[5,a,15] = [5,10,15]
Fazer esse tipo de atribuição em Elixir é duck typing
ou são conceitos diferentes?
Pergunto pois fiquei com a dúvida já que do lado esquerdo é declarada uma "variável" sem um tipo explicito ou um valor de atribuição direto.
Você está atribuindo uma lista com 3 valores para uma lista com elementos, dois deles são valores, portanto não faz sentido o seu uso assim. O único elemento que serve a algum propósito é a variável a
. Então 10 será atribuído para a
e poderá usar esta variável depois com esse valor.
Na verdade Elixir define isso como pattern matching sempre.
A variável a
não tem um tipo definido porque Elixir é uma linguagem de tipagem dinâmica. O valor que ela guarda é que tem tipo. Este tipo é definido de acordo com a sintaxe usada, portanto é inferida pela sua estrutura.
Veja mais sobre tipagem.
Então o segundo elemento da lista à esquerda é uma variável que guardará o valor que está no segundo elemento da lista à direita. O seu tipo é um inteiro inferido pela forma como ele está estruturado (escrito).
Elixir não diz que implementa duck typing. Que bom, respeito isso.
Na verdade não gosto do termo. Parece que ninguém sabe o que isso quer dizer de fato e cada um tem sua versão, a maioria delas não acrescenta nada ao que já existe e não indicam que isso tem a ver com sistema de tipagem. Então é melhor esquecer esse termo, que é engraçadinho, mas não serve para nada em termos de engenharia.
De qualquer forma nada indica estar usando isso de acordo com a maioria das definições.
O conceito de Duck Typing é o seguinte: "se faz 'quack' como um pato, então é um pato". Esse conceito é bastante utilizado em linguagens com tipagem dinâmica para reaproveitamento de código (DRY - don't repeat yourself), porém mais conhecido na comunidade Ruby por causa dos recursos de módulos.
Mas o que isso quer dizer?
Imagine que você tenha uma função que recebe um valor não tipado e faz alguma operação (mesmo que seja um print) nesse valor:
module Printer
def print
self.to_s
end
end
Esse módulo por si só em Ruby não faz nada, mas quando incluído (include) numa classe, todas as classes que façam essa inclusão vão "responder ao" (respond_to) método print.
O self no método não está com nenhuma restrição quanto ao tipo (classe) onde esse módulo possa ser inserido, logo ele fará duck typing.
Para entender melhor o duck typing nesse exemplo, considere a seguinte frase: "se print como um Printer, então é um Printer".
class Car
include Printer
end
class Person
include Printer
end
Car e Person são tipos completamente diferentes e por isso, sem o duck typing não seria possível algo como:
def show(car_or_person)
car_or_person.print
end
Para fazer isso em Java, que é uma linguagem com tipagem estática, poderíamos fazer duas coisas:
...
public void show(Car car) { car.print(); }
public void show(Person person) { person.print(); }
...
ou
public abstract class Printer {
public void print() {
System.out.println(this.toString());
}
}
public class Car extends Printer {}
public class Person extends Printer {}
...
public void show(Printer printer) { printer.print(); }
Porém duck typing é mais associado com linguagens com tipagem dinâmica, logo o código fica melhor em Ruby ou Elixir (através dos protocols).