Amerê
Do fulgor carbônico eu surjo
Sendo alma daquilo que em cinzas se acaba
Imortal e evasivo nada me abala
Como a ocasião invisível em que fujo
Corro pelo ar como volúpia desgarrada
E pela face floral me introduzo
Ao estado de que fora então expulso
Reiniciando tudo aquilo que formava
Mas se exacerbado é meu volume,
Saturo-me no espaço,
Umidade atenua meu lume,
Regresso em lamúrias de ácido,
E se nem mesmo mais a água me guia,
Perco a minha esperança,
Viro as costas para ser o que deveria,
Transformo-me no desequilíbrio...
Maldita célula da mudança !