.44 1 0 3 1 Hornet 4 Drive
5 18.7 8 360 175 3.15 3.440 17.02 0 0 3 2 Hornet Sportabout
6 18.1 6 225 105 2.76 3.460 20.22 1 0 3 1 Valiant
Resposta dada antes do magrittr 1.5
Complementando a resposta do Rogério.
O que o %>%
está fazendo?
Se você pegar o código do %>%
, grosso modo, ele cria um novo ambiente e joga o que está no lado esquerdo neste ambiente. Depois pega o comando que está no lado direito, modifica algumas coisas, e manda executar o comando modificado dentro deste novo ambiente.
Por exemplo, se você rodar mtcars %>% mutate(., nomes = row.names(.))
, o lado esquerdo é mtcars
e o lado direito é mutate(., nomes = row.names(.))
:
lhs <- substitute(mtcars)
rhs <- substitute(mutate(., nomes = row.names(.)))
Cria-se um novo ambiente e um nome para o lado esquerdo:
env <- new.env(parent = parent.frame())
nm <- paste(deparse(lhs), collapse = "")
Salva-se o lado esquerdo no novo ambiente com o nome criado:
env[[nm]] <- eval(lhs, env)
#Para ver que o objeto foi criado:
head(env$mtcars)
Agora é preciso trocar os pontos do comando do lado direito. A parte que identifica onde os pontos estão é:
dots <- c(FALSE, vapply(rhs[-1], identical, quote(.),
FUN.VALUE = logical(1)))
Mas note que ela percorre apenas o primeiro nível da chamada.
dots
nomes
FALSE TRUE FALSE
Na hora de substituir, portanto, apenas o primeiro ponto é substituído:
rhs[dots] <- rep(list(as.name(nm)), sum(dots))
e <- rhs
e
# veja que apenas o primeiro ponto foi substituído
mutate(mtcars, nomes = row.names(.))
Assim, quando você executa a função no ambiente env, como não existe um objeto chamado ".", ocorrerá o erro:
eval(e, env)
Erro em row.names(.) : objeto '.' não encontrado
A solução para isso seria que a parte de substituição ocorresse em todos os níveis da chamada. Por exemplo, se mudarmos o outro ponto de e
manualmente:
e[[3]][[2]] <- as.name("mtcars")
Agora funciona:
eval(e, env)
# resultado omitido porque é grande
Por que funcionou com o %.%
colocando '_prev'
?
A função por trás do %.%
é chain_q
. Para ver o código, digite dplyr:::chain_q
.
function (calls, env = parent.frame())
{
if (length(calls) == 0)
return()
if (length(calls) == 1)
return(eval(calls[[1]], env))
e <- new.env(parent = env)
e$`__prev` <- eval(calls[[1]], env)
for (call in calls[-1]) {
new_call <- as.call(c(call[[1]], quote(`__prev`), as.list(call[-1])))
e$`__prev` <- eval(new_call, e)
}
e$`__prev`
}
Note que a função cria um novo ambiente chamado e
e guarda a primeira chamada da cadeia de comandos com o nome '_prev'
(e$'__prev' <- eval(calls[[1]], env)
. Por isso que você consegue acessar o resultado do comando anterior dessa forma.
Hackeando o %>% (apenas para ilustração)
Se montarmos uma função que troca todos os pontos, como essa (baseada nesta pergunta do SOen):
convert.call <- function(x, replacement) {
if (is.call(x)) as.call(lapply(x, convert.call, replacement=replacement)) else
if (identical(x, quote(.))) as.name(replacement) else
x
}
# testando
expr <- substitute(mean(exp(sqrt(.)), .))
convert.call(expr, "x")
# mean(exp(sqrt(x)), x)
Aí podemos hackear a definição de %>%
para fazer com que todos os pontos sejam trocados:
`%>%` <- function (lhs, rhs)
{
convert.call <- function(x, replacement) {
if (is.call(x)) as.call(lapply(x, convert.call, replacement=replacement)) else
if (identical(x, quote(.))) as.name(replacement) else
x
}
lhs <- substitute(lhs)
rhs <- substitute(rhs)
if (is.call(rhs) && identical(rhs[[1]], quote(`(`)))
rhs <- eval(rhs, parent.frame(), parent.frame())
if (!any(is.symbol(rhs), is.call(rhs), is.function(rhs)))
stop("RHS should be a symbol, a call, or a function.")
