Se você declarar uma função pública ou não-privada `getNome()` dentro da sua classe que retorne como resultado o valor de um campo `nome` que está privado na classe (você consegue acessar esse campo de dentro da função caso esta esteja sendo declarada dentro da mesma classe que contém esse campo), esta função será o que muitos chamam de _getter_. O campo `nome` continuará inacessível diretamente por quem chama 'meuObjeto.nome`, mas será acessível de maneira indireta a chamando no lugar `meuObjeto.getNome()`. Não sei exatamente como é isso na sintaxe do Kotlin. Para entender melhor é preciso ter a noção do que são encapsulamento e _information hiding_ (ocultação da informação) em orientação a objetos. Primeiramente vamos lembrar que uma classe é uma "fôrma" que você programa com a intenção de definir o que os objetos criados com base nessa classe irão ter em termos de estado (variáveis) e comportamento (lógica) durante a execução do código. Aí para cada objeto que for instanciado (criado) esse estado irá variar individualmente, tanto a partir de como foram inicializados como com base na interação entre os diferentes objetos de diferentes classes na sua aplicação. Grosso modo é isso, em orientação a objetos baseada em classes. Basicamente, em objetos você deve ter o princípio de isolar o que está "do lado de dentro" do que está "do lado de fora" de um objeto construindo uma espécie de barreira lógica na classe que o define usando conceitos como modificadores de acesso (privado, público, etc.) aplicados a campos (que é o nome que se dá a variáveis que foram programadas para pertencer ao objeto, em oposição a variáveis locais ou globais) e a métodos (que é o nome que se dá a essas "funções" programadas dentro de uma classe e que acabam pertencendo a essa classe, ou melhor, aos seus objetos), bem como praticando uma certa maneira de programar classes. Isso permite a você isolar o que se encontra dentro do objeto (detalhes de implementação, estruturas de dados que não interessa para o lado de fora quais são, algoritmos específicos) do que é visto do lado de fora do objeto, que fica mais estável. Esta estabilidade é muito desejável. Torna-se possível fazer alterações e melhorias nas parte interna do objeto que não necessariamente irão impactar a interface pública (os métodos públicos) fornecidos pelo objeto, que são os "serviços" ou a utilidade de alto nível que esse objeto oferece para seus utilizadores. O objetivo é sempre tentar minimizar esse impacto e expor uma interface tão estável quanto possível. _Getter_ é o nome que se dá a um método público, ou pelo menos não-privado, que expõe (retorna) alguma informação de dentro do objeto. Como esse método pertence à classe que você está programando, ele tem acesso a campos privados dessa classe e pode inclusive retorná-los no retorno da função, efetivamente "publicando" esses campos para quem chama esse método a partir do lado de fora. O pessoal costuma fazer a associação de que um getter chamado por exemplo `getNome()` deve sempre trazer a variável `nome` que é privada dentro do objeto, e para muitos um getter é só isso, mas isso não é necessariamente verdade, visto que um getter "pelado" invalida essa barreira lógica (o que em alguns casos, como objetos que simplesmente servem para transportar dados, não chega a ser problema, mas pode ser em objetos que fazem parte do chamado modelo de domínio, que implementam regras de negócio por exemplo). Mesma coisa os _setters_, que são métodos públicos ou não-privados que alteram algo dentro do objeto e o pessoal vê muito como `setNome(novoNome)`, para alterar um campo privado `nome`, mas isso não deve ser necessariamente verdade. O conceito de objeto significa colocar juntos algum estado e os comportamentos associados a esse estado, isso de colocar juntas essas duas coisas que estão relacionadas e dar um nome a elas é o que se chama de encapsulamento. Ocultação da informação é essa separação que eu descrevi entre a interface pública e os detalhes de implementação/estado interno, que decorrem de isolar esses dois lados logicamente (muitas gente confunde isso com encapsulamento). No seu caso quando seus campos nome, etc. eram públicos, não estava ocorrendo a ocultação da informação. Quando ficaram privados esta passou a ocorrer. Se você criar getters e setters para eles ela poderá ou não deixar de ocorrer, principalmente se você não fizer validação de dados no setter, ou expuser campos que não devem ser modificados, como `data_de_nascimento`, fornecendo um setter para eles, ou ainda se expuser um estado interno mutável (como uma referência a um outro objeto guardado internamente) que fique sujeito a ser alterado diretamente pelo lado de fora, em vez de uma cópia imutável dessa informação. Já um `getIdade()` cujo retorno é calculado a partir da data de nascimento, preserva a ocultação da informação (você não está expondo a data de nascimento) e demonstra o conceito do encapsulamento. O que vai ter numa interface pública depende dos serviços que são interessantes um objeto fornecer. Uma classe `Pedido` por exemplo pode ser implementada contendo uma lista de produtos internamente (privada) e pode ser interessante que esse pedido ofereça um método público `getTotal()`, o que não quer dizer necessariamente que dentro exista um campo `total` privado, e sim que ele pode calcular esse total percorrendo a lista de produtos e somando os preços de um a um. Um setter pode até alterar diretamente um campo privado, mas também pode (e deve) fazer a validação do novo valor que está sendo fornecido, pois ele age como um porteiro entre o lado externo e o interno, que fica protegido, inclusive de receber dados inválidos (o que deixaria o objeto num estado inválido). Um objeto da classe `Pessoa` pode expor sua idade por um `getIdade()` calculada a partir de um campo `data_de_nascimento`. Igualmente, pode por alguma razão não ser interessante expor a data de nascimento diretamente, então evita-se criar um `getDataDeNascimento()`, por exemplo. Muito menos faria sentido haver um setter para modificar a data de nascimento, que por definição deveria ser fixa e imutável. O mesmo princípio geral se aplica a construtores, que devem validar todos os argumentos passados a eles a fim de inicializar o estado interno do objeto de maneira válida. Não sei se respondi sua pergunta porque não sei a sintaxe especifica do Kotlin para isso tudo, mas espero ter ajudado com esses importantes conceitos e dado uma base para encontrar a resposta na sintaxe.