Os blocos do Java possuem várias aplicações
Corpo de classes e métodos
Classe:
class C { ... }
Método:
void m() { ... }
Implementações inline:
Runnable r = new Runnable() {
public void run() { ... }
};
Agrupar declarações em condicionais, laços e controle excepcional
Condicional:
if (cond) { ... } else { ... }
switch (valor) { case 1: ...; break; default: ...}
Laços:
while (cond) { ... }
do { ... } while (cond)
for (...) { ... }
Controle excepcional e de encerramento:
try { ... } catch { ... } finally { ... }
Blocos arbitrários
São colocados no meio do código e seguem o fluxo normal de execução, porém com um escopo próprio, o que significa que as variáveis declaradas deixarão de existir no seu fechamento.
int a = 1;
{
int b = a + 2; //b == 3
}
//b não existe mais
Isso provavelmente é permitido por uma questão de linguagem, isto é, um bloco pode substituir um comando válido na gramática do Java. Isso simplifica muito a implementação porque o compilador não precisa fazer uma verificação especial para permitir blocos apenas em comandos específicos.
Labels
É possível usar o comando break <label>
para interromper a execução de um bloco em específico.
Não consegui pensar em nenhuma aplicação prática, então vai um exemplo sem o menor sentido mesmo assim:
int a = 1;
myLabel: {
for (int i = 0; i < 20; i++) {
a++;
if (a == 5) {
break myLabel;
}
}
System.out.println("Não vai imprimir isso!");
}
System.out.println(a);
Inicializadores de instância e de classe
De instância (executa antes do construtor):
classe C {
{ ... }
}
Estático (executa quando a classe é carregada no primeiro uso:
classe C {
static { ... }
}
A ordem de execução
Uma questão interessante sobre os blocos de inicialização é sobre a ordem em que eles são executados, considerando que há o construtor do objeto e inicializações de atributos.
Considere o seguinte exemplo:
public class Initializations {
static class X {
static int y(String str) {
System.out.println("y(" + str + ")");
return 1;
}
}
static class A {
static {
System.out.println("static initializer A");
}
static int y = X.y("static A");
int y2 = X.y("instance A");
{
System.out.println("instance initializer A");
}
public A() {
System.out.println("constructor A");
}
}
static class B extends A {
static int y = X.y("static B");
int y2 = X.y("instance B");
static {
System.out.println("static initializer B");
}
{
System.out.println("instance initializer B");
}
public B() {
System.out.println("constructor B");
}
public void imprime() {
System.out.println("imprime()");
}
}
public static void main(String[] args) {
System.out.println("init main");
new B().imprime();
System.out.println("end main");
}
}
Irei comentar o resultado produzido pelo código acima:
init main
: o primeiro item é do método main
, logo as subclasses não foram inicializadas.
static initializer A
: ao executar new B()
o Java executa primeiramente o inicializador estático da classe Pai.
y(static A)
: em seguida, o atributo estático y
da classe A
foi inicialiada.
y(static B)
: em seguida, o atributo estático y
da classe B
foi inicialiada.
static initializer B
: agora, sim o inicializador estático de B
.
y(instance A)
: agora o atributo de instância y2
da classe A
.
instance initializer A
: agora o inicializador de instância da classe A
.
constructor A
: e o construtor de A
.
y(instance B)
: agora o atributo de instância y2
da classe B
.
instance initializer B
: e o inicializador de instância de B
.
constructor B
: terminando a sequência de inicialização, o Java executa o construtor de B
.
imprime()
: e o método de instância é chamado.
end main
: finalmente o método main
termina.
Com base nisso, podemos dizer que a ordem de execução é:
- Variáveis e inicializadores estáticos, começando da classe pai e terminando na filha, e na ordem em que estão declaradas no corpo de cada classe da hierarquia.
- Começando mais uma vez na classe pai e terminando na filha, são executados, nesta ordem, inicialização de variáveis de instância, inicializadores de instância e construtores.