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Você pode encontrar bons materiais aqui no SO sobre vantagens de OO, sendo um exemplo esta perguntaesta pergunta.

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Orientação a objetos em geral, independente da linguagem e do quanto ela adere ao conceito teórica, traz os mesmos benefícios, sendo os principais relacionados à organização do código e facilidade de manutenção e extensão.

TL;DR

Não entrareiOrientação a Objetos (OO), independente da linguagem e do quanto ela adere à teoria, pode trazer os mesmos benefícios, sendo os principais relacionados à organização do código, facilidade de manutenção e capacidade de extensão das funcionalidade.

Você está certo em detalhessupor que OO é melhor para bibliotecas e APIs, poisjá que código feito para uso de terceiros precisa ter uma interface bem definida, extensibilidade e encapsulamento, enquanto flexibilidade demais gera dores de cabeça para lidar com a evolução do código.

Entretanto, este paradigma, por si só, não resolve qualquer um dos problemas e, se mau utilizado, pode causar tanto ou mais danos do que ajudar.

Você não precisa de OO

Isso mesmo que você leu. Dá pra fazer tudo que se faz com objetos usando apenas programação procedural.

Uma boa linguagem de programação precisa basicamente de 3 componentes:

  • Estruturas de dados básicos: vetores, mapas, classes, tipos simples, etc.
  • Estruturas de controle: if, for, etc.
  • Estruturas de organização do código: subrotinas, blocos, funções, métodos, etc.

Agora, pense no que são classes, por exemplo. Tratam-se de uma composição de trechos de código organizados (métodos), os quais contém lógica de controle, e um conjunto de dados ou atributos (estado do objeto) que chamamos em PHP de $this.

Bem, você pode encontrar muito materialobter o mesmo resultado usando um conjunto de funções e uma estrutura de dados compartilhada entre elas. Quem sabe programar um pouco em C, por exemplo, sabe muito bem disso.

Exemplo procedural:

$this = criar_estrutura();
fazer_algo($this);

Exemplo OO:

$objeto = new Classe();
$objeto->fazer_algo();

Os dois códigos fazem a mesma coisa, entretanto no primeiro o estado é explícito e precisa ser passado em cada chamada ao conjunto de funções que são análogas aos métodos de uma classe.

Porém, como pretendo mostrar adiante, OO traz outros benefícios e não é à toa ou coincidência ou uma simples moda que a faz se tornar o paradigma mais usado no mundo.

Você pode encontrar bons materiais aqui no SO sobre vantagens de OO, porsendo um exemplo esta pergunta.

Seu projetoO que distingue a Orientação a Objetos

Falando especificamente sobre seu projeto, vamos analisar superficialmente alguns desafios que você pode enfrentar por não ter usadoUm grande diferencial da OO em relação aos outros paradigmas é que ele vai além no que diz respeito à abstração e encapsulamento dos dados.

Reuso de código

Claro, nada é de graça. Com os benefícios vêm os efeitos colaterais, a saber, maior cerimônia, complexidade e restrições, além de impactos no gerenciamento de memória e no desempenho (não querendo dizer com isso que necessariamente um sistema vai ficar lento ou pesado só por usar OO).

ComoEntretanto, o que se faz reuso sem OO? Funções. E como você faz para adicionar variações? Parâmetrosvê no geral é que o ganho pode ser bem maior que o preço pago por jogar dentro das regras dos objetos.

O problema disso é que no decorrer do tempo você precisa alterar os parâmetros. Não é incomum em códigos PHP encontrar métodos com 10 parâmetros, alguns opcionais, outros desnecessários. E seQuando você precisar remover uma parâmetrotem atributo privados encapsulando o estado de um objeto, vaipode ser "chato" ter que sair varrendoficar acessando tudo por métodos. Em teoria (mas tem que ser muito teórico mesmo), um bom programador não precisa esconder suas estruturas de dados, apenas tomar o código procurando pelas chamadascuidado para não ser tentado a mexer no que não deve.

Ao usar objetosPorém, você pode ter alguns métodos para definirse olharmos projetos reais que envolvam produtos de verdade, constataremos que é ilusão achar que humanos simplesmente vão seguir corretamente todas as propriedadesregras e, dessa forma boas práticas. Num projeto complexo, fica mais fácil saber qual valor está sendo coloca aondepode ser humanamente impossível estar a par do funcionamento de tudo.

Além dissoAlguém pode argumentar que basta estudar a API do PHP para aprender a usar as funções, mas em projetos reais você pode criar várias instânciastambém precisa aprender a API do sistema em particular e outros sistemas com valores diferentesos quais você faz integração, alterando o comportamento da classeàs vezes mais complexos e desorganizado que a própria linguagem (se é que é possível :P).

Entidades

Dado esse cenário caótico, as restrições, padrões e regras impostos pela OO são muito bem-vindos em muitos casos.

Provavelmente você deve ter algumas entidades que salva num banco de dados.

Abstração e reuso

Sem orientação a objetos, não é incomumComo se usar um conjunto definidofaz reuso de variáveis ou mesmo um mapa ou arraycódigo sem OO? Com funções. E como você faz para armazenar tais estruturas de dadosadicionar variações? Parâmetros.

A não serO problema disso é que seu sistema seja muito trivial,no decorrer do tempo você deve ter encontrado alguns problemas enquanto criava rotinas para recuperar, inserir ouvai precisar alterar dados. Ora você esquece quais os atributos um mapa carregaparâmetros. Não é incomum em códigos PHP por aí encontrar funções com 10 parâmetros, oraalguns opcionais, outros desnecessários. E se você precisa passar um monte de valores porprecisar remover uma parâmetro, etc. Adicionar um campo pode virar um pesadelo mais para frentevai ter que sair varrendo o código procurando pelas chamadas.

Objetos que representam entidades são muito mais fáceis de trabalhar e passar valores para as várias rotinas do sistema. Além do mais eles podem encapsular certas operações que outrora você precisa espalhar em vários lugares da aplicaçãoUma alternativa a isso é receber vetores, talmapas ou outras estruturas genéricas como validar os dadosparâmetros. Isso pode funcionar bem até certo ponto.

Usando o exemplo de validaçãoAo usar objetos, é claro que você pode criar uma rotina validar_usuario(), mas quem garante que ela vai ser chamada semprediferentes construtores e ter métodos para definir propriedades específicas que necessário? E se houver vários locais onde uma entidade pode ser inserida ou alterada?geralmente são opcionais.

Por outro ladoVamos agora a um cenário onde você tem uma rotina que processa uma entidade com vários atributos, sendo 2 deles obrigatórios e os demais opcionais.

