# A hierarquia As classes [`java.lang.StringBuffer`][1] e [`java.lang.StringBuilder`][2] possuem exatamente a mesma interface estendem `java.lang.AbstractStringBuilder`, que possui dois atributos principais: <!-- language-all: lang-java --> char value[]; int count; Ali são armazenados os caracteres e o tamanho real do mesmo. # Sobre o *Buffer* `String` é um tipo que armazena um conjunto de caracteres. Ela é imutável, isto é, não pode ter o conteúdo modificado, assim como seu tamanho. O problema com isso é que para criar novas Strings, por exemplo, através da concatenação de duas ou mais Strings, uma nova String como o tamanho total delas deve ser criada em memória. Se várias dessas operações forem executadas em sequência, a JVM precisará alocar novos blocos de memória e executar o Garbage Collector para desalocar o que não é usado a todo momento. Isso é muito "custoso" em termos de desempenho. O `StringBuffer` surge para resolver o problema. Um `StringBuffer` nada mais é do que uma *String* com um *Buffer*, isto é, um espaço reservado para novos caracteres que pode ser modificado e torna desnecessário, até certo ponto, alocar mais memória a todo momento. O buffer é simplesmente um vetor de caracteres maior do que o conteúdo real. Por exemplo, o buffer pode ter 1000 posições e a String real apenas 500. Isso é controlado pelo atributo `count`. Neste exemplo, poderíamos adicionar ainda mais 500 caracteres sem degradar o desempenho do programa. # O tamanho inicial Em muitas situações é importante definir o tamanho inicial do buffer com um tamanho médio do que se pretende usar. Ao fazer `new StringBuffer()` ou `new StringBuilder()`, isto é, sem definir um tamanho inicial, estamos subutilizando a classe. A capacidade inicial do buffer é de apenas 16 caracteres. Isso significa que, se adicionarmos mais de 16 caracteres, um novo *buffer* terá que ser alocado. # Aumentando o tamanho Ao estourar a capacidade do buffer o próximo será criado com o dobro do tamanho. Veja o cálculo da nova capacidade do buffer no método `expandCapacity` da classe `AbstractStringBuilder`: void expandCapacity(int minimumCapacity) { int newCapacity = (value.length + 1) * 2; if (newCapacity < 0) { newCapacity = Integer.MAX_VALUE; } else if (minimumCapacity > newCapacity) { newCapacity = minimumCapacity; } value = Arrays.copyOf(value, newCapacity); } # `StringBuffer` ou `StringBuilder`? Esta é uma dúvida comum. Olhe o Javadoc (links estão no início da resposta) e note que ambas tem exatamente a mesma interface, isto é, os mesmos métodos e assinaturas de métodos. Qual a diferença? Vamos analisar um método básico nas duas versões, o `append(String)`. A versão no `StringBuilder` é: public StringBuilder append(String str) { super.append(str); return this; } E a versão no `StringBuffer` é: public synchronized StringBuffer append(String str) { super.append(str); return this; } Notou a diferença? É o **`synchronized`**! Dizemos que a classe `StringBuffer` é *sincronizada*, enquanto a classe `StringBuilder` *não é sincronizada*. # Sincronizado vs. Não Sincronizado Quais as vantagens e desvantagens em ser ou não sincronizado? Quando uma classe é sincronizada, ela é mais própria para trabalhar em ambientes com várias threads, por exemplo, num servidor de aplicação que atende a vários usuários ao mesmo tempo. Imagine várias threads escrevendo um log em memória, por exemplo. Nesse caso, somente uma thread por vez pode adicionar conteúdo ao `StringBuffer`. O problema é que isso gera também bloqueios indesejados na execução, pois nem sempre estamos modificando a classe. Se várias threads querem apenas ler alguma informação da classe, então a sincronização está atrasando eles sem motivo. Só para citar um exemplo, a classe `StringBuffer` tem o método de busca `indexOf` sincronizado. Já quando uma classe não é sincronizada, ela não é adequada para ser usada concorrentemente por mais de uma thread, porém ela obtém o máximo de aproveitamento para ser modificada por uma única thread e também para ser usada no modo de leitura por várias threads. Como regra geral, se o objeto será usado apenas no escopo de um método, não sendo compartilhado, opta-se sempre pelo `StringBuilder`, que foi criado justamente com esse propósito. Já se o objeto for compartilhado de alguma forma com outras classes e for possível que alguém o use em múltiplas threadas, o `StringBuffer` é mais adequado. Esse raciocínio de aplica a diversas outras classes da JVM. Veja por exemplo, as classes [Hashtable][4] (sincronizada), [`HashMap`][5] (não sincronizada) e [`ConcurrentHashMap`][6] (sincronizada apenas para alteração, mas não para leitura). Por isso, é evidente a importância de conhecer bem as APIs da linguagem antes de sair usando sempre as mesmas soluções indiscriminadamente. --- Para maiores detalhes, ver minha [outra resposta aqui no SO][7]. [1]: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/lang/StringBuffer.html [2]: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/lang/StringBuilder.html [3]: http://grepcode.com/file/repository.grepcode.com/java/root/jdk/openjdk/6-b14/java/lang/AbstractStringBuilder.java [4]: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/util/Hashtable.html [5]: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/util/HashMap.html [6]: http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/util/concurrent/ConcurrentHashMap.html [7]: http://pt.stackoverflow.com/a/16064/227