Tipos de teste recomendados para aplicativos móveis
Muitos testadores têm dúvidas em relação aos tipos de teste que devem ser executados em aplicações móveis.
A cada dia, o número de dispositivos móveis aumenta e o ambiente mobile é relativamente novo se comparado ao desktop. Os testes em aplicativos móveis se diferenciam dos testes em aplicativos desktop, pois a imensa variedade de dispositivos móveis não permite uma padronização do ambiente. Leve em consideração, por exemplo, que existem inúmeros tamanhos de tela e diferentes sistemas operacionais.
Podemos citar 6 tipos de teste que são geralmente executados em aplicações móveis para garantir a qualidade das mesmas:
1. Compatibilidade
O objetivo aqui é garantir que o aplicativo interaja e se comunique com o sistema operacional, hardware e todos os tipos de rede de maneira satisfatória. Caso a compatibilidade não seja verificada e atestada com cuidado, o aplicativo pode sofrer de lentidão, perda de dados ou travamento.
Um problema muito comum no quesito compatibilidade diz respeito à conexão com os diferentes tipos de rede. Por se tratar de dispositivos móveis, há diferentes tipos de conexões sendo executadas a todo momento.
2. Desempenho
Os testes dessa categoria devem focar na eliminação dos gargalos que provocam lentidão ou travamento do aplicativo. Nesse tipo de teste, deve-se criar situações de estresse, altas cargas e grande número de solicitações para cada função da aplicação. O código deve ser o mais leve possível quando se trata de dispositivos móveis.
3. Mobilidade
Aqui se testa a capacidade de comunicação do seu aplicativo com outros aplicativos. É muito comum haver compartilhamento de informações entre diferentes aplicativos e o seu deve estar bem estruturado para uma comunicação eficaz.
4. Sincronismo
Esse tipo de teste é relativamente novo e se tornou necessário a partir do momento em que começamos a utilizar a tecnologia de armazenamento de dados na nuvem. Precisamos atualizar os dados em um dispositivo e acessá-los futuramente de outro dispositivo e os dados devem estar íntegros e atualizados. Aqui deve-se verificar se não há perdas excessivas de pacotes e reenvios. Ou seja, verificar mesmo se a aplicação consegue fazer a sincronia dos dados na rede.
5. Usabilidade
Parecido com o teste de usabilidade comum aos aplicativos desktop. O foco deve ser a experiência do usuário, a facilidade e possibilidade de realizar as ações pretendidas.
6. Funcional
Tão importante que, muitas vezes, foca-se apenas nesse tipo de teste. Aqui, verifica-se se o aplicativo realmente executa as tarefas que deveria, conforme o que foi planejado. São feitos testes com intuito de se certificar de que todos os requisitos foram implementados e funcionam da maneira que deveriam.
Obviamente, há certos tipos de aplicações móveis que necessitam de testes específicos, de acordo com o tipo das funcionalidades que apresentam. Mas, de maneira geral, esses são os tipos de testes básicos que se deve fazer para garantir uma boa qualidade.
Há que se lembrar que não se distingue esses tipos de teste por marca de dispositivo ou sistema operacional. Eles servem de base para testar aplicativos android, aplicativos Apple, aplicativos em java, windows mobile, etc.
Automação Android
A automação Android é dividida em duas partes, segundo o próprio site de desenvolvimento Android:
1.Testes Unitários
2.Testes UI (User Interface – Interface Gráfica)
Fundamentos de Teste
Antes de seguir com a explicação de Teste Unitário e Teste UI vamos conhecer pontos em comum entre os dois níveis de teste.
O Android tem um framework, chamado de Android Testing Framework, como parte da arquitetura de desenvolvimento que nos dá a possibilidade de efetuar testes de diferentes formas na plataforma.
Este framework possui alguns pontos chave:
As suítes de teste são baseadas em JUnit (versão 3).
As extensões do JUnit para Android que dispõe de métodos auxiliares
para a criação de mocks e controle do ciclo de vida de um componente.
As suítes de teste estão contidas dentro do mesmo projeto em um
pacote específico de teste.
A SDK disponibiliza uma séria de ferramentas e extensões disponíveis
via Eclipse ADT ou por linha de comando.
A SDK também disponibiliza o monkeyrunner que é uma api para
dispositivos em Python e também uma ferramenta via linha de comando
de stress-test enviando eventos aleatórios na interface gráfica.
