Em essência a vantagem é a flexibilidade.
Entenda que DI (Dependency Injection) é um nome pomposo para algo muito simples. Eu já falei sobre isso em um par de pergunta e resposta minha. É só parametrizar um objeto que precisa em determinado lugar, seja um algoritmo ou estrutura.
Quando você aceita um parâmetro com o objeto que deve ser usado no método, e que pode opcionalmente ser armazenado em uma instância de outro objeto, é possível trabalhar com objetos de tipos diversos que aceitem o mesmo contrato. Então a vantagem é quase a mesma de aceitar parâmetro em qualquer outra coisa. Exemplo:
metodo() => for (int i = 0; i < 10; i++) print(i);
Agora com parâmetro, que não deixa de ser uma dependência que você está injetando (você dependia de um valor que está fixo aí no código, agora depende do parâmetro):
metodo(int x) => for (int i = 0; i < x; i++) print(i);
Agora ficou mais flexível. Simples, né? Tão óbvio que ninguém pensa sobre isso.
Agora troque o int
por um objeto mais complexo e tem o que escreveu na pergunta.
Claro que tem algo a mais no mecanismo de DI que se conhece, você não faz com o mesmo tipo de objeto, e sim com o mesmo tipo base, assim você pode ser mais flexível usando o mecanismo de polimorfismo.
Veja Programar voltado para interface e não para a implementação, por quê?.
Se você sabe que usará sempre o mesmo tipo então não faz muito sentido usar esse mecanismo. Geralmente o uso de DI viola o YAGNI (You Ain't Gonna Need It). O caso do serviço pode ser necessário mesmo, porém o uso de serviços pode ser questionado, nem sempre precisa de fato. Pode ser só uma complicação criada para seguir a moda atual. Pode ser que precise do serviço, mas não precise parametrizá-lo, ou pelo menos não precisa sempre. Pode ter algo assim:
class SeiLá {
public Método() {
Service service = new Service();
...
}
public Método(IService service) {
...
}
}
Obrigar o programador a criar uma instância no local do consumo é o fim da picada. Ainda mais se for usado assim só para testes.
Testes
Se é só por causa do teste faça assim:
class SeiLá {
public Método() {
Service service = new Service();
...
}
[Debug] //ou use aqui outro mecanismo que nem mande este método para o executável
public Método(IService service) {
...
}
}
Quem gosta de fazer testes usa muito DI só por causa do teste. Eu não gosto disso e acho que a linguagem e as ferramentas que você usa deveriam cuidar disso. Você não deveria ter que mudar o design da sua aplicação para atender um requisito exclusivo do teste mas que não seja do domínio do problema que está solucionando. Tem quem discorde.
Quando vai testar algo complexo pode ficar lento, depender de algum mecanismo pesado, caro e que pode não estar disponível no momento do teste, ou ainda que você não tem controle sobre a resposta que ele dará. Para garantir que o teste seja adequado e leve, você substitui o mecanismo original, que poderia usar direto, por outro simples e controlado por você. Então, quando for testar, você chama passando um objeto de mesmo contrato, ou seja, derivado de uma classe ou interface igual, aí ele executa tudo o que precisa de forma diferente.
O que ninguém te conta é que entre o teste e o real pode ter tanta coisa diferente que o teste pode não ter a relevância que espera, ou para ter pode incorrer em custo incompatível com o projeto.
Esses dias vi uma palestra de uma pessoa falando de testes, depois conversando com a pessoa ela dizia que só testava uma parte crucial do sistema. Ora, na palestra deu a impressão que era tudo. Que sem teste não pode fazer nada. As pessoas fazem muito isso, falam uma coisa que sequer elas praticam, só porque é prazeroso falar do que está na moda e que as pessoas vão aplaudir, mas talvez a pessoa nem saiba porque usa aquilo, ainda assim ela se coloca como especialista.
No seu exemplo em vez de usar um serviço real você usa um que responde o que você quer para testar de forma simples, direta e controlada, e rodando levemente.
Como você mudaria isso durante o teste sem um parâmetro? Se a linguagem ajudar e permitir escrever esta seleção de acordo com alguma variável de compilação ou alguma ferramenta que manipula o código no momento da compilação ou até em algum momento seguinte faz isso com pouca ou zero intervenção no código em si. Essa é a forma correta, mas a maioria das ferramentas que tem por aí não fazem isso. É o que eu repito: as pessoas, até engenheiros de primeira linha, seguem muitas fórmulas prontas, não pensam em qual é o real problema e qual é a solução adequada para resolver isso. Aí elas colocam no domínio o que é mecanismo auxiliar.
Se o teste fosse rodado durante o uso em produção, claro que faria sentido, mas se é teste de design e fabricação, não faz sentido manter penduricalhos nele.
Hoje já questiono até a flexibilidade necessária. Para teste, questiono muito mais. Deveria resolver em tempo de compilação. A injeção de dependência é uma solução de tempo de execução, e na maioria das vezes você já sabe em tempo de compilação como resolver aquilo, pra que deixar esse fardo para depois?
Uma solução melhor é usar generics (não estou dizendo que para este caso é a melhor solução):
class SeiLa<T> where T : IService {
public Método() {
T service = new T();
...
}
}
Flexibilizei sem precisar resolver em tempo de execução (depende de implementação), sem criar uma variável na instância. Mas note que isso é adequado para quando precisa mudar mesmo, se for só para testar acho até isto um exagero. Isto é DI com polimorfismo paramétrico.
Se for só para teste fica complicado postar algo aqui porque depende de ferramentas específicas, e que quase sempre não estão disponíveis, e em muitos casos você teria que desenvolver porque fica um monte de gente seguindo a caravana errada e deixar de fazer o certo. Uma forma tosca:
class SeiLá {
public Método() {
#TService service = new #TService();
...
}
}
Coloquei no GitHub para referência futura.
Onde TService
é uma variável de compilação e #
é o que se usa para indicar isto.
Motivo para o tempo de execução
Eu costumo dizer que só existem dois motivos para resolver algo em tempo de execução:
- o dado só está disponível no momento da execução, depende de entrada de dados do usuário por teclado, mouse, microfone, ou outro dispositivo de entrada ou ainda que vem de rede, sistema de arquivos, banco de dados, serviços diversos, ou algo que o sistema operacional informa na hora, como a própria hora, por exemplo.
- por conveniência, então poderia resolver na compilação, mas o código ficará mais complexo, mais difícil de escrever e entender, de dar manutenção, maior no binário, mais lento, etc.
Conclusão
Se é algo do sistema e não vem de fora, sempre tem como resolver na compilação. Aí decide o que fará o código ser mais simples, mais rápido, mais robusto, use DI quando atender isso (dica: as pessoas usam mesmo quando torna o código mais complicado, mais lento e menos robusto, mas em nome da robustez). Quase sempre é não usando DI. Mas é batalha perdida. Essa mentira foi contada tantas vezes que muitas pessoas acham que deve usar sempre.
DI é só um jeito específico de usar polimorfismo. A instância do objeto você terá de qualquer jeito, a questão é se determinará o tipo do objeto no código que está trabalhando agora ou deixará o consumidor dele determinar qual é.
Repository
como parâmetro. Não entendi porque achou que essas formas são exclusivas. Elas não se complementam?