Uma implementação OO poderia ser:

$cliente = new Cliente($cpf, $nome);
$cliente->setEndereco($end);
$email->enviar($cliente);

Uma versão procedural simplista seria:

enviar_email_cliente($cpf, $nome, null, null, $end); //demais parâmetros omitidos

Uma versão mais flexível:

enviar_email_cliente($cpf, $nome, array("endereco" => $end));

Considere ainda que este sistema é um objeto pode ter certas validações diretamentegrande ERP, composto por módulos desenvolvidos por diferentes equipes, e existem centenas de chamadas à rotina e em nenhuma delas os valores são estáticos como no construtorexemplo.

Agora imagine que foi necessário remover o atributo endereco da entidade Cliente e mover para outra entidade, já que agora clientes podem ter vários endereços.

Agora vai a pergunta: o que acontece quando você efetua a mudança? Em qual dos casos a IDE ou entãoo interpretador vai avisar você de que o atributo não existe mais?

Este é um trade-off entre flexibilidade e segurança. Muita flexibilidade, como é permitido e até incentivado em PHP, também é causa frequente erros difíceis de serem encontrados.

Encapsulamento

Posso imaginar que no seu sistema você tenha um punhado de variáveis, algumas globais, para trocar informações entre as funções. Se não tiver, parabéns, mas esta não é a rotinaregra.

O problema com variáveis compartilhadas é que insere dadosvocê incorre no bancogrande risco de dados pode chamar $entidade->validar() sempreque um trecho de código interfira com outros inadvertidamente.

Vamos a outro exemplo. Você quer monitorar o tempo de uma rotina muito demorada. Uma abordagem procedural ingênua usando uma variável global seria:

iniciar_timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    popular($planeta);
}
echo "Total: " . finalizar_timer();

Bem, obviamente isso funciona, mas não ajuda muito. A rotina demora muito e não se sabe em qual planeta estamos tendo mais dificuldades em popular. Queremos saber o tempo total, assim como o tempo individual.

Poderíamos melhorar da seguinte forma:

$inicio_geral = iniciar_timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    $inicio_parcial = iniciar_timer();
    popular($planeta);
    echo "Planeta $planeta: " . finalizar_timer($inicio_parcial);
    echo "Parcial: " . (time() - $inicio_geral);
}
echo "Total: " . finalizar_timer($inicio_geral);

Pronto, agora não termos mais o estado global e podemos reusar a rotina.

Porém, verificou-se que o processo está vazando muita memória e se quer investigar quando isso ocorre. Para isso, precisamos recuperar a quantidade de memória alocada antes de realmenteexecutar a rotina e a quantidade de memória após ela executar e adicionar essas informações a um arquivo de log.

Como podemos alterar as rotinas para fazer isso sem mexer no código? Tenha em mente que essas rotinas estão sendo usados por outras pessoas que contribuem para a colonização da galáxia.

Se não queremos variáveis globais, podemos mudar o retorno da rotina inicar_timer para retornar um array contendo tanto o tempo quanto a memória e assim recuperar ambos valores em INSERTfinalizar_timer.

Fluxo de chamadas de funções

Entretanto, você potencialmente está quebrando a implementação de várias pessoas, já que agora o echo não vai imprimir o que você esperava. Tudo isso porque programadores espertos, sabendo que você retornava um timestamp, acessaram diretamente o valor.

Talvez em algum momento você tem algum tipo de lógica onde precisa chamar um conjuntoAlguém pode argumentar que é possível corrigir isso de funções em sequência, caso contrário o código não funcionaforma simples. Por exemplo:

É uma fonte clássica de problemas do PHP você ter alguma função que falha porque você esqueceu de chamar outra antes e, dessa forma, caso você teste todo o código e encontre o problema você tem ainda que pesquisar para descobrir quais os requisitos para a função. Se o problema permanecer oculto aos testes, pode estourar em produção.

$inicio_geral = iniciar_timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    $inicio_parcial = iniciar_timer();
    popular($planeta);
    imprimir_tempo("Planeta $planeta", $inicio_parcial);
    imprimir_tempo("Parcial, $inicio_geral);
}
imprimir_tempo("Total", $inicio_geral);

Com classes, a exemplo do PDO, você pode facilmente compor funcionalidades e armazenar o estado nos objetos de forma que não seja necessário depender de chamadas anterioresExcelente. Um exemplo simples éAgora explique para para mundo porque mais uma classevez foram implementadas mudanças incompatíveis com versões anteriores e agora todos terão que usa o construtor para inicializar valores ao invés de ter alguma função iniciar_valoresficar usando uma versão antiga do seu código ou algo parecidoparar o que estão fazendo procurando por todos os usos das rotinas afetadas, como é comum em várias linguagens proceduraisajustando e testando tudo novamente.

Variáveis globais

OO não resolve todos os problemas, mas neste exemplo (e em vários outros que vejo no dia a dia) um correto encapsulamento do estado poderia ter resolvido todo o problema de início. Por outro lado, a falta de encapsulamento, tende a causar este tipo de problema.

Posso imaginarNesse ponto, as restrições e burocracias da OO teriam permitido que no seu sistema você tenha um punhado de variáveis globais para trocar informações entretodas as funções. Se não tiver, parabéns, mas esta não é a regra.alterações fossem feitas sem interrupção e sem introduzir incompatibilidades:

O problema com variáveis compartilhadas e que você incorre no grande risco de que um trecho de código interfira com outros inadvertidamente.

$geral = new Timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    $parcial = iniciar_timer();
    popular($planeta);
    $parcial->logTime("Planeta $planeta");
    $geral->logTime(Parcial);
}
$geral->logTime("Total");

Exemplo prático

Resumindo: as restrições impostas pela OO aumentam o reuso porque limitam a forma como o código cliente pode interagir com os dados.

Imagine uma função que tem um contador interno. Você usa ela para contar o tempo de resposta deEm programação funcional, por outro lado, poderíamos ainda ter um determinado relatóriométodo que faz a contagem automaticamente. Exemplo:

iniciar_timermonitorar_execucao("Total", function(); {
gerar_relatorio    foreach ($planetas as $planeta); {
finalizar_timer        monitorar_execucao("Planeta $planeta", function() { 
            popular($planeta);
        });
    }
});

No entanto, após algum tempoexemplo acima, alguém sente a necessidadeos logs de verificar o tempoinício e fim são feitos automaticamente e podemos adicionar quaisquer mecanismos de duração da consulta SQLmonitoração desejados. Então ela faz isto:

E se quisermos dar um pouco mais de flexibilidade, podemos ainda disponibilizar um objeto como parâmetro:

functionmonitorar_execucao("Total", gerar_relatoriofunction($timer_global) {
    iniciar_timerforeach ($planetas as $planeta); {
    $resultado = executar_query  monitorar_execucao("Planeta $planeta", function($timer_parcial); { 
    finalizar_timer        popular($planeta);
    gerar_pdf        $timer_global->log($resultado"parcial");
        });
    }
});

O que acontece aqui? Dependendo deNote como ousamos programação funcional e OO em conjunto para obter uma API mais flexível, segura e consistente. timer é implementado você pode ter simplesmente valores incorretos sem perceber ou pode ter erros de execuçãoPodemos mudar a implementação interna sem afetar quem usa a rotina.