O diagrama abaixo, retirado da página Testing Fundamentals, explica um pouco do processo de utilização de teste na plataforma:

A caixa de processo (process) é o coração, contendo a aplicação em si (pacote da aplicação) o InstrumentationTestRunner e o Test package (local onde os scripts de teste estão).
O Test package comunica com o InstrumentationTestRunner, classe de apoio contendo todos as facilidades para a instrumentação e acesos aos componentes. Este comunica com o Application package para acessar qualquer tipo de componente para a interação (e teste).
Test Tools e MokeyRunner executam de forma externa sobre a aplicação diretamente no InstrumentationTestRunner.
Para criar testes usamos o conjuto de três itens: JUnit, a Instrumentation e a classe de teste ( Test case classes) que irá acessar o processo. Também podemos utilizar Mocks para este trabalho.
Instrumentação
É um conjunto de métodos que controla os componentes. Não conseguimos controlar o ciclo de vida (onCreate, onResume, onDestroy
. Consulte aqui o ciclo de vida) de qualquer componente via API. É através da instrumentação que outros frameworks conseguem “conversar” com os componentes.
Testes Unitários
Sabemos que o Teste Unitário é importante em qualquer tipo de aplicação, e no Android não seria diferente. Há três divisões para testes unitários.
ActivityTesting
Uma Activity é algo focada no usuário, logo focada na interação do usuário com uma tela. Ela é baseada na classe InstrumentationTestCase que habilita a instrumentação nas classes de teste.
Controlar o ciclo de vida de uma activity;
Criar Mocks;
Enviar ações de usuário, como digitação e toques;
Há três formas de testar uma activity com as classes:
AcitivityInstrumentationTestCase2: habilita o controle de teste
funcional dentro de uma activity, geralmente com o foco em múltiplas
activities.
ActivityUnitTestCase: habilita o controle de uma única activity
isoladamente, onde podemos criar mocks e validar seu comportamento
no ciclo de vida.
SingleLaunchActivityTestCase: hablita o controle de uma única
activity mas não habilita a criação de mocks, uma vez que ela mantém
o estado da activity e suas chamadas.
Content Provider
Content Provider gerencia o acesso a estruturas de dados na plataforma. Geralmente utilizada na obtenção de dados internos, como Calendário, Notas, Contatos, entre outros.
Neste tipo o foco do teste é garantir o isolamento dos dados para que não ocorra nenhum resultado indesejado ou falso-positivo.
Ele utiliza apenas uma classe, a ProviderTestCase2 para habilitar a injeção dos dados através de mocks.
Service Testing
Services são serviços que executam durante um longo período e não dispõe de interface gráfica.
Através da classe ServiceTestCase
poderemos controlar o estado do serviço (se este está executando ou não) e garantido a comunicação com outros serviços ou agentes.
Testes UI
É outro nível de teste que estamos mais acostumados, e não menos importante: o testes da interface gráfica (tela).
Nos itens anteriores aprendemos um pouco sobre testes unitários e como são disponibilizados as classes para ajudar o desenvolvedor a testar o seu código. Mas agora chegou a nossa vez: testarmos com perspectiva de usuário.
Este tipo de teste em Android comumente é chamado de Black Box (caixa preta, que é um dos tipos de teste que conhecemos).
Todos os componentes visíveis na tela para o usuário precisam ser acessíveis, ou seja, precisam ter alguns atributos para que seja possível uma ferramenta encontra-los. Na maioria dos elementos os desenvolvedores devem inserir um conteúdo para o atributo contentDescription
(que seria como um ID externo) e no caso de caixas de texto ( EditText
) preencher o atributo hint
.
A plafaforma Android dispõe de uma ferramenta chamada uiautomatorviewer
que consegue analisar os componentes em tela e obter os dados acessíveis (contentDescription
ou hint
).
Você pode acessá-lo digitando na linha de comando o texto:
uiautomatorviwer
ou navegando até a pasta /tools, onde android_sdk é o caminho da pasta sdk do Android.
Os componentes encontrados, posteriormente, servirão de base para escrevermos o código para o script automatizado na interface gráfica do Android.

Considerações
Este artigo teve o intuito de apresentar aspectos de automação na plataforma Android para servir de base a outros artigos relacionados ao desenvolvimento.
É recomendado que você acesse e leia os links contidos neste artigo, que lhe darão uma melhor visão da plataforma e de cada recomendação.
Fonte: Tipos de testes para aplicações Android
Automação de Teste com android