stages são, digamos assim, "rótulos" gerais. Um estágio só começa quando o estágio anterior termina. Dentro de um mesmo estágio, entretanto, diversos jobs distintos podem ser executados em paralelos.
Tome, por exemplo, o seguinte pipeline:
Ele tem 3 estágios, em ordem:
build-test-nucleo
build-apps
test-apps
Por sua vez, eles são divididos nos seguintes jobs:
build-test-nucleo
build-apps
build-mobile
build-portal
test-apps
Na imagem fica bem claro a relação de dependência de execução. Internamente, o que acontece:
- um runner levanta um container para realizar o job
build-nucleo
; quando termina guarda um cache (se houver)
- quando o estágio anterior terminar, o seguinte vai ocorrer em paralelo:
- um runner levanta outro container para realizar o job
build-mobile
; também guardará cache caso haja
- um outro runner levanta mais um container para realizar o job
build-portal
; também guardará cache caso haja
- quando os dois jobs do estágio anterior terminarem, o job
test-mobile
será chamado.
Como o cache só é aproveitado dentro da mesma pipeline, compartilhado por jobs, o test-mobile
poderá até guardar um cache, mas isso não terá efeitos práticos.
A seguir, excertos significativos do .gitlab-ci.yml
que resultam nesse pipeline:
stages:
- build-test-nucleo
- build-apps
- test-apps
cache:
- .m2
- '*/target'
build-test-nucleo:
stage: build-test-nucleo
script:
- cd nucleo
- mvn compile test
- cd ..
build-mobile:
stage: build-apps
script:
- cd mobile
- mvn compile
- cd ..
dependencies:
- build-nucleo
build-portal:
stage: build-apps
script:
- cd portal
- mvn compile
- cd ..
dependencies:
- build-nucleo
test-mobile:
stage: test-apps
script:
- cd mobile
- mvn test
- cd ..
dependencies:
- build-mobile
artifacts:
paths:
- mobile/*.dump*
- mobile/target/
when: on_failure
expire_in: 1 week
Explicando:
Primeiro, eu quis usar os meus stages, não os stages padrão. Se nada for definido, o GitLab se comporta como se existissem esses stages (fonte):
stages:
- build
- test
- deploy
Essa pipeline de 3 estágios já me atendeu ao fazer builds de bibliotecas, mas eu precisava de algo mais agora. A ideia é continuar com mais estágios e por todos os passos do build aqui, mas estou trabalhando com calma.
Depois eu especifico o cache que vai ser compartilhado com os jobs. Eu precisei usar '*/target'
protegido por aspas simples para evitar que o YAML tivesse interpretação especial.
Nota: se você definir um cache dentro do job, ele sobrescreverá a definição do cache. Não haverá merge! Isso já me deu dor de cabeça.
Após essas duas definições, vou atrás de montar meus jobs. Cada job precisa indicar seu stage e ter um script de execução. O script é a linha de comando mesmo, sem segredos. Pode abusar do bash caso sua máquina de build seja Linux =)
Eu fiz questão de colocar que um job depende do outro para ser executado, pois, isso me dá uma liberdade maior para por condicionais de execução de algum job e evitar que jobs conseguintes sejam executados. A ideia é que quando eu terminar, exista um job de empacotamento automático para o portal e o mobile que seja executado apenas ao subir uma tag, para então ter o job manual para por o executável em teste.
No caso do job de teste, eu mandei que ele arquivasse arquivos:
artifacts:
paths:
- mobile/*.dump*
- mobile/target/
when: on_failure
expire_in: 1 week
No caso, estou arquivando apenas quando há falhas no build (when: on_failure
). Como são resultados para inspeção de bugs em testes automatizados, não me interessa que eles fiquem muito tempo no ar, então pus tempo de expiração de 1 semana (expire_in: 1 week
). Os arquivos para serem arquivados ou estão dentro de mobile/target
, ou então combinam com o glob mobile/*.dump*
.