Claro que isso pode ser resolvido de forma procedural retornando algum valor de controle no método iniciar_timer(), mas então é mais algo que você precisa avisar e ensinar a todos os desenvolvedores.

Entidades

A vantagem de usar classes é queProvavelmente você consegue não só encapsular os valores, mas a interface (métodos) de uma classe, desdedeve ter algumas entidades que bem pensados, tornam o uso óbviosalva num banco de dados.

Imagina uma classe comSem orientação a seguinte interface:objetos, não é incomum se usar um conjunto definido de variáveis ou mesmo um mapa ou array para armazenar tais estruturas de dados.

Por exemplo:

class Timer {
    __constructor() {...}
    stop() {...}
  $carrinho = getTime()["Pão", {...}
}"Leite"];

O uso é praticamente óbvio:A não ser que seu sistema seja muito trivial, você deve ter encontrado alguns problemas enquanto criava rotinas para recuperar, inserir ou alterar dados. Ora você esquece quais os atributos um mapa carrega, ora você precisa passar um monte de valores por parâmetro, etc. Adicionar campos pode virar um pesadelo mais para frente.

Agora com quantidade:

$t$carrinho = new[
 Timer();   ["desc" => "Pão", "quantidade" => 2], 
gerar_relatorio();    ["desc" => "Leite", "quantidade" => 1] 
$t->stop();];

E agora cada objeto tem valores independentes.Agora com valor unitário

Considerações

$carrinho = [
    ["desc" => "Pão", "quantidade" => 2, "valor" => .50], 
    ["desc" => "Leite", "quantidade" => 1, "valor" => 2.0] 
];

Não só em bibliotecas ou frameworks, o uso de Orientação a Objetos é bem-vindo em qualquer funcionalidade do seu programaExcelente, principalmente quando você almeja reuso e comunicação entre diferentes partes do códigonão precisa de mais nada para ter os eu carrinho de compras. Vamos calcular o total:

Lugares onde em geral OO não é necessária ou é usada apenas indiretamente incluem:

$total = 0;
foreach($carrinho as $item) 
    $total += $item['valor'];

Se há vários locais da sua aplicação onde você precisa percorrer, adicionar, remover, pesquisar elementos e assim por diante, você tem basicamente duas opções. Uma é acessar tudo manualmente como no exemplo acima e, quando ocorrerem mudanças (tal como novos campos), você sai mudando em todos os lugares. Outra é criar várias funções para manipular a estrutura de dados, tais como adicionar_item($carrinho, $item) e consultar_item($carrinho, $descricao).

Repare como tudo isso soa exatamente como meu primeiro exemplo de OO vs. procedural. Podemos resolver tudo isso sem OO, mas convenhamos, estamos reinventando a roda e fazendo manualmente o que poderíamos delegar para o interpretador do PHP fazer de forma mais segura.

Indo mais longe, mas vamos imaginar que agora você tem carrinhos com muitos itens e frequentemente precisa percorrer todos os elementos para totalizar ou consultar os itens. Primeiro você pensa em mudar a estrutura para algo como:

$carrinho = [
    "total" => 2,
    "items" => [
        "Pão" => ["quantidade" => 2, "valor" => .50], 
        "Leite" => ["quantidade" => 1, "valor" => 2.0] 
    ]
];

Resolve o problema, mas vai quebrar todo o código atual mais uma vez, caso você não faça todos os acessos via funções próprias.

Mas claro que você não precisa de objetos. Basta que cada módulo procedural tenha escrito na documentação algo como "não acesse as estruturas de dados diretamente!" E a partir daí obviamente você pode confiar que todo mundo, incluindo você, nunca vai respeitar esse desejo e usar corretamente sua API. Boa sorte! :)

Mais uma vez:

  • A falta de encapsulamento é fonte comum de problemas.
  • É complicado manter a consistência tendo apenas um conjunto "solto" de rotinas.
  • Isso também dificulta que outras pessoas criem novas rotinas e criem novas funcionalidades em cima das suas, pois a não fica claro como elas podem ou não usar sua estrutura de dados, enquanto com classes isso seria mais óbvio.

Objetos que representam entidades complexas são muito seguramente manipuladas pelas várias rotinas do sistema com uma interface bem definida em uma classe.

Usando o exemplo de validação, um objeto bem encapsulado garante a consistência interna dos dados, o que não é tão simples com funções isoladas. É claro que você pode criar uma rotina de validação e chamar em cada função, mas não é tão eficiente em muitos casos impeditivo ter que analisar em cada rotina toda a estrutura recebida para determinar se o estado é válido. Isso leva muitas bibliotecas a não realizarem validação suficiente, resultando em dificuldades para identificar problemas quando valores inesperados aparecem.

O potencial do PHP em diferentes paradigmas

Você pode resolver uma gama de problemas usando somente um paradigma específico, mas quase sempre, para uma aplicação não trivial um só paradigma não é a melhor escolha ou suficiente.

Quando falamos em programação procedural, funcional e orientado a objetos, devemos pensar em como podemos usar todos os paradigmas em harmonia para uma melhor solução.

Orientação a objetos é importante e todas as principais linguagens têm algum nível de suporte a ela ou possuem variações para suportar o paradigma, tal como o C++.

Programação funcional é outro paradigma que todas as linguagens procuram aproveitar até certo ponto. Mesmo linguagens como o Java, tradicionalmente nada amigável a este paradigma, abraçou-o veementemente em sua versão 8.

Já programação procedural é algo que, até certo ponto, inevitável. Ainda não estamos no estágio (e não estou certo de que chegaremos) onde tudo poderá ser resolvido por expressões funcionais. As boas e velhas estruturas de controle tais como if e for ainda vão existir dentro dos métodos e funções.

O interessante do PHP é que ele possui um suporte razoável para todos esses paradigmas, embora alguns sejam mais bem explorados do que os demais.

A linguagem é muito conhecida por ser de fácil aprendizado, onde alguém consegue ter algum código executando com sucesso no seu primeiro dia, senão na primeira hora.

