Quando eu testo a API eu devo testar novamente os casos que já foram testados no service?
Não, não deve.
O problema não é a redundância no sentido de o mesmo código ser executado por testes em diferentes níveis. Os problemas são:
Veja, lançar exceção no caso de não poder salvar a Validação é uma regra do "service", então está correto você testar esta regra ao testar este service. Mas você não deveria testar esta regra na camada acima ("API") pois esta não é uma regra desta camada.
Mesmo que a gente simplifique e troque o termo "camadas" por "objetos", no seu teste você está verificando em um objeto uma regra que é responsabilidade de outro objeto, e é por isso que você ficou com essa sensação estranha de estar testando duas vezes a mesma coisa.
A sua API não está fazendo muita coisa, é difícil decidir o que testar ali. Nestes casos, geralmente, eu não testaria nada. Se não sei o que testar, por que vou escrever um teste?
Se, por outro lado, o projeto exige 100% de cobertura de testes, você pode testar se a API retorna um objeto Validação com as propriedades preenchidas conforme o esperado, assim você cobriria as linhas desta API sem testar algo que não seja a responsabilidade dela e manteria os 100% de cobertura.
Outras notas sobre o seu código - Exceções
Em ValidacaoDAO.save() você está retornando null como código de erro. Null é um código de erro ruim.
Se um método não conseguiu fazer o seu trabalho (não conseguiu realizar o que o seu nome sugere) ele deve ou lançar uma exceção ou retornar um código de erro (caso a sua decisão de design seja trabalhar com códigos de erro em vez de exceções).
A semântica de null é "valor desconhecido" ou "não encontrado" ou "inexistente", e isso por si só não sugere um erro (eventualmente o consumidor pode decidir que isso é um erro dado o contexto).
Pode ser útil retornar null em um método find, por exemplo, indicando que o que era procurado não foi encontrado; e então o código consumidor decide o que fazer, por exemplo não fazendo nada ou lançando uma exceção caso aquilo que era procurado devesse, no determinado contexto, estar lá.
De qualquer modo, não me parece que você esteja interessada em códigos de erro, uma vez que você está de fato lançando uma exceção ao detectar um null. Neste caso, em vez de retornar null, o método ValidacaoDAO.save() deveria ele próprio lançar a exceção se não conseguir fazer o seu trabalho. Ou ainda, ele não deveria explicitamente lançar exceção nenhuma mas apenas deixar propagar uma exceção que porventura venha a impedí-lo de realizar o seu trabalho.
Conclusão
Fatalmente, ao testar uma camada superior, as regras das camadas inferiores entrarão em ação. Mas um teste deve explicitamente verificar apenas as regras da camada ou objeto que ele está testando, e não deve verificar as regras específicas das camadas abaixo que em tese ele não conhece. Exemplo:
API:
void facaAlgo() {
if (condicaoRuim_X) {
throw new ExceptionA("As condições estavam desfavoráveis na API");
}
Service.facaAlgo();
}
Service:
void facaAlgo() {
if (condicaoRuim_Y) {
throw new ExceptionB("As condições estavam desfavoráveis no Service");
}
}
Agora, ao testar o "service", eu verifico a exceção ExceptionB e ao testar a API eu verifico a ExceptionA.
Se não existisse nenhuma lógica na API, então eu poderia:
- ou não testar este método da API;
- ou testar apenas o caso feliz, validando os resultados no caso de tudo der certo, ignorando as regras específicas das camadas abaixo.
Quanto a mocks, use o mínimo possível. Eles dão muito trabalho e podem tornar a nossa vida infeliz, que é inverso do objetivo dos testes automatizados. Veja nestas respostas um pouco mais sobre mocks e outros "dublês":