Na maioria das linguagens de programação, quando se deseja criar uma máscara de bits normalmente se usa um tipo inteiro e operações bitwise (and, or, xor, not, shift left, shift right...). Entretanto, embora nada impeça o programador de atribuir um valor específico (digamos, 6
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) para a máscara, normalmente são criadas constantes para representar cada bit e se insiste - como boa prática, e para evitar problemas de incompatibilidade no futuro - em usar essas constantes, evitando-se os "valores mágicos". Isso não costuma ser imposto, entretanto.
Haveria algum prejuízo em se criar um tipo "máscara de bits", abstrato, cujos subtipos fossem aplicações particulares dessa técnica, e fazer o compilador forçar o uso desse tipo? Por exemplo, algumas linguagens que dão suporte a enumerações (enums) - como Java - permitem que se crie métodos cujos parâmetros têm de ser desse tipo, de modo que o programador não tem escolha a não ser usar seus membros, mesmo quando cada um deles possui um ou mais valores [únicos] associados. E uma enumeração pode ou não ser usada para implementar máscaras de bits, mas também possui outros fins[1].
Minha pergunta é, especificamente: existe algum caso de uso para máscaras de bits no qual a liberdade para usar inteiros em vez das constantes definidas traz uma vantagem significativa, e sua perda possa comprometer a expressividade do código? Creio que isso é algo que somente quem tem experiência trabalhando com máscaras de bits possa responder, mas se alguém tiver alguma referência externa tratando do assunto também seria bastante útil. Na minha experiência limitada, os principais casos de uso de uma máscara de bits são:
- Setar vários bits ou só um bit em particular (ou limpar um bit em particular);
- Verificar se um bit em particular (ou conjunto de bits) está ou não setado;
- Serializar/deserializar (i.e. salvar a estrutura de dados que contém a máscara de bit em um arquivo ou outro formato binário/textual).
Não consigo pensar em nenhum outro.
[1]: A propósito, contrário à premissa dessa pergunta relacionada, eu tenho boas razões para querer alterar a máscara de bits ao longo da evolução dos produtos, tanto seus valores individuais quanto seu conjunto de elementos - mas sempre versionando, de modo a não quebrar código antigo. Isso restringe meu caso particular, mas não inviabiliza a pergunta (pois eu continuo interessado em saber o que se perde quando se usa um tipo específico pra máscara de bit em vez de um "inteiro genérico").