Por causa disso, parte da comunidade encontra dificuldades com o uso de OO e mesmo programação funcional já que são conceitos que levam mais tempo para digerir, além do que o PHP tem uma herança procedural muito forte e praticamente todos os módulos possuem uma API procedural, às vezes suportando OO ao mesmo tempo ou misturando objetos com funções isoladas.

Vejo um movimento da comunidade PHP em direção ao uso de outros paradigmas, mas menos para programação funcional, o que é uma pena.

Enfim, seria bom ver os três paradigmas funcionando em conjunto permitindo soluções melhores em todas as áreas.

Exemplos onde Orientação a Objetos é ruim

Lugares onde em geral OO não é legal ou é usada apenas indiretamente incluem:

  • TemplateTemplates, por exemplo, como os templates HTML do Wordpress onde você mistura lógica de controle com código HTML. Mesmo em outras linguagens isso vale. Embora objetos auxiliares (helpers) sejam usados, um template de texto é intrinsicamente procedural em sua natureza.
  • Funções sem estado (stateless) não armazenam nem compartilham variáveis, nem possuem pré-requisitos. Por exemplo, mesmo numa linguagem puramente OO, uma rotina para converter um inteiro em texto não precisa necessariamente estar em um objeto. O Java, por exemplo, usa método estáticos para esses casos.
  • Rotinas de alto desempenho funcionam melhor com estruturas de dados simples.

Em minha resposta, cobri apenas alguns aspectos que podem influenciar no desenvolvimento de sistemas além de um exemplo trivial ou acadêmico.

Padrões de Projetos

Se você pretende levar o sistema adiante e evoluir as funcionalidadesVários projetos de código livre morrem por falta de manutenção devido à má estruturação, Orientação a Objetos pode ser a diferença entre você achar que valepois ninguém consegue ou não a pena o esforçotem coragem de mexer. Independente do paradigma utilizado, é importante aprender as melhores práticas.

Claro que existem vários fatoresPadrões de projetos não são exclusividade do paradigma de Programação OO, mas são soluções conhecidas para problemas específicos, além de uma linguagem comum para você não é à toa que vários projetosreinventar a roda e chamar de código livre morrem por falta"cubo redondo".

Conhecer padrões de manutenção devido à má estruturaçãoprojeto podem lhe ensinar como outras pessoas resolveram certos tipos de problemas e, pois ninguém consegueuma vez que você aprender alguns você perceberá uma coisa boa e outra ruim:

  • A boa é que você vai aprender outras formas de pensar sobre o problema que não teria feito sozinho e logo estará ajustando e compondo esses diferentes padrões em novas formas. Assim você usa a experiência dos outros para crescer mais rapidamente.
  • A ruim é que você começa a querer aplicar os padrões em tudo e acaba criando alguns monstrinhos até aprender (espero) a usar esses novos poderes com responsabilidade.

Considerações

Não só em bibliotecas ou tem coragemframeworks, o uso de mexerOrientação a Objetos é bem-vindo em qualquer funcionalidade do seu programa, principalmente quando você almeja reuso e comunicação entre diferentes partes do código ao mesmo tempo que que almeja certo encapsulamento para evitar problemas mais para frente.

Use o paradigma que for melhor para resolver cada problema, inclusive todos juntos. Mas para isso você vai precisar conhecer todos, além das boas e más práticas de cada um.

Orientação a objetos em geral, independente da linguagem e do quanto ela adere ao conceito teórica, traz os mesmos benefícios, sendo os principais relacionados à organização do código e facilidade de manutenção e extensão.

Não entrarei em detalhes, pois você pode encontrar muito material por aqui, por exemplo esta pergunta.

Seu projeto

Falando especificamente sobre seu projeto, vamos analisar superficialmente alguns desafios que você pode enfrentar por não ter usado OO.

Reuso de código

Como se faz reuso sem OO? Funções. E como você faz para adicionar variações? Parâmetros.

O problema disso é que no decorrer do tempo você precisa alterar os parâmetros. Não é incomum em códigos PHP encontrar métodos com 10 parâmetros, alguns opcionais, outros desnecessários. E se você precisar remover uma parâmetro, vai ter que sair varrendo o código procurando pelas chamadas.

Ao usar objetos, você pode ter alguns métodos para definir as propriedades e, dessa forma, fica mais fácil saber qual valor está sendo coloca aonde.

Além disso, você pode criar várias instâncias com valores diferentes, alterando o comportamento da classe.

Entidades

Provavelmente você deve ter algumas entidades que salva num banco de dados.

Sem orientação a objetos, não é incomum se usar um conjunto definido de variáveis ou mesmo um mapa ou array para armazenar tais estruturas de dados.

A não ser que seu sistema seja muito trivial, você deve ter encontrado alguns problemas enquanto criava rotinas para recuperar, inserir ou alterar dados. Ora você esquece quais os atributos um mapa carrega, ora você precisa passar um monte de valores por parâmetro, etc. Adicionar um campo pode virar um pesadelo mais para frente.

Objetos que representam entidades são muito mais fáceis de trabalhar e passar valores para as várias rotinas do sistema. Além do mais eles podem encapsular certas operações que outrora você precisa espalhar em vários lugares da aplicação, tal como validar os dados.

Usando o exemplo de validação, é claro que você pode criar uma rotina validar_usuario(), mas quem garante que ela vai ser chamada sempre que necessário? E se houver vários locais onde uma entidade pode ser inserida ou alterada?

Por outro lado, um objeto pode ter certas validações diretamente no construtor, ou então a rotina que insere dados no banco de dados pode chamar $entidade->validar() sempre antes de realmente executar o INSERT.

Fluxo de chamadas de funções

Talvez em algum momento você tem algum tipo de lógica onde precisa chamar um conjunto de funções em sequência, caso contrário o código não funciona.

É uma fonte clássica de problemas do PHP você ter alguma função que falha porque você esqueceu de chamar outra antes e, dessa forma, caso você teste todo o código e encontre o problema você tem ainda que pesquisar para descobrir quais os requisitos para a função. Se o problema permanecer oculto aos testes, pode estourar em produção.

Com classes, a exemplo do PDO, você pode facilmente compor funcionalidades e armazenar o estado nos objetos de forma que não seja necessário depender de chamadas anteriores. Um exemplo simples é uma classe que usa o construtor para inicializar valores ao invés de ter alguma função iniciar_valores ou algo parecido, como é comum em várias linguagens procedurais.

Variáveis globais

Posso imaginar que no seu sistema você tenha um punhado de variáveis globais para trocar informações entre as funções. Se não tiver, parabéns, mas esta não é a regra.

O problema com variáveis compartilhadas e que você incorre no grande risco de que um trecho de código interfira com outros inadvertidamente.