env <- new.env(parent = parent.frame())
nm <- paste(deparse(lhs), collapse = "")
nm <- if (nchar(nm) < 9900 && (is.call(lhs) || is.name(lhs)))
nm
else "__LHS"
env[[nm]] <- eval(lhs, env)
if (is.function(rhs)) {
res <- withVisible(rhs(env[[nm]]))
}
else if (is.call(rhs) && deparse(rhs[[1]]) == "function") {
res <- withVisible(eval(rhs, parent.frame(), parent.frame())(eval(lhs,
parent.frame(), parent.frame())))
}
else {
if (is.symbol(rhs)) {
if (!exists(deparse(rhs), parent.frame(), mode = "function"))
stop("RHS appears to be a function name, but it cannot be found.")
e <- call(as.character(rhs), as.name(nm))
}
else {
e <- convert.call(rhs, nm)
}
res <- withVisible(eval(e, env))
}
if (res$visible)
res$value
else invisible(res$value)
}
Veja que agora mtcars %>% mutate(., nomes = row.names(.))
funciona. Mas coloquei isso aqui apenas para explicar o que está acontecendo, não recomendaria você utilizar a versão hackeada do %>%
pois pode ser que ocasione bugs em outras ocasiões --- por exemplo, da forma que está você explicitamente vai ter que colocar os pontos toda hora, como em mtcars %>% filter(., cyl==4) %>% mutate(., nomes = row.names(.))
.
dplyr não necessariamente mantém row.names nas operações
Uma última nota: o dplyr (nem o data.table) não mantém intactos os row.names durante operações. Repare que o dplyr substitui o row.names no filter
e o data.table substitui já quando que você converte o data.frame:
mt_dplyr <- filter(mtcars, cyl==4)
row.names(mt_dplyr)
[1] "1" "2" "3" "4" "5" "6" "7" "8" "9" "10" "11"
mt_dt <- data.table(mtcars)
row.names(mt_dt)
1] "1" "2" "3" "4" "5" "6" "7" "8" "9" "10" "11" "12" "13" "14" "15" "16" "17" "18" "19" "20" "21" "22"
[23] "23" "24" "25" "26" "27" "28" "29" "30" "31" "32"
Assim, no fim das contas, se o row.names contém informação relevante, parece ser mais seguro transformá-lo em uma coluna antes de manipular mais os dados.
Uma "solução" alternativa: criando sua própria função mutate que tem um row_names
local
Uma solução que pode ser feita é a seguinte: você cria o seu próprio mutate que guarda um vetor row_names
dentro de seu ambiente pai (que no contexto será o ambiente de %>%
, mas se você usar a função sozinha será o ambiente global, então cuidado) e depois executa o mutate do dplyr neste ambiente. Assim, se você quiser usar os nomes das linhas, basta utilizar o objeto row_names
. Vamos chamar nosso mutate
de mutate2
:
mutate2 <- function(x, ...){
assign("row_names", row.names(x), parent.frame())
eval(substitute(mutate(x, ...)), parent.frame())
}
mtcars %>% mutate2(z = cyl^2, nomes=row_names) %>% filter(z==36)
mpg cyl disp hp drat wt qsec vs am gear carb z nomes
1 21.0 6 160.0 110 3.90 2.620 16.46 0 1 4 4 36 Mazda RX4
2 21.0 6 160.0 110 3.90 2.875 17.02 0 1 4 4 36 Mazda RX4 Wag
3 21.4 6 258.0 110 3.08 3.215 19.44 1 0 3 1 36 Hornet 4 Drive
4 18.1 6 225.0 105 2.76 3.460 20.22 1 0 3 1 36 Valiant
5 19.2 6 167.6 123 3.92 3.440 18.30 1 0 4 4 36 Merc 280
6 17.8 6 167.6 123 3.92 3.440 18.90 1 0 4 4 36 Merc 280C
7 19.7 6 145.0 175 3.62 2.770 15.50 0 1 5 6 36 Ferrari Dino