É uma medida de complexidade de um algoritmo onde é considerado os caminhos independentes que o algoritmo pode tomar. Quanto maior a complexidade ciclomática mais difícil de acompanhar o código, de dar manutenção, testar e fazer cobertura total. A complexidade ciclomática aumenta sempre que existe um *branch*, mas algumas formas de *branch* podem gerar caminhos mais difíceis de acompanhar do que outros. Quanto mais linear, mais fácil é acompanhar o código. Uma saída da função não deixa de ser um *branch* e conta para aumentar a complexidade ciclomática, portanto não existe função de CC 0. Por isso usar vários [`return`][1] ou eventualmente o uso do [`goto`][2] pode aumentar ou diminuir a complexidade ciclomática **dependendo** de como forem usados, ainda que possa prejudicar outro aspecto. Funções grandes tendem a ter maior complexidade ciclomática. É muito raro conseguir fazer algo grande sem *branches*. A análise passa for representar o fluxo de execução através de um [grafo][3]. Um exemplo pego da [Wikipedia][4]: [![Complexidade ciclomática][5]][5] Esse código tem CC 3 já que existem 2 *branches* típicos (um laço e um condicional) e 1 ponto de saída. O desenvolvedor médio só precisa saber que deve manter a complexidade baixa simplificando os caminhos possíveis. Isso facilita muito seu trabalho e diminui a quantidade de problemas que podem ocorrer. Questões mais matemáticas são úteis para cientistas da computação ou engenheiros que precisam trabalhar com desenvolvimento mais formal ou rotinas muito otimizadas. Um ponto a se considerar é que quebrar uma função em várias pode diminuir a CC desta função, mas não diminui a CC do algoritmo como um todo. Pode até aumentar. Algumas pessoas podem dizer que pelo menos fica mais fácil testar, e isso até é verdade para o teste individualizado que tem pouco valor, você ainda precisa testar todas situações e isso tem que considerar os resultados produzidos pelas funções auxiliares. Problemas como um todo tem um limite do que dá para reduzir a CC. O que o desenvolvedor pode fazer é diminuir onde há CC em exagero, o desnecessário. >Em qual situação é importante analisar essa complexidade? Em qualquer situação que não seja um código trivial e talvez descartável seria bom pensar sobre isso e ver se pode simplificar algo. Existem ferramentas para medir a complexidade ciclomática do seu código em diversas linguagens, algumas até sugerem uma refatoração que pode simplificar. Então você não precisa perder tempo fazendo manualmente. [Um exemplo que mostra até concretamente como ela faz a conta][6]. [Estudo original][7]. #Outras métricas Reforço que ela sozinha não é uma boa indicação de qualidade de código. Você pode diminuir a CC e o código ficar pior. Você pode optar pelo polimorfismo e passar ter decisões intrínsecas e a execução passar ter mais diferenças de execução. Algo me chamou atenção estudando o assunto e não ficou tão claro se a complexidade de algoritmo é sobre a quantidade caminhos possíveis ou a quantidade de decisões a serem consideradas. Vi materiais divergentes sobre isso, quando ficava ambíguo por usar termos que ninguém sabe exatamente o que é aquilo, a fórmula é boa mas você não sabe o que é cada elemento da fórmula. Se a CC considera apenas os blocos de código diferentes de acordo com o que vê escrito então acho uma medida menos importante. Se considera a quantidade de decisões diferentes para decidir se tomará um caminho me parece mais importante. Nem sei se isso está oficialmente correto, mas se estiver errado eu prefiro ficar com o "errado" porque ele faz mais sentido, é mais lógico, é que as pessoas podem pensar: "se tem um `if` então há um *branch* e a CC sobe 1". Não poderia ser bem assim. Em condições normais no mínimo 1 sobe mesmo, mas se o `if` for `true` ou `false` já determinado pelo código sem depender da execução ele deveria subir 0. Usando a mesma lógica, se você tiver uma condição mais complexa ali no `if` ou até mesmo em expressão fora dele, a complexidade pode subir mais, e pode até mesmo se tornar exponencial. Só o fato de usar um operador de concatenação de comparações como o `and` ou `or` já faz um simples `if` ter dois *branches*, então um `if` com 30 `and`s faz a CC ir para perto de 1 bilhão. Por que isso acontece? Por que no fundo cada subcondição é uma decisão separada, é como se fosse um `if` novo, mas está tudo concatenado. E aí um laço poderia variar de acordo com a quantidade de interações possíveis. Mas isso está mais para complexidade de algoritmo. Isso pode não ser CC, mas é mais importante para seu código. Inclusive porque é muito estranho você ter 10 `if`s cujo bloco de execução faz a mesma coisa e se você coloca tudo junto em um único `if` a complexidade mudar. Mais recentemente ouvi falar em Complexidade cognitiva. Não vi muito material tão confiável sobre isso ([vi esse][8]), mas tem softwares medindo esse tipo de coisa e considera tudo isso que eu falei. Me parece uma medida mais adequada, ainda que eu não esteja falando que é a mesma coisa. É óbvio que uma medida que diz que a complexidade é de 1 bilhão ajuda pouco se ela não pode ser reduzida. #Conclusão Não estou dizendo que a complexidade cognitiva é melhor porque me parece que ela tenha seus defeitos também. Todas são úteis para dar uma indicador, mas precisa entender a limitação de cada uma. Só ter a consciência que existem diversas medidas e elas devem ser observadas quando está codificando e não fazer tudo no estilo "bumba meu boi" já é um avanço que todo programador deve seguir. [1]: https://pt.stackoverflow.com/q/2477/101 [2]: https://pt.stackoverflow.com/q/20660/101 [3]: https://en.wikipedia.org/wiki/Graph_(discrete_mathematics) [4]: https://en.wikipedia.org/wiki/Cyclomatic_complexity [5]: https://i.sstatic.net/25OV9.png [6]: http://www.ndepend.com/docs/code-metrics#CC [7]: http://www.literateprogramming.com/mccabe.pdf [8]: https://www.sonarsource.com/docs/CognitiveComplexity.pdf