Exemplo prático

Imagine uma função que tem um contador interno. Você usa ela para contar o tempo de resposta de um determinado relatório. Exemplo:

iniciar_timer();
gerar_relatorio();
finalizar_timer();

No entanto, após algum tempo, alguém sente a necessidade de verificar o tempo de duração da consulta SQL. Então ela faz isto:

function gerar_relatorio() {
    iniciar_timer();
    $resultado = executar_query();
    finalizar_timer();
    gerar_pdf($resultado);
}  

O que acontece aqui? Dependendo de como o timer é implementado você pode ter simplesmente valores incorretos sem perceber ou pode ter erros de execução.

Claro que isso pode ser resolvido de forma procedural retornando algum valor de controle no método iniciar_timer(), mas então é mais algo que você precisa avisar e ensinar a todos os desenvolvedores.

A vantagem de usar classes é que você consegue não só encapsular os valores, mas a interface (métodos) de uma classe, desde que bem pensados, tornam o uso óbvio.

Imagina uma classe com a seguinte interface:

class Timer {
    __constructor() {...}
    stop() {...}
    getTime() {...}
}

O uso é praticamente óbvio:

$t = new Timer();
gerar_relatorio();
$t->stop();

E agora cada objeto tem valores independentes.

Considerações

Não só em bibliotecas ou frameworks, o uso de Orientação a Objetos é bem-vindo em qualquer funcionalidade do seu programa, principalmente quando você almeja reuso e comunicação entre diferentes partes do código.

Lugares onde em geral OO não é necessária ou é usada apenas indiretamente incluem:

  • Template, por exemplo, templates HTML do Wordpress onde você mistura lógica de controle com código HTML. Mesmo em outras linguagens isso vale. Embora objetos auxiliares (helpers) sejam usados, um template de texto é intrinsicamente procedural em sua natureza.
  • Funções sem estado (stateless) não armazenam nem compartilham variáveis, nem possuem pré-requisitos. Por exemplo, mesmo numa linguagem puramente OO, uma rotina para converter um inteiro em texto não precisa necessariamente estar em um objeto. O Java, por exemplo, usa método estáticos para esses casos.

Em minha resposta, cobri apenas alguns aspectos que podem influenciar no desenvolvimento de sistemas além de um exemplo trivial ou acadêmico.

Se você pretende levar o sistema adiante e evoluir as funcionalidades, Orientação a Objetos pode ser a diferença entre você achar que vale ou não a pena o esforço.

Claro que existem vários fatores, mas não é à toa que vários projetos de código livre morrem por falta de manutenção devido à má estruturação, pois ninguém consegue ou tem coragem de mexer.

TL;DR

Orientação a Objetos (OO), independente da linguagem e do quanto ela adere à teoria, pode trazer os mesmos benefícios, sendo os principais relacionados à organização do código, facilidade de manutenção e capacidade de extensão das funcionalidade.

Você está certo em supor que OO é melhor para bibliotecas e APIs, já que código feito para uso de terceiros precisa ter uma interface bem definida, extensibilidade e encapsulamento, enquanto flexibilidade demais gera dores de cabeça para lidar com a evolução do código.

Entretanto, este paradigma, por si só, não resolve qualquer um dos problemas e, se mau utilizado, pode causar tanto ou mais danos do que ajudar.

Você não precisa de OO

Isso mesmo que você leu. Dá pra fazer tudo que se faz com objetos usando apenas programação procedural.

Uma boa linguagem de programação precisa basicamente de 3 componentes:

  • Estruturas de dados básicos: vetores, mapas, classes, tipos simples, etc.
  • Estruturas de controle: if, for, etc.
  • Estruturas de organização do código: subrotinas, blocos, funções, métodos, etc.

Agora, pense no que são classes, por exemplo. Tratam-se de uma composição de trechos de código organizados (métodos), os quais contém lógica de controle, e um conjunto de dados ou atributos (estado do objeto) que chamamos em PHP de $this.

Bem, você pode obter o mesmo resultado usando um conjunto de funções e uma estrutura de dados compartilhada entre elas. Quem sabe programar um pouco em C, por exemplo, sabe muito bem disso.

Exemplo procedural:

$this = criar_estrutura();
fazer_algo($this);

Exemplo OO:

$objeto = new Classe();
$objeto->fazer_algo();

Os dois códigos fazem a mesma coisa, entretanto no primeiro o estado é explícito e precisa ser passado em cada chamada ao conjunto de funções que são análogas aos métodos de uma classe.

Porém, como pretendo mostrar adiante, OO traz outros benefícios e não é à toa ou coincidência ou uma simples moda que a faz se tornar o paradigma mais usado no mundo.

Você pode encontrar bons materiais aqui no SO sobre vantagens de OO, sendo um exemplo esta pergunta.

O que distingue a Orientação a Objetos

Um grande diferencial da OO em relação aos outros paradigmas é que ele vai além no que diz respeito à abstração e encapsulamento dos dados.

Claro, nada é de graça. Com os benefícios vêm os efeitos colaterais, a saber, maior cerimônia, complexidade e restrições, além de impactos no gerenciamento de memória e no desempenho (não querendo dizer com isso que necessariamente um sistema vai ficar lento ou pesado só por usar OO).

Entretanto, o que se vê no geral é que o ganho pode ser bem maior que o preço pago por jogar dentro das regras dos objetos.

Quando você tem atributo privados encapsulando o estado de um objeto, pode ser "chato" ter que ficar acessando tudo por métodos. Em teoria (mas tem que ser muito teórico mesmo), um bom programador não precisa esconder suas estruturas de dados, apenas tomar o cuidado para não ser tentado a mexer no que não deve.

Porém, se olharmos projetos reais que envolvam produtos de verdade, constataremos que é ilusão achar que humanos simplesmente vão seguir corretamente todas as regras e boas práticas. Num projeto complexo, pode ser humanamente impossível estar a par do funcionamento de tudo.

Alguém pode argumentar que basta estudar a API do PHP para aprender a usar as funções, mas em projetos reais você também precisa aprender a API do sistema em particular e outros sistemas com os quais você faz integração, às vezes mais complexos e desorganizado que a própria linguagem (se é que é possível :P).

Dado esse cenário caótico, as restrições, padrões e regras impostos pela OO são muito bem-vindos em muitos casos.

Abstração e reuso

Como se faz reuso de código sem OO? Com funções. E como você faz para adicionar variações? Parâmetros.

O problema disso é que no decorrer do tempo você vai precisar alterar os parâmetros. Não é incomum em códigos PHP por aí encontrar funções com 10 parâmetros, alguns opcionais, outros desnecessários. E se você precisar remover uma parâmetro, vai ter que sair varrendo o código procurando pelas chamadas.

