As consequências dependem do objetivo do código. is
e ==
não são sinônimos, e não podem simplesmente ser trocados como se fossem.
O que ocorre é que, em muitas situações, os dois retornam o mesmo valor quando substituidos, dando uma ilusão errônea de que se comportam da mesma maneira, mas a natureza das comparações é completamente diferente.
O
is
verifica se os dois nomes apontam para o mesmo objeto armazenado na memória(Maria e Joana moram na mesma casa, portanto têm o mesmo endereço)
o
==
compara o conteúdo armazenado em cada um dos dois nomes, independente de apontarem para o mesmo objeto, ou para objetos diferentes.(A casa da Maria é idêntica à casa do José, mesmos móveis, mesma cor, etc)
É muito importante que sejam levadas em conta as diferenças entre os dois operadores, para que o código se comporte como esperado. Para isto, segue uma explicação um pouco mais detalhada sobre cada um:
O operador is
:
Em Python, o operador is
é o comparador de instância de objetos, e não de valores.
Por exemplo:
>>> x = [2, 3, 4]
>>> y = [2, 3, 4]
>>> x is y
Retorna
False
pois apesar dos valores serem iguais, se tratam de objetos completamente diferentes.
is
e strings
Não se iluda com este exemplo:
>>> x = "string"
>>> y = "string"
>>> x is y
True
>>> z = "str"+"ing"
>>> a is z
True
Neste caso, apesar da impressão da comparação com is
se comportar identicamente à feita com ==
, o que está acontecendo aqui é outra coisa. O Python é "esperto" o suficiente para não alocar várias vezes valores repetidos de string, então ele aponta o nome do novo objeto para a string já armazenada anteriormente, efetivamente aproveitando os dados já alocados.
Strings normalmente devem ser comparadas com ==
, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo.
is
e alguns inteiros
Olhe o exemplo a seguir:
>>> x = 256
>>> y = 256
>>> x is y
True
>>> x = 257
>>> y = 257
>>> x is y
False
Isto é devido a uma peculiaridade determinada por implementação: quando você usa números de -5 até 256, o Python já tem uma tabela de armazenamento interna, cujos objetos já estão criados nativamente e seu ID é aproveitado.
O operador ==
:
O ==
é o comparador de valores, como na maior parte das linguagens. O objeto pode ser diferente, o que interessa para a comparação é o valor:
>>> x = 1278
>>> y = 1278
>>> x == y
Retorna:
True
A função id()
:
Se houver necessidade de debugar uma situação onde o is
não se comporta como esperado, pode-se utilizar a função id()
para se obter o ID interno dos objetos, como no exemplo a seguir:
>>> x = 257
>>> y = 257
>>> id(x)
12686128
>>> id(y)
12686140
Comparando com None
:
O None
é um objeto especial em Python, e representa a ausência de valor, de certa forma como o null
de algumas linguagens. Por se tratar de um objeto que representa a ausência, e não um valor em si, você sempre deve usar x is None
e x is not None
, e nunca x == None
e x != None
.
Atenção com este caso especial:
if ( x is None ):
Neste caso, um programador experiente em outras linguagens poderia se sentir tentado a usar simplesmente if ( x )
, imaginando que o None
já seria considerado falso. Assim como a comparação de valores não deve ser usada com o None
, no if
a verificação também requer o is None
ou is not None
Implementando a comparação em classes:
Os métodos que implementam a comparação is
e ==
em Python são respectivamente __is__
e __eq__
, e neste caso, o programador deve ter plena consciência das diferenças mencionadas acima. A grosso modo, é algo nesta linha:
# O exemplo foi simplificado demasiadamente ;)
class X(object):
def __eq__(self, other):
return self.value == other
def __is__(self, other):
return self.value is other