Correto é relativo nesse caso. Você está lidando com uma limitação do JPA e quer encontrar a alternativa mais limpa para contornar o problema. Seu código funciona, mas realmente é estranho criar uma superclasse mapeada só para ter algum lugar para estacionar sua named query.
É claro que existem alternativas para sua solução. Cada uma com seu prós e contras.
1. "Emprestar" o escopo de alguma outra entidade relacionada ao problema.
Como Dijkstra3
é um POJO simples você não pode mover a named query para essa classe. Dito isso, talvez você tenha alguma entidade relacionada. Por exemplo, talvez a sua tabela ways esteja mapeada para uma entidade Way
no sistema. Como no fundo essa é uma consulta indireta a tabela ways, eu não veria nenhum problema em definir a consulta no topo dessa entidade.
2. Mover a query para um arquivo XML
Essa também é uma opção, por exemplo, usando META-INF/orm.xml
:
<named-native-query name="GetDijkstra" result-set-mapping="DijkstraMapping">
<query>SELECT * from pgr_dijkstra('SELECT gid AS id, source, target, length AS cost FROM ways', 11111, 22222)</query>
</named-native-query>
<sql-result-set-mapping name="DijkstraMapping">
<constructor-result target-class="meu.pacote.Dijkstra3">
<column name="seq" class="java.lang.Integer"/>
<column name="path_seq" class="java.lang.Integer"/>
<column name="node" class="java.math.BigInteger"/>
<column name="edge" class="java.math.BigInteger"/>
<column name="seq" class="java.lang.Integer"/>
<column name="path_seq" class="java.lang.Integer"/>
</constructor-result>
</sql-result-set-mapping>
3. Fazer a sua consulta diretamente
Você não precisa definir uma named query, como você tem acesso direto ao EntityManager basta fazer a consulta diretamente usando o SQL. Por exemplo, chamando os métodos createNativeQuery
ou createStoredProcedureQuery
no seu repositório.
Query query = em.createNativeQuery("SELECT * from pgr_dijkstra('SELECT gid AS id, source, target, length AS cost FROM ways', 11111, 22222)", "DijkstraMapping");
@SuppressWarnings("unchecked")
List<Dijkstra3> lista = query.getResultList();
É claro que nesse caso DijkstraMapping
precisa ter sido definido em algum lugar. Alternativamente você pode não usar o mapping e mapear a o resultado (List<Object[]>
) manualmente ou utilizando uma biblioteca como MapStruct.
4. Usar uma biblioteca em cima do JPA
Como você percebeu o JPA tem suas limitações e já está mostrando sua idade. A última versão do JPA (2.2) é de 2017. Desejo toda a sorte do mundo para o projeto Jakarta EE, e não quero ser injusto (migrar o projeto está sendo um esforço descomunal), mas até agora o foco foi rebranding e renaming de pacotes (o Jakarta Persistence 3.0 é basicamente o JPA 2.2 em outro pacote). Quem sabe o Jakarta EE 10 não trará algumas novidades para a especificação de persistência.
Enquanto isso libraries como Spring Data vão ganhando espaço. Como você já está usando Spring talvez valha a pena considerar algo assim.
Com Spring Data JPA, por exemplo, você pode combinar a anotação @Query
com projeções para fazer o que você precisa (Para mais detalhes, veja essa resposta do usuário Michal Stochmal no Stack Overflow em inglês):
@Query(value = "SELECT * from pgr_dijkstra('SELECT gid AS id, source, target, length AS cost FROM ways', ?1, ?2)", nativeQuery = true)
List<Dijkstra3> callDijkstra(int source, int target);
Em algumas situações inclusive vale a pena tirar o JPA e o Hibernate da jogada. Você pode sempre trabalhar com uma abstração em cima do JDBC como o Spring Data JDBC, JOOQ ou JDBI. Eu admito que apesar de ter criado a tag hibernate aqui no Stack Overflow em Português, hoje em dia quando a escolha tecnológica cabe a mim eu dificilmente parto diretamente para um ORM.