Já construí alguns sistemas e sites multilíngues, e nas ferramentas que conheci parece haver uma tendência a se utilizar a string no idioma original da aplicação (geralmente inglês) como chave para as respectivas traduções.
Por exemplo, num arquivo POT do gettext
:
msgid "My name is %s.\n"
msgstr "Meu nome é %s.\n"
Dessa maneira, com o gettext
, um código hipotético deveria ser alterado de
printf("My name is %s.\n", nome);
para
printf(_("My name is %s.\n"), nome);
O gettext
tem até uma ferramenta que varre o código procurando chamadas da função _
, e gera o arquivo POT no formato acima, faltando somente preencher o texto traduzido.
Tutoriais de outras ferramentas costumam induzir a práticas semelhantes. Porém o uso desse tipo de solução já me causou muitos problemas. Aqui no próprio Stack Overflow em Português, por exemplo. Toda vez que um texto qualquer é alterado no original em inglês, surge uma nova tradução pendente no Transifex, sem nenhuma referência à versão anterior do original ou da própria tradução. Isso causa muito trabalho duplicado, muita inconsistência, e potencialmente muito texto traduzido e não utilizado (por ter ficado defasado).
Me parece fazer mais sentido usar nomes mais significativos como chaves do dicionário, por exemplo "CloseLinkText"
ou algo do tipo. Porém é muito raro ver alguém recomendar isso, ou mesmo ver softwares que usam esse tipo de chave.
Perguntas
Existe algum bom motivo que justifique a disseminação dessa prática de usar as strings em inglês como chaves?
Há alguma desvantagem grande, que eu estaria deixando de enxergar, em usar chaves que dêem um pouco mais de contexto sobre o que está sendo traduzido?
Em suma, por que tantos sistemas internacionalizados transformam o trabalho de tradução em um pesadelo? Não existe alternativa melhor?