TL;DR
Possivelmente o ganho será pequeno, se houver algum, pois o BigPipe não parece uma técnica adequada para o cenário proposto na pergunta.
Desempenho é uma caixa de surpresas
Não é possível afirmar se o BigPipe afetará positivamente ou até negativamente o desempenho de uma aplicação sem efetivamente realizar a implementação e coletar dados do antes e do depois.
Além disso, qualquer otimização deveria ser feita dentro de um contexto relevante. Usuários apresentam diferentes hábitos e necessidades de uso de um sistema. O BigPipe ajuda a paralelizar a exibição de uma página composta, mas será que o maior problema do usuário não é uma das consultas que demora muito para retornar? Num caso desses, você pode investir todos os recursos em técnicas de otimização e o usuário ainda vai estar insatisfeito porque a informação que interessa para ele continua a demorar a aparecer.
Só comece a pensar em técnicas complexas de otimização se realmente o desempenho for um problema e um diagnóstico foi realizado de forma que se tenha confiança que a técnica adequada foi selecionada. Nunca aplique técnicas de otimização sem isso, pois o custo para implementá-las e mantê-las é alto e será dinheiro jogado no ralo.
Porque não usar o BigPipe
Pela descrição do sistema, não existem vários seções no sistema que são apresentadas num mesmo momento.
Uma implementação paralela que só exibe uma única página por vez apenas irá gerar sobrecarga no sistema, isto é, processamento desnecessário.
Alternativas
Para um sistema que carrega todos os recursos apenas uma vez, a preocupação está no primeiro acesso que o usuário faz à página inicial.
Bem, o primeiro passo é colocar tudo que for estático, como imagens, estilos e scripts, minificado num CDN para garantir o menor tempo possível do download dos recursos.
Feito isso, meça o tempo de carregamento sem uso de cache. Se não for satisfatório, pode-se usar algumas técnicas simples:
Flush header early
Alguns engines de templates montam a página toda e depois enviam para o usuário. Outros fazem buferização. O problema é que nesse caso o navegador vai ter que esperar o processamento no servidor até receber o cabeçalho e poder começar a baixar os estilos e scripts declarados.
Mude isso para que ocorra um flush que envie toda a tag <head>
nos primeiros milissegundos da requisição. Dessa forma, enquanto o servidor pensa, o navegador está baixando os recursos.
Para que isso funciona ainda melhor, declare todas as tags <script>
no cabeçalho com o atributo async
para o o navegador não bloqueio o restante da página enquanto carrega os scripts.
Pré-carregamento em segundo plano
Uma forma simples de dar uma sensação de fluidez é pré-carregar os recursos das telas em que o usuário vai acessar enquanto ele está fazendo alguma coisa.
Um exemplo bem simples seria pré-carregar os recursos estáticos do sistema de forma assíncrona enquanto o usuário está fazendo o login ou está olhando a página inicial.
É quase uma trapaça, mas dessa forma quando o usuário acessar uma tela do sistema o navegador vai ter os recursos em cache.
Cuidado com cache
Sistemas que precisam escalar devem tentar ao máximo armazenar estado. Criar serviços stateless permitem distribuir o sistema, evitam delays com code cache (cache não inicializado), evitam stale data (dados antigos sendo usados de forma incorreta), e por aí vai.
Caches feitos indevidamente são uma dor de cabeça tremenda mais tarde, uma verdadeira fonte de problemas, limitações e bugs.
Cache distribuído é custoso para um sistema pequeno, afinal sincronizar informações também custa tempo, e é complicado para um sistema grande.
Um cache é como colocar um estado mutante no sistema e você vai sempre ter que se preocupar se esse estado está devidamente atualizado e como a atualização será feita. Muitas vezes não vale a pena.
Desempenho depende da implementação
Independente da técnica de otimização que se aplica, sua implementação sempre vai falar alto.
Um BigPipe mal implementado pode aumentar o tempo total até o evento ready for user. Um cache mal implementado pode ser pior do que uma consulta ao banco de dados. Um código SQL que faz table scan pode ser pior uma chamada REST para um serviço externo.
Esses exemplos são razões para que a preocupação maior seja sempre com uma boa implementação do sistema e menos com técnicas específicas de melhoria de desempenho.