Skip to main content
8 de 8
adicionou 217 caracteres ao conteúdo
Largato
  • 92,9mil
  • 18
  • 190
  • 261

As consequências dependem do objetivo do código. is e == não são sinônimos, e não podem simplesmente ser trocados como se fossem.

O que ocorre é que, em muitas situações, os dois retornam o mesmo valor quando substituidos, dando uma ilusão errônea de que se comportam da mesma maneira, mas a natureza das comparações é completamente diferente.

  • O is verifica se os dois nomes apontam para o mesmo objeto armazenado na memória

    (Maria e Joana moram na mesma casa, portanto têm o mesmo endereço)

  • o == compara o conteúdo armazenado em cada um dos dois nomes, independente de apontarem para o mesmo objeto, ou para objetos diferentes.

    (A casa da Maria é idêntica à casa do José, mesmos móveis, mesma cor, etc)

É muito importante que sejam levadas em conta as diferenças entre os dois operadores, para que o código se comporte como esperado. Para isto, segue uma explicação um pouco mais detalhada sobre cada um:


O operador is:

Em Python, o operador is é o comparador de instância de objetos, e não de valores.

Por exemplo:

>>> x = [2, 3, 4]
>>> y = [2, 3, 4]
>>> x is y

Retorna

False

pois apesar dos valores serem iguais, se tratam de objetos completamente diferentes.


is e strings

Não se iluda com este exemplo:

>>> x = "string"
>>> y = "string"
>>> x is y
True
>>> z = "str"+"ing"
>>> a is z
True

Neste caso, apesar da impressão da comparação com is se comportar identicamente à feita com ==, o que está acontecendo aqui é outra coisa. O Python é "esperto" o suficiente para não alocar várias vezes valores repetidos de string, então ele aponta o nome do novo objeto para a string já armazenada anteriormente, efetivamente aproveitando os dados já alocados.

Strings normalmente devem ser comparadas com ==, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo.


is e alguns inteiros

Olhe o exemplo a seguir:

>>> x = 256
>>> y = 256
>>> x is y
True

>>> x = 257
>>> y = 257
>>> x is y
False

Isto é devido a uma peculiaridade determinada por implementação: quando você usa números de -5 até 256, o Python já tem uma tabela de armazenamento interna, cujos objetos já estão criados nativamente e seu ID é aproveitado.


O operador ==:

O == é o comparador de valores, como na maior parte das linguagens. O objeto pode ser diferente, o que interessa para a comparação é o valor:

>>> x = 1278
>>> y = 1278
>>> x == y

Retorna:

True


A função id():

Se houver necessidade de debugar uma situação onde o is não se comporta como esperado, pode-se utilizar a função id() para se obter o ID interno dos objetos, como no exemplo a seguir:

>>> x = 257
>>> y = 257
>>> id(x)
12686128
>>> id(y)
12686140


Comparando com None:

O None é um objeto especial em Python, e representa a ausência de valor, de certa forma como o null de algumas linguagens. Por se tratar de um objeto que representa a ausência, e não um valor em si, você sempre deve usar x is None e x is not None, e nunca x == None e x != None.

Atenção com este caso especial:

if ( x is None ):

Neste caso, um programador experiente em outras linguagens poderia se sentir tentado a usar simplesmente if ( x ), imaginando que o None já seria considerado falso. Assim como a comparação de valores não deve ser usada com o None, no if a verificação também requer o is None ou is not None


Implementando a comparação em classes:

Os métodos que implementam a comparação is e == em Python são respectivamente __is__ e __eq__, e neste caso, o programador deve ter plena consciência das diferenças mencionadas acima. A grosso modo, é algo nesta linha:

# O exemplo foi simplificado demasiadamente ;)
class X(object):
    def __eq__(self, other):
        return self.value == other
    def __is__(self, other):
        return self.value is other 
Largato
  • 92,9mil
  • 18
  • 190
  • 261