Não resisti em também ter que postar uma resposta.
Isso é uma boa prática?
Já foi dito pelo @Maniero que "boa prática" ou "má prática" as vezes é simplesmente uma modinha que todo mundo quer seguir.
Mas primeiramente deveríamos nos perguntar o porquê de usar cada coisa.
Não diria que é uma "boa prática" ou "má prática" usar uma classe cheia de métodos e propriedades estática, mas diria que isso é um mau uso do recurso.
Na maioria das vezes, já vi coisas que foram feita com classes estáticas que poderiam ter sido resolvido com a criação de várias funções.
Não costumo seguir algo só porque todo mundo disse que é bom ou ruim, mas gosto de avaliar cada padrão e a necessidade de cada recurso.
Vamos pensar, realmente é necessário criar uma classe, cheia de métodos estáticos, só pra fazer dela um "repositório de funções"?
Se você quiser ser um pouco crítico (como eu sou), vai perceber isso no link do código a seguir.
Essa é uma classe da biblioteca Illuminate\Support
, do Laravel. Ela é chamada de Arr
porque é uma classe criada para fazer várias operações com array
.
Se você observar bem essa classe, vai perceber que ela possui cada método estático com a necessidade de passar o array
como parâmetro para trabalhar com ela.
Eu amo usar o Framework Laravel, mas não preciso concordar com tudo que está lá. Apesar de usar essa classe em algumas partes dos sistemas que desenvolvi, percebo que estruturar uma classe toda estática apenas para trabalhar com arrays
é fazer mau uso dos método estáticos.
Se você observar bem, poderia ser feita uma função para cada método dessa classe, ao invés de criar uma classe só pra isso.
Outra coisa que eu reparei é que nenhuma propriedade estática é usada, nem sequer para guardar um estado. O que, na minha análise, torna mais inútil ainda uma utilização de uma classe com métodos estáticos para se trabalhar com arrays
.
O que vou falar agora a seguir não se trata de um padrão, mas apenas minha análise ao desenvolver classes para bibliotecas.
Vamos aos exemplos
Em se tratando de PHP, não faz sentido termos classes estáticas como essa:
class Util {
public static function tratarTexto($string) {
// faz o tratamento
return $string;
}
}
Ao invés disso, poderia ser feito algo como:
function tratar_texto($string) {
// faz o tratamento
return $string;
}
Mas aí alguém vai dizer:
Ah, mas eu queria separar as funções dentro de um namespace específico, como se faz com as classes. Foi por isso que fiz assim.
No PHP é possível definir namespaces
, não só pra classes, mas para funções e constantes também.
Então seria perfeitamente possível organizar o seu código de outras formas mais legíveis, como;
namespace System\Core;
const MY_CONST_VALUE = 42;
function my_function ($str) {
}
O que eu percebo no final de contas é que muita gente faz coisas do tipo (não só encher uma classe de métodos estáticos, mas outras coisas) porque não tem ideia do que está fazendo.
Então pra quê serve o método estático?
Eu costumo muito observar como a linguagem costuma usar coisas. E a forma que o PHP costuma usar os métodos estáticos é para criação da instância da própria classe, já que a linguagem não possui o recurso de usar múltiplos construtores.
Um exemplo é a classe DateTime
.
Você pode usá-la assim:
$date = new DateTime; // Date(object)
E caso precise de inicializada a partir de outras passagens de parâmetros, como no caso de uma interpretação de formato, você pode fazer assim:
$date = DateTime::createFromFormat('d/m/Y', '20/08/2009'); // Date(object)
Então, eu posso concluir que, umas das finalidades do método estático é o de poder criar uma forma alternativa de instanciação da própria classe.
Outra forma que vejo que é muito comum é na utilização de factories
, para facilitar a instância de uma determinada classe, dado ao nível de complexidade e dependências da mesma.
Exemplo:
// Forma complexa
new Controller(new Response(), new Request())
// Forma simplificada
Controller::factory(); // Os parâmetros Response e Request são passados internamente
Lembrando que os método estáticos não se limitam a fazer o que está sendo feito acima, mas no meu ponto de vista, numa estrutura OOP faz mais sentido você usar um método estático para auxiliar nas operações internas da própria classe do que encher uma classe dele só pra ter uma "organização".
Os exemplos acima tem, unicamente, a finalidade de demonstrar que o que importa é a finalidade do recurso. Não estou criando nenhum padrão para ser seguido cegamente, mas apenas tentando demonstrar que em algumas casos há recursos sendo utilizados que costumam deixar algo mais complicado/confuso do que se utilizasse outros.
No final das contas, o que importa mesmo é saber bem qual é a finalidade de cada coisa para não fazer besteira :p