A pergunta é bem simples mesmo:
Qual é a diferença entre esses dois comandos, git init
e git init --bare
?
Para que serve essa opção --bare
?
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Inscreva-se para participar desta comunidadeA pergunta é bem simples mesmo:
Qual é a diferença entre esses dois comandos, git init
e git init --bare
?
Para que serve essa opção --bare
?
Com o comando git init --bare
você está criando um repositório que é pushable. Geralmente os repositórios bare
são criados no servidor e são considerados repositórios para armazenamento, em contraste aos repositórios que vão nas máquinas dos desenvolvedores que seriam os repositórios de desenvolvimento, criados com o comando git init
(sem o --bare
).
Apesar do GIT ser um sistema de controle de versionamento distribuído, é muito comum que exista um repositório central que facilite a troca de informações entre os desenvolvedores, evitando a necessidade que os computadores dos desenvolvedores se comuniquem diretamente entre si.
Uma ilustração do parágrafo acima:
Além do mais, repositórios bare
não possuem working directory, tornando impossível editar e commitar arquivos nesse repositório.
Abaixo uma imagem do fluxo dos repositórios GIT dos desenvolvedores (não-bare
):
O que é:
Ao incializar um repositório como bare não será permitido editar arquivos (git add) e commitar mudanças (git commit), já que o mesmo não possui uma working tree. Você deve atualizar um repositório bare utilizando git push.
Quando é usado:
Você inicializa um repositório como bare quando deseja que ele seja o respositório central.
Outra diferença entre os repositórios do tipo --bare e do tipo Working Tree é que no primeiro caso não são armazenados commits perdidos, mas apenas são armazenados commits que pertençam à trilha de um branch. Veja abaixo...
Criei o primeiro repositório (nome: git-bare) com git init --bare
. Ou seja, ele é o servidor. É o do lado esquerdo, onde não existe branches remotos porque este é o próprio repositório remoto.
Criei o segundo repositório (nome: git-working-tree) com git clone
recebendo do primeiro. Ele é o da direita. Tem branches locais vinculados aos branches remotos.
(Os textos 'first', 'second', 'third', 'fourth', 'alfa', 'beta' e 'delta' são os comentários dos commits. Os nomes 'master' e 'greek' são nomes dos branches.)
Agora eu vou apagar o branch chamado 'greek' tanto no git-bare (comando: git push --delete origin greek
) como localmente no git-working-tree (comando: git branch -D greek
). Veja como fica a árvore:
O repositório git-bare apaga tanto o branch como seus comits. Por isso o nome 'bare' que tem o sentido de puro. Ele só armazena os comits que podem ser referenciados. Na foto vemos que a árvore dele ficou reduzida por este motivo.
Por outro lado, o repositório git-working-tree, que equivale a um repositório local que usamos comumente, não apaga os commits, que agora só podem ser referenciados diretamente pelo seu hash com um comando do tipo git checkout 7fa897b7
. Por isso sua árvore não tem sua estrutura modificada.
EM RESUMO: commits nunca são descartados em repositórios do tipo working-tree, mas são apagados em repositórios do tipo bare.
Em termos práticos, você só consegue recuperar um branch apagado no servidor se ele existir em um repositório local. Isso porque ele e seus commits foram totalmente removidos do servidor.
Mas é muito estranho que o tamanho do repositório bare não diminui de tamanho em disco após excluir um branch remoto. Ou seja, os arquivos ainda estão lá de alguma forma. Para enxugar o repositório, apagando o que não é mais referenciado ou o que nunca mais pode ser referenciado (este último caso) use o comando git gc --prune