Normalmente enxergamos o padrão de projeto como uma receita de bolo. É um modelo a ser seguido. É uma forma de codificar algo para obter um determinado resultado, uma determinada solução. Normalmente estas receitas foram criadas por quem já teve o problema, pensou muito a respeito e encontrou uma solução que pode ser universal.

As receitas focam mais um problemas bem específicos e provavelmente de forma [idiomática][1]. Os DPs são mais gerais e focam no problema, mais que na implementação.

Padrões de projeto são ideias, não são ferramentas, tecnologias, produtos, metodologias, paradigmas, etc.

Existem alguns padrões famosos que são muito comuns em diversas aplicações. Mas nada impede de você estabelecer seus próprios padrões para aplicações específicas, se ele pode se repetir no seu trabalho.

Alguns destes padrões são documentados e exemplos são fornecidos. Alguns podem ser mais automatizados e uma biblioteca ou *framework* pode ser disponibilizada para facilitar sua implementação e uso.

Outros são tão comuns que podem ser inseridos dentro das linguagens de programação para facilitar ainda mais.

#Padrões que ganharam fama

Quando as pessoas pensam em *design pattern* é comum pensar nos principais, nos [definidos pelo grupo Gang of Four][2]. Também pensam em padrões como o MVC e outros semelhantes. Mas esquecem que tudo é padrão de projeto.

#Padrões estão em todo lugar

As linguagens de programação de alto nível são todas baseadas em padrões de projeto que eram usados quando se programava em *assembly* nos primórdios da computação.

Uma variável é uma padrão de projeto para acessar um valor em determinado endereço da memória. Você não vai ler isto em nenhuma lista de padrões, afinal ele se tornou tão comum, tão transparente, que ninguém mais pensa nele como um padrão.

As construções de controle de fluxo das linguagens são padrões que decidem e desviam a ordem de execução das instruções.

A programação orientada a objeto é um paradigma composto por um conjunto de padrões de projeto. Então até [dá para programar OO sem uma linguagem própria para isto][3].

A herança é uma forma de reuso de código que aproveita um padrão estabelecido em outra classe.

Quando usa um dicionário, está usando um padrão de acesso a uma estrutura de dados de chave e valor. Quando faz um *quicksort*, está usando um padrão.

#Usando certo

É um erro reduzir os padrões a estes conhecidos, e mais ainda, tentar adaptar todo código a um padrão. Existem os que programam "orientado a padrões", e costumam cometer atrocidades no código por causa disto. Na verdade o GoF veio para disseminar o termo, mas também para deturpar o que ele realmente é. Não se deixe levar pela utilização da moda. Isto limita a real utilidade dele.

Tem que saber quando adotá-lo, quando adaptá-lo e quando ignorá-lo. É claro que se não conhecer todos os mais conhecidos, você corre o risco de reinventar a roda de forma pior. Mas tentar usar um padrão onde não cabe, também traz resultados desastrosos. Não precisa ficar procurando padrão em tudo.

Quando você pensa em sua aplicação como se estivesse sempre criando um padrão novo, pode ser mais fácil descobrir se já existe um que pode ser aplicando, ou pode facilitar a clareza do que está fazendo. Soluções reutilizáveis normalmente são mais claras.

Padrões formalizados possuem um nome significativo, possui uma explicação, um contexto e exemplo de implementação.

Além do GoF, existem outras coletâneas de padrões: [A Pattern Language][4], [Portland][5], [Coplien][6], [POSA][7] e [EAA][8].

[Relacionado][9].


  [1]: http://pt.stackoverflow.com/q/184238/101
  [2]: https://en.wikipedia.org/wiki/Design_Patterns
  [3]: http://pt.stackoverflow.com/q/80228/101
  [4]: https://www.patternlanguage.com/
  [5]: http://c2.com/ppr/checks.html
  [6]: https://sites.google.com/a/gertrudandcope.com/info/Publications/Patterns/PLoP95-telecom
  [7]: http://www.cs.wustl.edu/~schmidt/POSA/
  [8]: https://martinfowler.com/eaaDev/
  [9]: http://pt.stackoverflow.com/a/16204/101