Módulos em outras linguagens não são usáveis diretamente a partir do Python.
O fato do módulo ser importado é por que o Python pode importar módulos .so
no Unix ou .dll
no Windows - mas esses módulos tem que ter estruturas específicas dentro para que elementos de Python sejam visíveis na linguagem. Para isso é necessário se colocar algumas estruturas de dados e se chamar um registro específico definido na CPython-API - e de tudo o que eu descrevo abaixo, é o método que dá mais trabalho. Embora, como seja C puro, para quem está acostumado, não vai envolver o aprendizado ou uso de nenhuma outra linguagem intermediária ou tecnologia de configuração.
É ae possível ler direto os .so
e chamar as funções extern lá dentro, mas para isso é necessário usar o "ctypes" do Python, e redefenir, do lado do Python, as funções que se quer usar e as structs usadas por elas. C++ tem uma complicação adicional com o esquema dos nomes das funções, mas funcionaria também.
Normalmente o pessoal usa a ferramenta "swig" ou o framework "boost": eles permitem, com apenas um pouco de configuração, a geração automática das ligações em Python de bibliotecas nativas em C++ - se o que você quer usar em C++ está pronto e completo, eu recomendaria o uso de uma dessas duas - mas você vai ter que checar a documentação. Depois do módulo Python gerado por essas ferramentas, é só realmente usar a partir do Python o que você tem em C++.
Uma outra ferramenta ainda é o Cython - ele é um superconjunto de Python compilado para código nativo - mas também vai depender de definir funções e structs em sua sintaxe própria mais ou menos manualmente antes de serem usadas (e não sei como funciona o Cython para classes em C++ - suponho que tenha um jeito).
E por fim, existe o cffi que também permtie que código Python puro faça as chamadas para código nativo.
Comparando a grosso modo:
A CPython API é a forma "oficial" de se fazer a ligação para código nativo, usada internamente no próprio projeto do cPython. Ela exige que cada método, função ou estrutura de dados que seja visível e chamável do Python seja escrita manualmente - dentro desses métodos você faz as chamadas para ler os parâmetros passados e converter os tipos de dados para os usados internamente no seu código C++ (por exemplo, converter um objeto int
de Python para um int64 de C++ ) - chamar sua função, e conerter os valores de retorno de volta em objetos de Python. Além disso é preciso listar todas essas funções em Structs específicos para seu registro, de forma que sejam visíveis do Python. É realmente bem trabalhoso. Acredito que dessa forma seja até possível ter um único arquivo .so e ou .dll que funcione diretamente para C e C++ e também para Python. Todas as formas abaixo vão gerar um arquivo secundário para isso.
ctypes permite que você escreva todo o código a mais para usar as bibliotecas em C++ em Python puro, como parte do seu programa Python, e não exige nenhuma outra depêndencia - mas há uma certa impedância até entender direito a mecânica do ctypes, e o problema de ter que se definir o equivalente aos protótipos de função e as structs manualmente.Ctypes é muito prático quando você está escrevendo código em Python puro e quer chamar apenas algumas funções de alguma biblioteca que não tenha o adaptador para Python ela permite que sem instalar nenhuma dependência, nem mudar de linguagem, você escreva as chamadas direto em Python.
O cffi - é quase a mesma coisa que o ctypes. Ele tem ferramentas para ler diretamente os .h
- mas o cffi não acompanha o Python, e exige uma instalação de uma biblioteca separada a partir do Pypi.
A opção de Cython, na minha opinião, faz mais sentido quando alguém que não é o autor da biblioteca original em C ou C++ quer deixar pronto o módulo compilado em Python para uso de terceiros - como você etá com tudo na mão aí, acho que não é o caso. Como escrito acima, depende de se escrever um código adaptador específico.
Swig e Boost funcionam melhor com intervenção no pacote de C++ , ou pelo menos dependem de ter os .h
e .hpp
disponíveis - mas uma vez configurados corretamente, o modulo intermediário para Python é gerado e pode ser instalado diretamente com os binários que o C++ gera; para terceiros que vão programar em Python e fazer uso do seu código de C++, essas duas podem ser a melhor opção. Nunca usei o suficiente nenhuma delas pra saber qual é melhor. Acho que o Swig é mais simples. Inclusive ele tem entende os namespaces - veja a seção 36.3.12 em http://www.swig.org/Doc3.0/SWIGDocumentation.html#Python_nn2
Acho que vale a pena você dar uma olhada no Swig primeiro. Se ele for complicado para C++, veja o Boost, que é nativo para C++ - se ainda tiver dificuldades, aí avalie as outras.
extern "C"
. Isso foi uma coisa que precisei levar em consideração, mas já faz tempo. Não lembro de outros detalhes