Uma alternativa a isso é receber vetores, mapas ou outras estruturas genéricas como parâmetros. Isso pode funcionar bem até certo ponto.

Ao usar objetos, você pode diferentes construtores e ter métodos para definir propriedades específicas que geralmente são opcionais.

Vamos agora a um cenário onde você tem uma rotina que processa uma entidade com vários atributos, sendo 2 deles obrigatórios e os demais opcionais.

Uma implementação OO poderia ser:

$cliente = new Cliente($cpf, $nome);
$cliente->setEndereco($end);
$email->enviar($cliente);

Uma versão procedural simplista seria:

enviar_email_cliente($cpf, $nome, null, null, $end); //demais parâmetros omitidos

Uma versão mais flexível:

enviar_email_cliente($cpf, $nome, array("endereco" => $end));

Considere ainda que este sistema é um grande ERP, composto por módulos desenvolvidos por diferentes equipes, e existem centenas de chamadas à rotina e em nenhuma delas os valores são estáticos como no exemplo.

Agora imagine que foi necessário remover o atributo endereco da entidade Cliente e mover para outra entidade, já que agora clientes podem ter vários endereços.

Agora vai a pergunta: o que acontece quando você efetua a mudança? Em qual dos casos a IDE ou o interpretador vai avisar você de que o atributo não existe mais?

Este é um trade-off entre flexibilidade e segurança. Muita flexibilidade, como é permitido e até incentivado em PHP, também é causa frequente erros difíceis de serem encontrados.

Encapsulamento

Posso imaginar que no seu sistema você tenha um punhado de variáveis, algumas globais, para trocar informações entre as funções. Se não tiver, parabéns, mas esta não é a regra.

O problema com variáveis compartilhadas é que você incorre no grande risco de que um trecho de código interfira com outros inadvertidamente.

Vamos a outro exemplo. Você quer monitorar o tempo de uma rotina muito demorada. Uma abordagem procedural ingênua usando uma variável global seria:

iniciar_timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    popular($planeta);
}
echo "Total: " . finalizar_timer();

Bem, obviamente isso funciona, mas não ajuda muito. A rotina demora muito e não se sabe em qual planeta estamos tendo mais dificuldades em popular. Queremos saber o tempo total, assim como o tempo individual.

Poderíamos melhorar da seguinte forma:

$inicio_geral = iniciar_timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    $inicio_parcial = iniciar_timer();
    popular($planeta);
    echo "Planeta $planeta: " . finalizar_timer($inicio_parcial);
    echo "Parcial: " . (time() - $inicio_geral);
}
echo "Total: " . finalizar_timer($inicio_geral);

Pronto, agora não termos mais o estado global e podemos reusar a rotina.

Porém, verificou-se que o processo está vazando muita memória e se quer investigar quando isso ocorre. Para isso, precisamos recuperar a quantidade de memória alocada antes de executar a rotina e a quantidade de memória após ela executar e adicionar essas informações a um arquivo de log.

Como podemos alterar as rotinas para fazer isso sem mexer no código? Tenha em mente que essas rotinas estão sendo usados por outras pessoas que contribuem para a colonização da galáxia.

Se não queremos variáveis globais, podemos mudar o retorno da rotina inicar_timer para retornar um array contendo tanto o tempo quanto a memória e assim recuperar ambos valores em finalizar_timer.

Entretanto, você potencialmente está quebrando a implementação de várias pessoas, já que agora o echo não vai imprimir o que você esperava. Tudo isso porque programadores espertos, sabendo que você retornava um timestamp, acessaram diretamente o valor.

Alguém pode argumentar que é possível corrigir isso de forma simples. Por exemplo:

$inicio_geral = iniciar_timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    $inicio_parcial = iniciar_timer();
    popular($planeta);
    imprimir_tempo("Planeta $planeta", $inicio_parcial);
    imprimir_tempo("Parcial, $inicio_geral);
}
imprimir_tempo("Total", $inicio_geral);

Excelente. Agora explique para para mundo porque mais uma vez foram implementadas mudanças incompatíveis com versões anteriores e agora todos terão que ficar usando uma versão antiga do seu código ou parar o que estão fazendo procurando por todos os usos das rotinas afetadas, ajustando e testando tudo novamente.

OO não resolve todos os problemas, mas neste exemplo (e em vários outros que vejo no dia a dia) um correto encapsulamento do estado poderia ter resolvido todo o problema de início. Por outro lado, a falta de encapsulamento, tende a causar este tipo de problema.

Nesse ponto, as restrições e burocracias da OO teriam permitido que todas as alterações fossem feitas sem interrupção e sem introduzir incompatibilidades:

$geral = new Timer();
foreach ($planetas as $planeta) {
    $parcial = iniciar_timer();
    popular($planeta);
    $parcial->logTime("Planeta $planeta");
    $geral->logTime(Parcial);
}
$geral->logTime("Total");

Resumindo: as restrições impostas pela OO aumentam o reuso porque limitam a forma como o código cliente pode interagir com os dados.

Em programação funcional, por outro lado, poderíamos ainda ter um método que faz a contagem automaticamente. Exemplo:

monitorar_execucao("Total", function() {
    foreach ($planetas as $planeta) {
        monitorar_execucao("Planeta $planeta", function() { 
            popular($planeta);
        });
    }
});

No exemplo acima, os logs de início e fim são feitos automaticamente e podemos adicionar quaisquer mecanismos de monitoração desejados.

E se quisermos dar um pouco mais de flexibilidade, podemos ainda disponibilizar um objeto como parâmetro:

monitorar_execucao("Total", function($timer_global) {
    foreach ($planetas as $planeta) {
        monitorar_execucao("Planeta $planeta", function($timer_parcial) { 
            popular($planeta);
            $timer_global->log("parcial");
        });
    }
});

Note como usamos programação funcional e OO em conjunto para obter uma API mais flexível, segura e consistente. Podemos mudar a implementação interna sem afetar quem usa a rotina.

Entidades

Provavelmente você deve ter algumas entidades que salva num banco de dados.

Sem orientação a objetos, não é incomum se usar um conjunto definido de variáveis ou mesmo um mapa ou array para armazenar tais estruturas de dados.

Por exemplo:

$carrinho = ["Pão", "Leite"];

A não ser que seu sistema seja muito trivial, você deve ter encontrado alguns problemas enquanto criava rotinas para recuperar, inserir ou alterar dados. Ora você esquece quais os atributos um mapa carrega, ora você precisa passar um monte de valores por parâmetro, etc. Adicionar campos pode virar um pesadelo mais para frente.

