Resposta ao problema
Pelo que entendi, queres formatar um "inteiro que internamente tem duas decimais" como um valor monetário. Mexeu com dinheiro, a resposta necessariamente passa por BigDecimal.
private static String formataPtBr(int inteiro)
{
BigDecimal hundred = BigDecimal.TEN.pow(2);
BigDecimal value = BigDecimal.valueOf(inteiro).divide(hundred);
NumberFormat nf = NumberFormat.getCurrencyInstance(new Locale("pt",
"BR"));
String formatado = nf.format(value);
// System.out.println(formatado);
return formatado;
}
Seis coisas:
Tem como fazer de outras formas, com int
, string
? Tem, mas daí isso te abre problemas inesperados de arredondamento e trucamento. Vai funcionar em 99,99999% dos casos, mas com 99,99999% de certeza vai lhe custar noites inteiras mal dormidas, caçando esses heisenbugs. Nenhuma das soluções apresentadas menciona fpstrict
, portanto há zero garantia de que o resultado que você vê na sua máquina é o que será calculado em outra.
Nome: formata_data? Melhor algo bem mais especifico, camelCase: formataBrl()
, formataPtBr()
ou algo assim. Condiz mais com o conteúdo da função.
Usar um tipo primitivo para uma coisa bem específica e diferente do original é um code smell. Talvez ache um overkill criar um tipo específico para número, mas se estiver fazendo um sistema grande e a sério, essa é uma decisão que você vai se arrepender.
Relacionado à anterior, você estar fazendo x = formata_data(valor)
em vez de x = valor.formataPtBr(2)
. Outro sinal que as coisas estão mal estruturadas.
Ter um tipo específico vai te forçar a usar o sempre tipo correto e isso é bom. Vai evitar de passar o inteiro sem querer num lugar que aceite inteiro, na hora de debugar você sempre vai ver o resultado formatado correto, sem malabarismos mentais.
Se estiver preocupado com performance, crie singletons de hundred
e nf
. Onde colocar? Mais uma razão para criar uma classe específica para esse tipo dinheiro que é um "inteiro com duas casas decimais".
BigDecimal está pronto, é padrão, bem testado e cobre todos os pontos acima.
Inteiro para moedas virtuais
Existe uma situação qual o uso de inteiro para moedas é aceitável. O caso de moedas virtuais, de mentirinha mesmo. Estou falando aqui de pontuações, dinheiro de jogos digitais, coisas assim. Nesse tipo de contexto, onde rola muito fracionamento não decimal isso pode ser interessante.
Por exemplo, num mundo virtual onde a menor denominação é cobre, que equivale a 100 pratas, que por sua vez equivalem a 100 ouros, é interessante guardar o saldo de dinheiro na menor denominação (o cobre), pois isso facilita todas as contas. Só na hora de exibir que, daí sim, faz se a separação dos fatores de uma forma "para humanos", deixando a forma inteiro para a máquina lidar.
Fora desse contexto é uma péssima ideia.
Decimal para moedas reais
Porque inteiro é boa ideia para moedas de mentirinha, e uma péssima ideia para moedas de verdade? Em poucas palavras: divisão, multiplicação, exponenciação, raiz quadrada, arredondamento.
Moedas de mentirinha geralmente só operam somas, subtrações, multiplicações. Moedas de verdade rapidamente são envoltas em operações financeiras, que envolvem matemática mais elevada, que exigem decimais extras, parciais para funcionar corretamente. Coisa que é impossível num tipo "sem escala", como é o caso de usar inteiro fixo com duas casas decimais.
E essas são as operações mais "simples". E se está com dificuldade de colocar decimais na representação, não parece que vai sequer acertar esses outro algoritmos. Performance, então, esquece.
Pegar uma coisa simples, arredondar. Tem trocentos tipos de arredondamento, todos diferentes entre si, e que existem porque são necessários em certos tipos de fórmula. Um tipo inteiro com duas decimais nem tem o que arredondar para além das duas casas decimais, de onde se tira que um tipo assim sequer vai funcionar nessas fórmulas.
Então, a sério. Se está mexendo com dinheiro de verdade, use BigDecimal.
Se não quiser usar BigDecimal, pelo menos crie um tipo "MyMoney", para diferenciar esse caso de outros, e pendure métodos apropriados nele, em vez de funções soltas no código.