Chegando finalmente no assunto da pergunta sobre a utilização ou não de desculpas em uma mensagem, tudo leva a crer que esse uso não apenas é aceitável (ao menos em nosso contexto cultural - e provalmenteprovavelmente também para os japoneses! :)) como pode ser até mesmo necessário em certas condições. De todas as formas, não se trata simplesmente de se descupardesculpar por uma falha, mas de amenizar a forma como uma informação é apresentada ou de tornar a interação mais empática e natural ao usuário humano. E creio que isso vale para qualquer forma de interação, seja ela apenas textual ou não.
Um cenário em que o uso de "desculpe" parece válido sob o julgo dos argumentos anteriores é no caso em que a condição do programa interrompe ou impede a utilização do produto (ou de parte significativa do produto) por parte do usuário. Um exemplo desse cenário é quando um usuário liga seu PlayStation para assistir à um filme no NetFlix, mas o sistema informa que está em manutenção. Parece socialmente apropriado se desculpar nesse caso, principalmente porque o impacto na experiência ("puxa, eu queria realmente assistir a esse filme agora...") é definitivamente grande, e talvez esse impacto possa ser amenizado por uma indicação de humildade e subjugação na interação que demostredemonstre de alguma forma a preocupação do criador em relação ao mal-estar causado pela falta do produto.
Cabe notar que não necessariamente as desculpas são mais apropriadas do que humor. No estudo científico da primeira citação a orientação dos usuários foi previamente avaliada e é esperado que pessoas que vivem em contextos sociais mais corteses (talvez, por exemplo, atendentes de hotel) prefiram comportamentos similares nos sistemas com que interagem. De todas as formas, nota-se nas duas pesquisa que a questão crucial é a humanização com que os usuários tratam o sistema, que deve ser incluidaincluída no projeto da interação de uma forma ou de outra.