> [...] O primeiro pensamento foi utilizar JSON, mas ouvindo e lendo algumas coisas, acabei vendo que boa parte do processamento de um servidor acaba indo por causa dos parse e como alternativa cheguei a pensar em utilizar algumas outras possibilidades de integração, como Socket ou RMI. [...]*

Isso daqui é falacioso por vários motivos:

* Você está misturando coisas. Socket é um canal de comunicação para transportar um monte de bytes de um lado a outro. JSON é um formato de estruturação de dados. Fazendo uma analogia com o mundo real, vamos supor que você queira viajar de carro do ponto A ao ponto B, então o socket seria equivalente ao portão de uma garagem ou a uma plataforma de trem e o JSON seria a bagagem que você está levando contigo. Não há sentido em dizer que você escolhe um em detrimento do outro.

* Supondo que você use socket para transportar algo que não é JSON, ainda assim, para montar pacotes com esses dados, enviá-los de um lado a outro e interpretá-los corretamente, você provavelmente vai acabar inventando um parser com isso e esse parser pode ser mais simples ou mais complexo do que usando JSON.

* RMI é uma tecnologia que permite você a trabalhar mais rápido na integração e deixa os detalhes do transporte de objetos mais transparente. Entretanto, o protocolo RMI é significativamente complexo e pesado, bem mais complicado do que o HTTP.

Há também outros aspectos a se considerar:

* RMI não é muito amigável a firewalls.

* Inspecionar o conteúdo de mensagens trafegadas via RMI, fazer log e medir o tráfego são tarefas complicadas.

* Serialização é algo bem chato de se lidar com o RMI, especialmente quando o você tem clientes com diferentes versões do aplicativo que usam classes incompatíveis entre si e o servidor tem que dar suporte a ambos. Esse cenário é bem mais fácil de se lidar usando REST + JSON.

* Tudo isso usa sockets no fim das contas. Se quiser usar os sockets diretamente, muita coisa ainda vai depender do que você está utilizando neles. Entretanto, sem ter mais detalhes de qual é o formato dos dados trafegados, fica difícil avaliar essa solução.

* Existem outras alternativas além dessas. Nada te impede de enviar por meio do HTTP, FTP, SOAP, e-mail, ou o que quer que seja, um monte de bytes com a estrutura que você preferir: XML, JSON, imagens, binário, TXT ou o formato que você quiser.

Ah, e nem sempre desempenho é um quesito tão importante ou que pode ser medido de forma simples. Por exemplo, vejamos os seguintes cenários:

1. Você tem um grid computacional distribuído triturando números para fazer simulações quânticas de comportamentos de partículas. 

2. Você vai fornecer streaming de vídeo ao vivo de alta resolução para dezenas de milhares de pessoas.

3. Você tem que processar imediatamente milhares de pedidos de compra simultâneos originados de redes de lojas com milhares de filiais.

4. Você tem um crawler que vasculha a internet ou plataformas sociais para buscar, ordenar e filtrar informação.

5. Você tem uma rede social na qual vários clientes/usuários estão interagindo uns com os outros, postando e recebendo um monte de conteúdo.

Cada um desses cenários é otimizado de um jeito diferente. Uma solução considerada de alta performance em um desses cenários pode ser completamente inadequada em um outro.

O seu cenário se aproxima mais do 3, e acho que o que você vai querer otimizar será o tempo de resposta da requisição. Com isso, você vai ter que medir ou estimar:

* (A) Quanto tempo ele demora para receber a requisição.

* (B) Quanto tempo ele demora para fazer o parse dos dados da requisição.

* (C) Quanto tempo ele demora para fazer algum serviço com esses dados (transformar em outros dados, salvar no banco de dados, enviar para um outro serviço, etc).

* (D) Quanto memória é gasta com esse processo.

Se ao medir ou estimar esse processo, o tempo gasto for dominado por qualquer coisa que não seja o B, então otimizar o tempo de parse não vai te trazer muitos ganhos reais, pois provavelmente não seria aí que estaria o seu gargalo. Na maioria dos casos reais que vejo, o maior gargalo está no item C, e não no item B.

Um outro aspecto importante, é o se você vai usar requisição síncrona ou assíncrona. O modelo assíncrono é muito mais escalável, e é uma das razões por trás do sucesso de sites como Amazon, Twitter e Facebook, que lidam com um volume monstruoso de requisições. A ideia aqui é tão logo o passo A acima seja completado, que os dados recebidos sejam armazenados na memória, no disco ou no banco de dados com o mínimo possível de processamento a fim de dar uma resposta logo ao cliente. Essa resposta ao cliente não diz se a requisição foi bem sucedida ou não, ela apenas diz que ela foi recebida e será processada mais tarde. Com isso, você pode mover essas informações recebidas para outros servidores e processá-las sem ter que manter a conexão com o cliente aberta, incluindo nisso o item B e a maior parte dos itens C e D. Mais tarde o cliente faz uma requisição ao servidor perguntando se o processo já terminou e se teve sucesso ou erro, e caso o processo já tenha sido finalizado, o servidor pega o resultado já pronto e devidamente formatado e o entrega.

Por fim, você deve separar duas coisas: Uma coisa é especificar qual o formato dos dados, outra coisa é especificar como eles saem da origem e chegam no destino. Tecnologias como o RMI, o CORBA e o EJB unem as duas coisas, mas as tendências mais modernas na arquitetura de computadores estão indo no sentido contrário.

De qualquer forma, eu já eliminaria de cara o RMI. Gerenciar o RMI é difícil, e ele só funciona bem quando há uma rede disponível de alta disponibilidade, alta confiabilidade e alta velocidade, que não é o seu caso. O RMI seria uma solução viável para o caso 1 delineado acima, mas para o caso 3, isso não funciona tão bem. O RMI só funcionaria legal (talvez) se você tiver um conjunto de servidores formando um grid, e mesmo assim se ele ficar restrito apenas ao ambiente dos servidores. Mas de todas as formas, não vejo o RMI como uma boa alternativa para conversar com os clientes.