Agora com quantidade:

$carrinho = [
    ["desc" => "Pão", "quantidade" => 2], 
    ["desc" => "Leite", "quantidade" => 1] 
];

Agora com valor unitário

$carrinho = [
    ["desc" => "Pão", "quantidade" => 2, "valor" => .50], 
    ["desc" => "Leite", "quantidade" => 1, "valor" => 2.0] 
];

Excelente, você não precisa de mais nada para ter os eu carrinho de compras. Vamos calcular o total:

$total = 0;
foreach($carrinho as $item) 
    $total += $item['valor'];

Se há vários locais da sua aplicação onde você precisa percorrer, adicionar, remover, pesquisar elementos e assim por diante, você tem basicamente duas opções. Uma é acessar tudo manualmente como no exemplo acima e, quando ocorrerem mudanças (tal como novos campos), você sai mudando em todos os lugares. Outra é criar várias funções para manipular a estrutura de dados, tais como adicionar_item($carrinho, $item) e consultar_item($carrinho, $descricao).

Repare como tudo isso soa exatamente como meu primeiro exemplo de OO vs. procedural. Podemos resolver tudo isso sem OO, mas convenhamos, estamos reinventando a roda e fazendo manualmente o que poderíamos delegar para o interpretador do PHP fazer de forma mais segura.

Indo mais longe, mas vamos imaginar que agora você tem carrinhos com muitos itens e frequentemente precisa percorrer todos os elementos para totalizar ou consultar os itens. Primeiro você pensa em mudar a estrutura para algo como:

$carrinho = [
    "total" => 2,
    "items" => [
        "Pão" => ["quantidade" => 2, "valor" => .50], 
        "Leite" => ["quantidade" => 1, "valor" => 2.0] 
    ]
];

Resolve o problema, mas vai quebrar todo o código atual mais uma vez, caso você não faça todos os acessos via funções próprias.

Mas claro que você não precisa de objetos. Basta que cada módulo procedural tenha escrito na documentação algo como "não acesse as estruturas de dados diretamente!" E a partir daí obviamente você pode confiar que todo mundo, incluindo você, nunca vai respeitar esse desejo e usar corretamente sua API. Boa sorte! :)

Mais uma vez:

  • A falta de encapsulamento é fonte comum de problemas.
  • É complicado manter a consistência tendo apenas um conjunto "solto" de rotinas.
  • Isso também dificulta que outras pessoas criem novas rotinas e criem novas funcionalidades em cima das suas, pois a não fica claro como elas podem ou não usar sua estrutura de dados, enquanto com classes isso seria mais óbvio.

Objetos que representam entidades complexas são muito seguramente manipuladas pelas várias rotinas do sistema com uma interface bem definida em uma classe.

Usando o exemplo de validação, um objeto bem encapsulado garante a consistência interna dos dados, o que não é tão simples com funções isoladas. É claro que você pode criar uma rotina de validação e chamar em cada função, mas não é tão eficiente em muitos casos impeditivo ter que analisar em cada rotina toda a estrutura recebida para determinar se o estado é válido. Isso leva muitas bibliotecas a não realizarem validação suficiente, resultando em dificuldades para identificar problemas quando valores inesperados aparecem.

O potencial do PHP em diferentes paradigmas

Você pode resolver uma gama de problemas usando somente um paradigma específico, mas quase sempre, para uma aplicação não trivial um só paradigma não é a melhor escolha ou suficiente.

Quando falamos em programação procedural, funcional e orientado a objetos, devemos pensar em como podemos usar todos os paradigmas em harmonia para uma melhor solução.

Orientação a objetos é importante e todas as principais linguagens têm algum nível de suporte a ela ou possuem variações para suportar o paradigma, tal como o C++.

Programação funcional é outro paradigma que todas as linguagens procuram aproveitar até certo ponto. Mesmo linguagens como o Java, tradicionalmente nada amigável a este paradigma, abraçou-o veementemente em sua versão 8.

Já programação procedural é algo que, até certo ponto, inevitável. Ainda não estamos no estágio (e não estou certo de que chegaremos) onde tudo poderá ser resolvido por expressões funcionais. As boas e velhas estruturas de controle tais como if e for ainda vão existir dentro dos métodos e funções.

O interessante do PHP é que ele possui um suporte razoável para todos esses paradigmas, embora alguns sejam mais bem explorados do que os demais.

A linguagem é muito conhecida por ser de fácil aprendizado, onde alguém consegue ter algum código executando com sucesso no seu primeiro dia, senão na primeira hora.

Por causa disso, parte da comunidade encontra dificuldades com o uso de OO e mesmo programação funcional já que são conceitos que levam mais tempo para digerir, além do que o PHP tem uma herança procedural muito forte e praticamente todos os módulos possuem uma API procedural, às vezes suportando OO ao mesmo tempo ou misturando objetos com funções isoladas.

Vejo um movimento da comunidade PHP em direção ao uso de outros paradigmas, mas menos para programação funcional, o que é uma pena.

Enfim, seria bom ver os três paradigmas funcionando em conjunto permitindo soluções melhores em todas as áreas.

Exemplos onde Orientação a Objetos é ruim

Lugares onde em geral OO não é legal ou é usada apenas indiretamente incluem:

  • Templates, por exemplo, como os templates HTML do Wordpress onde você mistura lógica de controle com código HTML. Mesmo em outras linguagens isso vale. Embora objetos auxiliares (helpers) sejam usados, um template de texto é intrinsicamente procedural em sua natureza.
  • Funções sem estado (stateless) não armazenam nem compartilham variáveis, nem possuem pré-requisitos. Por exemplo, mesmo numa linguagem puramente OO, uma rotina para converter um inteiro em texto não precisa necessariamente estar em um objeto. O Java, por exemplo, usa método estáticos para esses casos.
  • Rotinas de alto desempenho funcionam melhor com estruturas de dados simples.

Padrões de Projetos

Vários projetos de código livre morrem por falta de manutenção devido à má estruturação, pois ninguém consegue ou tem coragem de mexer. Independente do paradigma utilizado, é importante aprender as melhores práticas.

Padrões de projetos não são exclusividade do paradigma de Programação OO, mas são soluções conhecidas para problemas específicos, além de uma linguagem comum para você não reinventar a roda e chamar de "cubo redondo".

Conhecer padrões de projeto podem lhe ensinar como outras pessoas resolveram certos tipos de problemas e, uma vez que você aprender alguns você perceberá uma coisa boa e outra ruim:

  • A boa é que você vai aprender outras formas de pensar sobre o problema que não teria feito sozinho e logo estará ajustando e compondo esses diferentes padrões em novas formas. Assim você usa a experiência dos outros para crescer mais rapidamente.
  • A ruim é que você começa a querer aplicar os padrões em tudo e acaba criando alguns monstrinhos até aprender (espero) a usar esses novos poderes com responsabilidade.

