Primeiro, dá para eliminar o h
do algoritmo para simplificar um pouco mais:
int Algoritmo(int A[], int n) {
int k=0, i=1, j=0;
while (i<n && k+j+1<n ) {
if (A[k+j] == A[(i+j)%n]) {
j = j+1;
}
else if (A[k+j] < A[(i+j)%n]) {
i = i+j+1;
j = 0;
}
else if (A[k+j] > A[(i+j)%n]) {
k = max(i, k+j+1);
i = k+1;
j = 0;
}
}
return k;
}
n
me parece ser o tamanho do array. Pois o array é acessado nas seguintes posições:
(i+j)%n
o que vai dar alguma posição entre 0
e n-1
.
k+j
, mas a condição do while
garante que k+j+1<n
e isso também significa que k+j<n
e portanto é alguma coisa entre 0
e n-2
.
Dentro do while
há três condições, comparando o A[k+j]
com o A[(i+j)%n]
. Ou estes dois elementos são iguais, ou o primeiro é maior, ou o segundo elemento é maior. Logo, sempre haverá uma e apenas uma das condições sendo verdadeira em cada iteração do while
.
Vamos ver como j
evolui ao longo do tempo:
j=0; // Inicial
j = j+1; // Primeira situação (==)
j = 0; // Segunda situação (<)
j = 0; // Terceira situação (>)
Ou seja, j
começa em zero, vai incrementando de um em um de vez em quando ou então volta para zero. Para simplificar a análise, vamos por ora assumir que a primeira condição (do ==
) nunca será verdadeira e que portanto j
seria sempre zero. Sabemos que isso não é correto, mas faremos apenas para entender melhor o que se passa no algoritmo. Desta forma, ele ficaria assim:
int AlgoritmoErrado(int A[], int n) {
int k=0, i=1;
while (i<n && k+1<n) {
if (A[k] < A[i%n]) {
i = i+1;
}
else if (A[k] > A[i%n]) {
k = max(i, k+1);
i = k+1;
}
}
return k;
}
Uma vez que pela definição do while
, temos que i<n
, podemos eliminar o %n
:
int AlgoritmoErrado(int A[], int n) {
int k=0, i=1;
while (i<n && k+1<n) {
if (A[k] < A[i]) {
i = i+1;
}
else if (A[k] > A[i]) {
k = max(i, k+1);
i = k+1;
}
}
return k;
}
Vejamos o que este algoritmo faz. Sabemos que ele funciona apenas quando todas as posições do array têm valores diferentes (afinal, eliminamos o caso do ==
que precisaria do j
para funcionar).
Começamos com k=0
e i=1
. Os elementos A[0]
e A[1]
são comparados, se o A[0]
for menor que o A[1]
, o i
será incrementado, e então vamos comparar o A[0]
com o A[2]
e se a condição se manter, vamos comparar o A[0]
com o A[3]
. Ou seja, a condição do <
se mantém quando o elemento A[k]
é menor do que os elementos que o sucedem. Se tivermos o caso aonde o primeiro elemento do array for o menor de todos, zero será retornado pelo algoritmo, o que parece indicar que ele descobre aonde está o elemento de menor valor.
Vamos ver o que ocorre se cairmos na condição >
. Começamos comparando A[0]
com A[1]
e o menor elemento é o A[1]
. Então comparamos A[1]
com A[2]
, depois A[2]
com A[3]
, e o valor do k
é sempre o valor do índice do array com o menor elemento.
Concluímos que este algoritmo retorna a posição no array que tem o menor valor encontrado.
Sabendo deste comportamento, temos que neste caso aonde não há j
, o k
sempre será menor (e nunca igual) ao i
. Portanto podemos simplificar o algoritmo para o seguinte:
int AlgoritmoErrado(int A[], int n) {
int k=0, i=1;
while (i<n && k+1<n) {
if (A[k] < A[i]) {
i = i+1;
}
else if (A[k] > A[i]) {
k = i;
i = k+1;
}
}
return k;
}
Que é equivalente a isso:
int AlgoritmoErrado(int A[], int n) {
int k=0, i=1;
while (i<n && k+1<n) {
if (A[k] > A[i]) {
k = i;
}
i = i+1;
}
return k;
}
Uma vez que temos sempre que k<i
, então a condição k+1<n
é redundante, pois só será verdadeira se i<n
também for. Então o algoritmo fica assim:
int AlgoritmoErrado(int A[], int n) {
int k=0, i=1;
while (i<n) {
if (A[k] > A[i]) {
k = i;
}
i = i+1;
}
return k;
}
Que por sua vez é equivalente a isso:
int AlgoritmoErrado(int A[], int n) {
int k=0;
for (int i = 1; i<n; i++) {
if (A[k] > A[i]) k = i;
}
return k;
}
E neste ponto já está óbvio que ele vai iterar exatamente n-1 vezes, o que seria Θ(n-1), mas como o n domina sobre o 1 temos Θ(n).
E quanto ao j
? Será que o j
destroi o Θ(n) que o algoritmo seria?
Os elementos são acessados nas posições k+j
e (i+j)%n
. Na primeira condição, o k+j
cresce, aproximando o fim do algoritmo um passo na direção da condição k+j+1<n
. Na terceira condição, o k
aumenta e o j
volta a zero, mas o valor de k+j
também aumenta porque k = max(i, k+j+1)
, o que garante que o novo valor de k+j
será maior ou igual ao k+j+1
anterior. O k+j
só pode diminuir na segunda condição, mas essa redução só vai ocorrer após uma sequência de entradas na primeira condição, o que fará o i
aumentar em lugar pulando por cima de todas as posições k+j
e aproximando o fim do algoritmo da condição i<n
enquanto que o k+j
só retrocede até o ponto antes da entrada na condição do ==
pela primeira vez.
Assim conclui-se que a cada iteração ou chega-se um passo mais perto da condição de parada k+j+1
, ou então retrocede-se alguns passos desta condição, mas avança-se este mesmo número de passos mais um em direção a condição de parada i<n
.
Se a for o número de passos realizados na primeira e na terceira situação se aproximando de se atingir a condição de parada do k+j+1
e b for o número de passos realizados na segunda situação se aproximando para atingir a condição de parada do i<n
, então em no máximo a+b passos, pelo menos uma das condições será atingida. Dado que sabemos que a<=n e b<=n então a+b<=2n.
Isso significa que garantidamente, em não mais que 2n iterações o algoritmo termina e em não menos que n-1 iterações ele termina. Assim o algoritmo é Ω(n-1) e O(2n). Como os fatores constantes não importam e o n domina sobre o 1, então Ω(n-1) é o mesmo que Ω(n) e O(2n) é o mesmo que O(n). E se o algoritmo é Ω(n) e O(n) ao mesmo tempo, então ele é Θ(n).