Existe uma relação direta entre os números perfeitos e os números primos de Mersenne. Um número primo de Mersenne nada mais é que um número primo que pode ser escrito na forma Mn = 2n – 1, para dado n
inteiro, e a relação dele com os números perfeitos é uma potência de 2. Vale ressaltar na resposta que os conceitos aplicados aqui valem para, apenas, números perfeitos pares, porém a solução se mantém válida dado o fato que ainda não é conhecido pela matemática nenhum número perfeito ímpar - no dia que descobrirem eu edito a solução, prometo.
Assim, dado um número primo de Mersenne Mn = 2n – 1, podemos obter o respectivo número perfeito fazendo Pn = (2n-1) (2n – 1).
- Pn=1 = (21-1) (21 – 1) = 1
- Pn=2 = (22-1) (22 – 1) = 6
- Pn=3 = (23-1) (23 – 1) = 28
- Pn=4 = (24-1) (24 – 1) = 120
- Pn=5 = (25-1) (25 – 1) = 496
- ...
Perceba que quando 2n – 1 não é primo, nos casos de n=1 e n=4, o resultado não será um número perfeito. Então o primeiro desafio desta abordagem é garantir que tenhamos como 2n – 1 um número primo.
E esse desafio é muito fácil resolver. Matematicamente, podemos definir que 2n – 1 é um número primo e, pronto, resolvemos o nosso problema. Porém, resolvendo um, aparece outro: mas 2n – 1 é um primo de Mersenne?
Para garantir que o número primo Pn = 2n – 1 seja um primo de Mersenne deve existir um valor inteiro n
que valide a expressão. Ou seja, se existir um valor n
tal que n = log2(Pn+1) seja inteiro, então Pn será um primo de Mersenne.
A abordagem consistirá, então, de percorrer a lista de números primos, verificar se é um primo de Mersenne e, quando for, calcular o respectivo número perfeito. Com sorte, nós já sabemos calcular os números primos de uma forma eficiente
Então basta percorrer esses valores e verificar quais são primos de Mersenne, calculando o número perfeito:
# Percorre a lista de números primos menores que N:
for prime in sieve_of_eratosthene(N):
# Calcula o valor de n que define o Pn:
n = math.log2(prime+1)
# Verifica se n é inteiro, sendo um primo de Mersenne:
is_mersenne = n.is_integer()
# Se for um primo de Mersenne, calcula o número perfeito:
if is_mersenne:
print(2**(n-1) * prime)
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Assim, testando aqui, ele levou cerca de 34 segundos para calcular até o número perfeito 137438691328. Acima disso comecei a ter problemas com memória, que buscarei resolver em breve.
Referências adicionais
Dois vídeos que recomendo assistir sobre o assunto são:
Buscando otimizar o código, consegui fazer sem utilizar o Sieve. Basicamente o que o código faz é definir um gerador que retorna todos os números primos de Mersenne verificando se o número é primo e utilizando o teste de primalidade de Lucas-Lehmer.
def is_prime(number):
# Condição para number=2 ignorada propositalmente, visto que a menor entrada será 3
i = 3
while i**2 <= number:
if number % i == 0:
return False
i += 2
return True
def lucas_lehmer(p):
s = 4
M = 2**p - 1
for _ in range(p - 2):
s = ((s * s) - 2) % M
return s == 0
def mersenne_primes():
p = 3
while True:
if is_prime(p) and lucas_lehmer(p):
yield (p, 2**p - 1)
p += 2
Para utilizá-lo, por exemplo, buscando os 10 primeiros números perfeitos, basta fazer:
numbers = mersenne_primes()
for _ in range(10):
p, mersenne = next(numbers)
perfect = 2**(p-1) * mersenne
print(perfect)
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Alguns resultados que obtive:
Para 20 eu fiquei com preguiça de esperar.