Linguagem de máquina é hardware ou software? Ou as duas coisas, ou nenhuma? Como se diz, quero dar "nome aos bois".
O livro The Elements of Computing Systems diz (traduções minhas):
Uma linguagem de máquina é um formalismo combinado para codificar instruções de máquina.
Analisando literalmente, o trecho acima trouxe para mim uma certa ambiguidade que reside na palavra "codificar". Codificar significa basicamente transacionar de um conjunto de valores de entrada para um conjunto de valores de saída. O que está sendo codificado, segundo o trecho, são as instruções de máquina. Elas são a entrada e seus resultados a saída? Ou "codificar" no caso se refere a programar através de instruções de máquina?
Ainda, por ser um formalismo entendo que não se pode dizer que seja sequer software: é somente uma convenção, uma formalização de transformações ou um código (no sentido de conjunto de transições), por exemplo.
Faz sentido dizer que linguagem de máquina é um formalismo concretizado como hardware e portanto multifacetado, dependendo do foco que se deseja ter? Ou estamos falando de duas coisas distintas, o formalismo e a concretização do formalismo? Ela não é hardware então, é apenas concretizada neste?
O livro continua, de uma maneira que me deixou ainda mais confuso:
Linguagem de máquina é a interface mais profunda no empreendimento computacional - a fina linha onde o hardware encontra o software. Esse é o ponto em que os designs abstratos dos seres humanos, conforme manifestado em programas de alto nível, são finalmente reduzidos a operações físicas executadas no silício. Portanto, uma linguagem de máquina pode ser interpretada tanto como um artefato de programação quanto como uma parte integral da plataforma de hardware. De fato, assim como dizemos que a linguagem de máquina é projetada para controlar uma plataforma de hardware em particular, podemos dizer que a plataforma de hardware é projetada para executar instruções escritas em uma linguagem de máquina em particular.
A parte final indica que a linguagem de máquina e a plataforma de hardware são feitas "uma para a outra". O design de ambas portanto é conjunto, não é possível projetar uma linguagem sem atrelar ao projeto do hardware. Porém o trecho dá a entender que linguagem de máquina "pode ser interpretada tanto como um artefato de programação quanto como uma parte integral da plataforma de hardware", o que subentende a dualidade citada anteriormente, ou então alguma dualidade semelhante.
O que está faltando ser compreendido para entender corretamente o texto e eliminar a confusão?
Em particular, eu queria um esclarecimento para entender integralmente o sentido de "a interface (...), a fina linha onde o software encontra o hardware".
Ainda um trecho ilustrativo mas que não me esclareceu muito nesse sentido:
Uma linguagem de máquina pode ser vista como um formalismo combinado, projetado para manipular uma memória utilizando um processador e um conjunto de registros.