Quando os frames "brilhavam"
Frames foram muito usados em páginas estáticas, onde não é possível fazer include no servidor.
Por exemplo, num site em HTML puro, cabeçalho, rodapé e menu devem ser repetidos em cada página. Isso era um grande problema e o frame resolvia isso perfeitamente, além de economizar no tempo de carregamento.
Softwares como o Dreamweaver mitigavam esse problema ao permitir que gerássemos todas as páginas do site a partir de um template, alterando apenas o conteúdo de cada uma delas.
Hoje, onde qualquer servidor possui pelo menos PHP, é melhor usar algum CMS (Content Management System) ou então simples includes para construir a página e acrescentar automaticamente cada elemento necessário à ela.
Falta de padrão
Frames também são ruins porque quebram o modelo tradicional da web de conteúdo, ao exibir várias páginas independentes numa mesma tela.
Isso pode gerar problemas de usabilidade, principalmente porque pode não ser intuitivo para ele, ainda mais se ele costuma usa os botões voltar e avançar.
Os frames também são pouco intuitivos porque podem misturar conteúdo de domínios diferentes e nem sempre é claro para o usuário que um determinado frame pertence a um site diferente.
Complexidade no desenvolvimento
Em minha própria experiência trabalhando com sistemas bancários vejo que usar frames costuma gerar problemas em algum momento.
O frame dificulta o desenvolvimento em vários aspectos:
- Muitas vezes é necessário que um frame comunique-se via Javascript com outro, isso pode causar problemas vários problemas, desde XSS até a mistura de versões e instâncias de bibliotecas Javascript (como jQuery) nos diferentes frames.
- Frameworks component-based como JSF ou Struts podem ter comportamentos inesperados quando usados em frames diferentes. pois não são desenhados para isso.
- Restrições de segurança nos navegadores geral falhas e comportamentos inesperados.
- Redirecionamentos resultantes de ações no sistema não funcionam bem em frames, já que apenas o frame seria redirecionado. Muitas vezes é preciso criar código adicional e complexo para fazer um redirecionamento "global" da página.
Enfim, os cenários acima foram apenas alguns casos que consegui me lembrar.
Sobre indexação em buscadores
Os buscadores conseguiam identificar os diversos frames (se fossem estáticos) ou então pelo menos através de algum mapa do site.
Como já foi mencionado, havia um problema quando um visitante entrava no site direto em uma das páginas que não é o frameset principal.
Nesse caso, muitos sites usavam um Javascript para verificar se o frame principal estava lá e, em caso negativo, redirecionava o usuário para a raiz do site. Lembro-me de que isto costumava gerar vários problemas de usabilidade.
Exceção para iframes
Ao contrário dos frames tradicionais, os iframe
s possuem alguns casos de uso válidos, sendo o principal permitir a renderização independente de um local da página de forma segura, isto é, sem que o conteúdo daquele local possa interferir com o restante da página.
Esta técnica é bastante usada em sistemas de propagandas (advertising) digitais, tal como o Google AdSense.
A vantagem do iframe
é que ele não deixa o site principal mais lento e não permite que o site altere informações no banner de propaganda e vice-versa.
Na Atlassian, produtos como JIRA e Confluence quando usados na Nuvem não podem ter plugins instalados diretamente como na versão para servidor. Porém, a empresa desenvolveu a tecnologia chamada Atlassian Connect que consiste justamente na possibilidade de estender os produtos adicionando frames em locais estratégicos que recebem somente as informações selecionadas do contexto da página. O restante da comunicação é feito usando RESTful Web Services e Web Hooks.
Portanto, diria que a principal aplicação dos iframes
hoje é integração entre diferentes aplicações web de forma segura e independente. Esta abordagem tende a crescer com as novidades do HTML5 que permitem criar um sandbox mais restritivo e, portanto, seguro para determinados usos.
Algumas bibliotecas também usam iframe
s para simular requisições AJAX quando o navegador não suporta certas funcionalidades. Por exemplo, o JQuery File Upload faz isto para submeter arquivos se o navegador não suporta a tecnologia mais moderna para fazer uploads assíncronos. Entretanto, este uso tende a desaparecer na medida em que os navegadores evoluem.
iframe
tem seu lugar, como é uma alternativa moderna (tanto que ganhou novos poderes com o HTML5). O próprio SOpt e muitos outros sites usam da maneira correta.