Considerações

Não só em bibliotecas ou frameworks, o uso de Orientação a Objetos é bem-vindo em qualquer funcionalidade do seu programa, principalmente quando você almeja reuso e comunicação entre diferentes partes do código ao mesmo tempo que que almeja certo encapsulamento para evitar problemas mais para frente.

Use o paradigma que for melhor para resolver cada problema, inclusive todos juntos. Mas para isso você vai precisar conhecer todos, além das boas e más práticas de cada um.

Fonte Link
utluiz
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Orientação a objetos em geral, independente da linguagem e do quanto ela adere ao conceito teórica, traz os mesmos benefícios, sendo os principais relacionados à organização do código e facilidade de manutenção e extensão.

Não entrarei em detalhes, pois você pode encontrar muito material por aqui, por exemplo esta pergunta.

Seu projeto

Falando especificamente sobre seu projeto, vamos analisar superficialmente alguns desafios que você pode enfrentar por não ter usado OO.

Reuso de código

Como se faz reuso sem OO? Funções. E como você faz para adicionar variações? Parâmetros.

O problema disso é que no decorrer do tempo você precisa alterar os parâmetros. Não é incomum em códigos PHP encontrar métodos com 10 parâmetros, alguns opcionais, outros desnecessários. E se você precisar remover uma parâmetro, vai ter que sair varrendo o código procurando pelas chamadas.

Ao usar objetos, você pode ter alguns métodos para definir as propriedades e, dessa forma, fica mais fácil saber qual valor está sendo coloca aonde.

Além disso, você pode criar várias instâncias com valores diferentes, alterando o comportamento da classe.

Entidades

Provavelmente você deve ter algumas entidades que salva num banco de dados.

Sem orientação a objetos, não é incomum se usar um conjunto definido de variáveis ou mesmo um mapa ou array para armazenar tais estruturas de dados.

A não ser que seu sistema seja muito trivial, você deve ter encontrado alguns problemas enquanto criava rotinas para recuperar, inserir ou alterar dados. Ora você esquece quais os atributos um mapa carrega, ora você precisa passar um monte de valores por parâmetro, etc. Adicionar um campo pode virar um pesadelo mais para frente.

Objetos que representam entidades são muito mais fáceis de trabalhar e passar valores para as várias rotinas do sistema. Além do mais eles podem encapsular certas operações que outrora você precisa espalhar em vários lugares da aplicação, tal como validar os dados.

Usando o exemplo de validação, é claro que você pode criar uma rotina validar_usuario(), mas quem garante que ela vai ser chamada sempre que necessário? E se houver vários locais onde uma entidade pode ser inserida ou alterada?

Por outro lado, um objeto pode ter certas validações diretamente no construtor, ou então a rotina que insere dados no banco de dados pode chamar $entidade->validar() sempre antes de realmente executar o INSERT.

Fluxo de chamadas de funções

Talvez em algum momento você tem algum tipo de lógica onde precisa chamar um conjunto de funções em sequência, caso contrário o código não funciona.

É uma fonte clássica de problemas do PHP você ter alguma função que falha porque você esqueceu de chamar outra antes e, dessa forma, caso você teste todo o código e encontre o problema você tem ainda que pesquisar para descobrir quais os requisitos para a função. Se o problema permanecer oculto aos testes, pode estourar em produção.

Com classes, a exemplo do PDO, você pode facilmente compor funcionalidades e armazenar o estado nos objetos de forma que não seja necessário depender de chamadas anteriores. Um exemplo simples é uma classe que usa o construtor para inicializar valores ao invés de ter alguma função iniciar_valores ou algo parecido, como é comum em várias linguagens procedurais.

Variáveis globais

Posso imaginar que no seu sistema você tenha um punhado de variáveis globais para trocar informações entre as funções. Se não tiver, parabéns, mas esta não é a regra.

O problema com variáveis compartilhadas e que você incorre no grande risco de que um trecho de código interfira com outros inadvertidamente.

Exemplo prático

Imagine uma função que tem um contador interno. Você usa ela para contar o tempo de resposta de um determinado relatório. Exemplo:

iniciar_timer();
gerar_relatorio();
finalizar_timer();

No entanto, após algum tempo, alguém sente a necessidade de verificar o tempo de duração da consulta SQL. Então ela faz isto:

function gerar_relatorio() {
    iniciar_timer();
    $resultado = executar_query();
    finalizar_timer();
    gerar_pdf($resultado);
}  

O que acontece aqui? Dependendo de como o timer é implementado você pode ter simplesmente valores incorretos sem perceber ou pode ter erros de execução.

Claro que isso pode ser resolvido de forma procedural retornando algum valor de controle no método iniciar_timer(), mas então é mais algo que você precisa avisar e ensinar a todos os desenvolvedores.

A vantagem de usar classes é que você consegue não só encapsular os valores, mas a interface (métodos) de uma classe, desde que bem pensados, tornam o uso óbvio.

Imagina uma classe com a seguinte interface:

class Timer {
    __constructor() {...}
    stop() {...}
    getTime() {...}
}

O uso é praticamente óbvio:

$t = new Timer();
gerar_relatorio();
$t->stop();

E agora cada objeto tem valores independentes.

Considerações

Não só em bibliotecas ou frameworks, o uso de Orientação a Objetos é bem-vindo em qualquer funcionalidade do seu programa, principalmente quando você almeja reuso e comunicação entre diferentes partes do código.

Lugares onde em geral OO não é necessária ou é usada apenas indiretamente incluem:

  • Template, por exemplo, templates HTML do Wordpress onde você mistura lógica de controle com código HTML. Mesmo em outras linguagens isso vale. Embora objetos auxiliares (helpers) sejam usados, um template de texto é intrinsicamente procedural em sua natureza.
  • Funções sem estado (stateless) não armazenam nem compartilham variáveis, nem possuem pré-requisitos. Por exemplo, mesmo numa linguagem puramente OO, uma rotina para converter um inteiro em texto não precisa necessariamente estar em um objeto. O Java, por exemplo, usa método estáticos para esses casos.

Em minha resposta, cobri apenas alguns aspectos que podem influenciar no desenvolvimento de sistemas além de um exemplo trivial ou acadêmico.

Se você pretende levar o sistema adiante e evoluir as funcionalidades, Orientação a Objetos pode ser a diferença entre você achar que vale ou não a pena o esforço.

Claro que existem vários fatores, mas não é à toa que vários projetos de código livre morrem por falta de manutenção devido à má estruturação, pois ninguém consegue ou tem coragem de mexer.